Gestores públicos estiveram reunidos nas dependências do Palácio Iguaçu na tarde desta quarta-feira (1º) para discutir a promoção da eletromobilidade no Paraná. Na ocasião, a Superintendência Geral de Inovação apresentou a frota de veículos elétricos que está à disposição do serviço público. Vinculada à Casa Civil, a SGI vem atuando no incentivo à eletromobilidade, de questões de infraestrutura ao incentivo ao uso de automóveis movidos à energia limpa, que conferem maior eficiência e menor consumo em comparação com os modelos tradicionais à combustão.
Tornar essa tecnologia mais acessível ao paranaense tem sido tema de discussões constantes para o desenvolvimento de políticas públicas, na busca por soluções sustentáveis no trânsito. Elas passam por isenção do IPVA, aumento da eletrovia e parcerias, e tem como foco as metas da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em outubro de 2019, o governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou a lei que isentou os veículos elétricos do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que era de 3,5%.
O Paraná é o Estado com a maior eletrovia do País, que corta as estradas de Leste a Oeste pela BR-277. São 730 km com 12 eletropostos que ligam o Porto de Paranaguá às Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. Sob a gestão da Copel, o programa de inovação ampliou a eletromobilidade ao longo da BR-376 e da BR-101, em circuito que vai até perto de Londrina, no Norte do Paraná, e Joinville, em Santa Catarina, interligando os dois estados. Com a expansão do projeto, serão cinco novos postos de recarga disponíveis aos usuários de veículos elétricos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também já aprovou três projetos da Copel voltados ao fomento da mobilidade elétrica, que totalizam investimento de R$ 15,6 milhões. Os projetos serão executados ao longo dos próximos 36 meses e visam soluções tecnológicas para melhorar a gestão da eletrovia e a integração entre a concessionária que administra o trecho, eletropostos, proprietários de veículos elétricos e a indústria da mobilidade elétrica.
“Pretendemos tornar os veículos elétricos mais acessíveis à população e o Paraná já começa a ser uma referência nacional no tema porque tem estradas preparadas. Precisamos de soluções sustentáveis no trânsito e o uso de carros que poluem menos é uma delas”, destaca Ratinho Junior.
“Nossa missão é com a sustentabilidade e os veículos elétricos têm um papel importante nesse tema. A missão é reduzir o custo de operação e manutenção por veículo, além da emissão de gases. Também queremos ampliar o debate sobre as políticas voltadas à mobilidade elétrica”, complementa o chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega.
“Pretendemos transformar o Paraná em um grande ambiente de demonstração de tecnologias e modelos de negócios para mobilidade urbana. A partir dessa infraestrutura, empresas do Brasil inteiro poderão ter em nosso Estado um ambiente ideal para demonstrar e testar suas tecnologias com foco nesta área”, explicou o superintendente-geral de Inovação, André Telles.
OUTROS PROJETOS – Além das rodovias e da tributação, há outros projetos de eletromobilidade que envolvem o trânsito sustentável nas cidades. Está incubado no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) o projeto Smart Energy, que tem como missão desenvolver as competências locais em energias renováveis e sensibilizar a sociedade para o uso consciente da produção de energia limpa.
O Tecpar também firmou parceria com a Renault para disponibilizar ao instituto a plataforma do Twizy, veículo elétrico produzido pela montadora. Com a plataforma e os dados abertos do protótipo disponibilizado pela montadora, pesquisadores do instituto podem desenvolver novos estudos para criarem modelos de veículos elétricos.
Em 2020 o Governo lançou o Projeto VEM PR, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI e a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). A parceria trabalha no desenvolvimento de soluções tecnológicas em mobilidade, com o objetivo de diminuir o custo de operação e manutenção por veículo, taxa de utilização superior em relação aos tradicionais, diminuição da emissão de gases tóxicos, modelo de promoção do compartilhamento e ampliação do debate sobre políticas voltadas à mobilidade elétrica.
Foram investidos, pela ABDI e FPTI, R$ 2 milhões nesse projeto, sendo R$ 1,8 milhão na aquisição dos carros, que são importados, e aproximadamente R$ 200 mil no desenvolvimento da plataforma de gestão de compartilhamento. Os veículos estão equipados com um software desenvolvido pelo PTI no Living Lab., espaço criado pelas duas entidades em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado.
Para expandir o uso desta tecnologia foram firmadas parcerias com órgãos da administração pública (secretarias de Saúde e Comunicação Social e Cultura), Bando Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE e Tribunal de Justiça para a cessão dos veículos, bem como para a implantação de infraestrutura de abastecimento (eletroposto), ampliando o compartilhamento dos veículos.
A "cultura elétrica" também é parte do Detranzinho de Curitiba, minicidade onde as crianças aprendem na prática como funciona o dia a dia no trânsito. O local simula, em uma escala menor, as áreas de trânsito de uma cidade, com vias, calçadas e sinalização. As crianças que participam do projeto trafegam de bicicletas e mini veículos elétricos, doados pela Renault, que podem ser abastecidos em pequenos eletropostos, instalados pela Copel.
Na Ilha do Mel, as equipes de eletricistas da Copel que fazem o atendimento aos consumidores contam com carrinhos elétricos. Eles facilitam o transporte de materiais para os serviços de manutenção nas redes de distribuição de energia e também o deslocamento dos profissionais, já que não há circulação de veículos a motor na ilha.
Na mesma esteira de modernização, foi instalado o Ecoposto, nas dependências do Palácio Iguaçu, o primeiro do Governo do Estado a ter geração de energia elétrica limpa e renovável a partir de uma fonte solar fotovoltaica.
Com capacidade para carregar dois carros ao mesmo tempo, a iniciativa diminuirá os gastos com carros do Estado, já que um veículo a combustão gasta em média R$ 0,66 por quilômetro rodado, enquanto um elétrico gasta em média R$ 0,11. Com a utilização do CARPORT, o custo baixa a praticamente zero porque o carregamento é realizado a partir de energia fotovoltaica. Além disso, o Estado também garantirá uma economia na estrutura do Palácio Iguaçu, pois quando os carros não estiverem sendo carregados, a energia produzida será devolvida à rede elétrica.