O Governo do Estado divulgou nesta quinta-feira (28) o resultado da 34ª edição do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. Os dez vencedores nas áreas de Engenharias e Ciências Biológicas receberam R$ 239 mil em premiações durante a cerimônia, que ocorreu no Palácio Iguaçu, em Curitiba. A iniciativa é promovida pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
O vice-governador Darci Piana ressaltou a atuação dos pesquisadores na solução das demandas sociais. “O Estado do Paraná possui 20 mil professores doutores extremamente capacitados que desenvolvem pesquisas fundamentais para nossa sociedade. São horas, meses e anos de dedicação desses profissionais. Agradecemos a todos pelo trabalho que engrandece o nosso Estado”, disse.
O superintendente Aldo Nelson Bona destacou a importância do prêmio, que tem como objetivo reconhecer o trabalho desenvolvido por pesquisadores, estudantes, inventores e jornalistas na busca por soluções inovadoras para as demandas sociais.
“A cerimônia marca o reconhecimento e valorização das iniciativas inovadoras que contribuem para a transformação do Estado. O Paraná possui uma grande quantidade de profissionais e pesquisadores que são referência na produção científica e tecnológica. Esse prêmio faz parte de uma série de ações do Governo, que estimula o desenvolvimento de pesquisas em parceria com o setor produtivo”, afirmou.
Os trabalhos foram avaliados por uma comissão de especialistas, composta por profissionais e pesquisadores vinculados a universidades e institutos de pesquisa de diferentes estados (exceto o Paraná), que são referência em suas áreas de atuação. “O Estado do Paraná tem apoiado ações importantes de ciência, tecnologia e inovação. Agradecemos a todos os pesquisadores que fazem do Paraná referência para todo o Brasil”, afirmou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.
PESQUISADORES – Na categoria Pesquisador venceram a professora Carolina Panis, na área das Ciências Biológicas, e o professor Edson Antônio da Silva, na categoria Engenharias. Ambos são da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Carolina participa do Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde no campus de Francisco Beltrão. Ela conquistou o prêmio com um estudo sobre o perfil clínico do câncer de mama, relacionado ao histórico familiar e à genética em mulheres que moram em áreas rurais e possuem contato direto com agrotóxicos.
“Identificamos que quando a mulher é ocupacionalmente exposta a agrotóxicos ela apresenta falhas em alguns mecanismos importantes para combater os tumores. Ter essa pesquisa premiada é um privilégio. Representa que estamos no caminho certo e que ainda temos muito que evoluir”, afirmou.
Professor do Curso de Engenharia Química no campus de Toledo, Edson desenvolve uma pesquisa relacionada à produção de hidrogênio. “Hoje tem se buscado uma nova maneira de produzir hidrogênio, que possui muito menos impacto ambiental. O prêmio é muito importante para valorizar iniciativas e soluções criativas, ressaltando a importância de pesquisadores de todas as áreas”, destacou.
PESQUISADORES-EXTENSIONISTAS – Já na categoria Pesquisador-Extensionista conquistaram a premiação a professora Débora de Mello Gonçalves Sant’ana, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), na área de Ciências Biológicas; e o professor André Bellin Mariano, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na área de Engenharias.
Débora, que é professora dos cursos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEM, venceu o prêmio com o projeto de extensão “Ritmos Biológicos: em casa, no trabalho e na escola”. O projeto tem foco na cronobiologia (estudos sobre os ritmos biológicos) aplicada à organização de atividades de estudo, trabalho e lazer.
“A atividade de extensão é responsável pela integração entre o que é produzido de conhecimento, na forma de pesquisa científica, e o que é disponibilizado como serviço para a população. Tudo isso em uma via de mão dupla onde a universidade é uma escuta qualificada da sociedade, reconhecendo seus saberes e particularidades”, explicou.
O professor André, que atua no Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR em Curitiba, venceu o prêmio com o projeto de extensão Ciência para Todos. A iniciativa fortalece a divulgação da ciência, tecnologia e inovação para a sociedade por meio de visitas de escolas públicas na universidade e capacitação de jovens talentos.
"Com o reconhecimento do trabalho pela premiação, vem junto a validação das ações desenvolvidas na universidade. Existe uma longa jornada pela frente, mas é muito reconfortante sabermos que estamos na direção correta. A premiação é um grande incentivo para o nosso trabalho e esperamos poder formar ainda mais alunos, a partir da metodologia criada pelo projeto”, disse.
GRADUAÇÃO – Também foram contemplados dois estudantes de graduação: Fernanda de Souza Caron, da UFPR, em Curitiba; e Thiago Alessí Reichert, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Toledo.
Fernanda é aluna do curso de Ciências Biológicas e foi selecionada com um estudo no campo da Zoologia. Já Thiago, aluno de Engenharia Civil, conquistou a premiação com um trabalho de pesquisa sobre a penetração de cloretos no concreto, relacionada à resistividade elétrica.
INVENTORES – Na categoria de Inventor Independente, na área das Ciências Biológicas, o premiado foi o projeto do médico veterinário Luiz Carlos Ribeiro. Ele desenvolveu um equipamento de inseminação artificial digital para bovinos, equinos, ovinos, caprinos e suínos. Ele melhora o desempenho reprodutivo na pecuária.
“Esse sistema contribui muito para o avanço no processo de inseminação artificial, valorizando o bem-estar dos animais, desde a reprodução até o abate. Isso fortalece um conceito de pecuária de precisão, que pode ser usada por empresas, prefeituras e órgão públicos”, comemorou Ribeiro.
Com o objetivo de identificar falhas, defeitos, melhorar a vida útil e a necessidade de manutenção de baterias, o eletricista industrial José Junior Calin de Pierri desenvolveu um analisador de baterias estacionárias, que são baterias semelhantes às automotivas, mas com mais capacidade de descarga. Esse tipo de bateria é usado em som automotivo, no-breaks, centrais telefônicas, alarmes, energia solar e eólica e carro elétrico. A invenção foi contemplada na área de Engenharias.
“Esse analisador é útil para monitorar o estado de saúde das baterias, implementando um sistema de manutenção preventiva, evitando falhas no fornecimento de energia e gerando economia. Recebo com muita alegria a valorização do meu produto. O valor da premiação será investido no aprimoramento do projeto gerando novas possiblidades no mercado”, destacou Pierri.
JORNALISMO – Na categoria Jornalismo venceram Cléber Moletta Gomes, da Rádio Cultura FM, de Guarapuava, na área de Ciências Biológicas, e Vinicius Martins Carrasco, da TV Paraná Turismo, na categoria Engenharias.
Carrasco venceu o prêmio com uma reportagem sobre um projeto de prótese de mão de baixo custo, desenvolvido no Laboratório de Magnetismo, Medidas e Instrumentação do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Nós produzimos uma reportagem sobre um projeto que deve beneficiar muitas pessoas e trazer um impacto positivo no cotidiano. É uma alegria muito grande participar do prêmio e ser comtemplado”, afirmou.
Já Molleta venceu a premiação na área de Engenharias, com a série de reportagens “Rio das Pedras: nossa água de cada dia”, que destacou a importância da Bacia Hidrográfica do Rio das Pedras para a população do município de Guarapuava, na região centro-sul do Paraná.
“A temática do material que produzimos é muito relevante, pois uma cidade que não possui água não tem perspectiva de desenvolvimento. Temos a sensação de que prestamos um bom serviço para a comunidade e o reconhecimento veio através da premiação. Um cidadão melhor informado toma melhores decisões e participa ativamente da sociedade”, destacou.
35 ANOS – As áreas previstas para a próxima edição do prêmio, a de número 35, são Ciências Exatas e da Terra e Ciências da Saúde. O edital será lançado até o mês de dezembro.