O Governo do Paraná encerra nesta quarta-feira (29), em Curitiba, o ciclo de fóruns regionais “Paraná livre de febre aftosa sem vacinação”. O evento será às 13 horas, no Auditório Mário de Mari, no Jardim Botânico. O objetivo é esclarecer quais mudanças ocorrerão após a suspensão da vacina contra febre aftosa no Estado.
Uma comitiva da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) percorreu, nos últimos dias, cinco municípios para promoção dos fóruns.
A etapa no interior do Estado encerrou em Cascavel na quinta-feira (23). Os municípios de Paranavaí, Cornélio Procópio, Guarapuava e Pato Branco também participaram dos fóruns.
Além do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, estiveram presentes o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, chefes de núcleo, servidores da Seab e das vinculadas.
No Interior, o público foi de 4,3 mil pessoas, entre produtores, entidades e lideranças do setor agropecuário, técnicos, estudantes e representantes do poder público. “Levamos aos municípios uma oportunidade de esclarecer os benefícios da suspensão da vacinação no Paraná e tirar as dúvidas sobre os procedimentos que serão adotados”, disse o secretário. Segundo ele, os produtores são fundamentais nesse processo e precisam estar informados sobre as práticas necessárias em sua propriedade. “O Paraná tem condições técnicas para garantir a defesa agropecuária e possibilitar, com a suspensão da vacinação, a entrada do Estado nos melhores mercados de proteínas animais”, afirmou.
PARCEIROS - Os fóruns foram promovidos pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Adapar, Emater, Sistema Faep/Senar, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), e Sistema Ocepar, além de entidades locais que colaboram com recursos físicos, como prefeituras, Sociedades Rurais de Cornélio Procópio e Pato Branco, Fiep, e Unicentro
O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, avalia que os fóruns atingiram seu objetivo, mostrando os caminhos que o Paraná seguirá após a suspensão da vacinação. “Tivemos participação efetiva da iniciativa privada, e o público recebeu bem as informações, tanto no que diz respeito à escolha do Paraná pela antecipação da retirada da vacina quanto aos reflexos econômicos que a mudança trará ao estado”, diz.
Ele destacou ainda a participação e colaboração do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) por meio dos escritórios regionais da Emater, chefias de núcleo e unidades locais da Adapar, além de representantes do poder público que viabilizaram a participação de servidores. O último fórum, na Capital, vai atender as regiões de Curitiba, Ponta Grossa e Paranaguá.
Para o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, o Paraná está preparado para o diagnóstico rápido da doença, que não se manifesta desde 2005. Para isso, estão sendo feitos treinamentos, análises do trânsito de animais e o fortalecimento de barreiras nas divisas do Estado. Segundo ele, cargas em trânsito de animais vacinados poderão transitar pelo Paraná desde que passem por pontos de ingresso estabelecidos pela Agência. A Adapar tem 33 postos de fiscalização.
ÚLTIMA CAMPANHA - A campanha de vacinação encerra na próxima sexta-feira (31) e abrange bovinos e búfalos de até 24 meses de idade. Após a campanha, o Paraná deixa de vacinar contra febre aftosa.
Em setembro, o Ministério da Agricultura publica um ato normativo que mudará o status do Estado para Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconhecerá a condição do Paraná em 2021.
MERCADOS – Um estudo divulgado em março pelos técnicos Marta Oliveira Freitas (Adapar) e Fábio Peixoto Mezzadri (Deral/Seab) mostra que o novo status pode dobrar as exportações de carne suína no Paraná, chegando a 200 mil toneladas ao ano.
O cenário é previsto se o Estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por China, Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária, e representam 64% do comércio mundial de carne suína. As cadeias produtivas de carne bovina, aves e leite também serão beneficiadas com o acesso a mercados que remuneram melhor.