Em celebração ao Dia Nacional do Cigano, o Governo do Estado realizará em 24 de maio, em Curitiba, o 1° Encontro dos Povos Ciganos do Paraná. O evento é organizado pela Secretaria de Estado da Mulher e da Igualdade Racial (SEMI), com o objetivo reconhecer e valorizar a cultura cigana e debater os desafios enfrentados pela comunidade, além de buscar ações concretas para promover a igualdade e combater a discriminação.
O evento contará com a participação de lideranças ciganas, representantes de diferentes grupos étnicos, que trarão suas perspectivas e experiências para enriquecer os debates.
No Brasil, os povos ciganos se dividem em três etnias: Roms, Calons e Sinti – no Paraná há registros da presença das duas primeiras.
Durante a programação, as mesas de discussão vão abordar temas relevantes relacionados aos desafios enfrentados por esta comunidade, como a luta contra o preconceito, a garantia de direitos e a promoção da inclusão social.
A música e a dança terão um papel central, proporcionando momentos de entretenimento e valorização das tradições ancestrais. Uma das atrações confirmadas é o cantor Santyago, cigano Calon e ex-integrante da dupla Os irmãos ciganos Yago & Santhiago, conhecida nacionalmente por destacar a etnia cigana em suas apresentações.
De acordo com a secretária estadual da Mulher e Igualdade Racial, Leandre Dal Ponte, além dos debates, o evento será uma oportunidade para celebrar a alegria e a riqueza cultural destes povos.
“A presença de ciganos Roms, Calons e Sinti será fundamental para demonstrar a importância da pauta dos povos ciganos dentro da nossa secretaria e também do Estado do Paraná. Através da SEMI, vamos desenvolver ações que visem a diminuição das desigualdades e a eliminação de todas as formas de discriminação étnico-racial, promovendo a inclusão plena dos povos ciganos na sociedade paranaense”, afirmou.
O presidente e fundador da Associação de Preservação da Cultura Cigana do Paraná (APRECI/PR), Claudio Iovanovitchi, destaca a relevância do evento que, segundo ele, acima de tudo, gera conhecimento sobre os povos ciganos.
“É a maneira essencial para conseguirmos enfrentar o anticiganismo e todas as formas de discriminação e preconceito contra ciganos. Me sinto representado quando vejo esse protagonismo na SEMI”, disse. “Em 1995 criei a APRECI, a primeira associação cigana do Paraná, justamente pensando que no futuro poderíamos ter nossos representantes e nossa luta reconhecida no Estado, finalmente seremos alcançados e ouvidos”.
"É necessário repensarmos em como garantir direitos, repensar nos desafios enfrentados, quais conquistas tivemos nesses longos anos de persistência e resistência", complementou Nardi Casanova, secretária Executiva Nacional da Confederação Brasileira Cigana.
Weverton Passos, coordenador-geral da Confederação Brasileira Cigana, afirma que valorizar as raízes renova as chances de inserção na sociedade. "Nessa trajetória, os povos ciganos enfrentaram o racismo, o preconceito, mas seguem encorajados a seguir em busca do seu espaço", arrematou.