Governo do Estado recebe versão final do Plano do Hidrogênio Renovável

O Plano do Hidrogênio Renovável no Paraná está materializado em um livro composto de três capítulos: mercado, potencial e rumos para a descarbonização. Ele apresenta um mapeamento energético do Estado e de suas vocações, assim como uma análise produtiva do Paraná e das qualidades para compor essa potencial oferta de energia com a demanda que é necessária. 
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24/01/2025 - 12:00
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A Secretaria de Planejamento e a Superintendência-Geral de Gestão Energética apresentaram nesta semana o livro do Plano do Hidrogênio Renovável ao governador Carlos Massa Ratinho Junior, que tem 174 páginas. Ele mapeia as potencialidades e demandas necessárias para o desenvolvimento dessa nova matriz energética no Estado. O hidrogênio renovável, considerada a nova e mais promissora matriz energética limpa, tem recebido atenção especial no Paraná com foco principal no uso do biogás derivado da biomassa que resta das produções agropecuárias.

Além do secretário Guto Silva e do superintendente Cassio Santana, o projeto contou com a colaboração de 22 autoridades da área energética, entre doutores, professores, especialistas da iniciativa privada e da área pública tratando sobre energia renovável, em especial o hidrogênio. Esta iniciativa documentada, orientada a partir de estudos da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), orienta o objetivo de concretizar projetos grandes nessa área.

“O Paraná é a região do Brasil que mais produz energia no País. Além disso, somos o que mais produz energia limpa: 98% de toda energia limpa que o Paraná produz provêm de fontes de energias renováveis. Por isso estamos pensando no futuro, no arcabouço legal da exploração do hidrogênio verde”, disse o governador.

“O Paraná está pronto para o futuro, que passará pela energia renovável, que é o combustível do futuro. Estamos organizados em termos regulatórios para receber os investimentos. Além de ser o Estado mais sustentável, seremos essa matriz propulsora na produção de energia renovável”, disse Guto Silva. "O Estado já tem uma grande produção de energia renovável, através de hidrelétricas e placas solares, e agora queremos essa rota para a produção e aproveitamento de hidrogênio. Isso para garantir que o investidor terá energia para desenvolver seus negócios". 

O Plano do Hidrogênio Renovável no Paraná está materializado em um livro composto de três capítulos: mercado, potencial e rumos para a descarbonização. Ele apresenta um mapeamento energético do Estado e de suas vocações, assim como uma análise produtiva do Paraná e das qualidades para compor essa potencial oferta de energia com a demanda que é necessária. Os benefícios dessa produção são ter nova energia limpa, com redução na emissão de gases poluentes, dinamismo na estocagem e transporte e ampliação da disponibilidade energética.

“Nossa visão com esse produto é de trazer de uma maneira simplificada para o investidor o que ele precisa saber para investir no Paraná e garantindo que ele vai ter a energia necessária para que o seu investimento prospere”, observou Cassio Santana. "Também é um guia para orientar as políticas públicas e reunir esforços para o desenvolvimento do setor".

CADEIA PRODUTIVA – De acordo com o plano, o Paraná apresenta um cenário propício para a produção de hidrogênio renovável, com abundância de insumos e recursos naturais essenciais à cadeia produtiva do H₂R, capital humano qualificado, incentivos legais e tributários e o apoio de empresas públicas. Esse conjunto de fatores, aliado ao expressivo potencial solar, hidráulico e de biomassa, configura um ambiente favorável para o desenvolvimento de uma matriz energética diversificada e sustentável.

O documento indica que o Estado tem condições favoráveis para a produção de hidrogênio renovável tanto pela rota da eletrólise quanto pela reforma do biogás. Isso confere vantagens competitivas significativas, permitindo a produção de hidrogênio renovável por diversas rotas e explorando seu vasto potencial de geração de energia renovável a partir de diferentes fontes.

"O Paraná apresenta condições favoráveis para direcionar sua economia para a produção de hidrogênio renovável, fortalecendo sua matriz energética e impulsionando o desenvolvimento sustentável", afirmam os autores.

As qualidades passam pela infraestrutura logística (rodovias, ferrovias e um porto bem estruturado) e capital humano. O Estado conta com aproximadamente 20 laboratórios e grupos de pesquisa dedicados ao tema do hidrogênio renovável. Essa infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento demonstra que já existem iniciativas sólidas, tornando viável a produção, pesquisa e inovação no setor de hidrogênio renovável.

O mapeamento reforça que o panorama brasileiro de consumo e produção de hidrogênio, assim como no resto do mundo, é majoritariamente baseado na produção de hidrogênio a partir de fontes fósseis, com destaque para o uso do gás natural. Atualmente, no Brasil, a demanda de hidrogênio concentra-se em setores como refinarias e indústria química, sobretudo para a produção de fertilizantes.

A visão do projeto para o hidrogênio é a de utilização das competências do Estado para aproveitar as demandas do mercado interno. Ao contrário de outras regiões do Brasil que buscam o hidrogênio com vistas à exportação, o plano orienta que o Paraná é autossuficiente em fertilizantes e o hidrogênio é um insumo importante nessa cadeia. Assim, existe um grande mercado interno para o consumo dessa energia.

LEGISLAÇÃO E PROJETOS – O plano também destaca que o Paraná conta com uma lei estadual sobre o tema e um Comitê de Governança com foco em incentivar as cadeias de biogás e hidrogênio renovável do Paraná. São ações que embasam as políticas públicas e ajudam a integrar a atuação das secretarias do Estado na matriz energética.

Além disso, programas como o RenovaPR, a Planta Experimental de Produção de Hidrogênio em Itaipu, o Napi Hidrogênio, a chamada pública da Copel para P&D e parceria entre Sanepar e Parceria Brasil/Alemanha para pesquisas na área ajudam a dar robustez aos caminhos do hidrogênio verde no Paraná.

Entre os desafios do futuro, segundo o documento, estão os custos dos investidores e operadores frente às alternativas fósseis. Para isso as diretrizes passam pela continuidade dos investimentos em P&D, integração com academia, estímulo da demanda, políticas para mitigar os riscos dos investimentos, expansão dos gasodutos conectando os principais centros de produção e consumo do hidrogênio renovável e apoio fiscal como uma forma de promover o aumento da viabilidade econômico-financeira da implementação de tecnologias renováveis.

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