O Centro Estadual de Educação Profissional Florestal e Agrícola, inaugurado nesta sexta-feira (31) em Ortigueira, é mais um capítulo da história da parceria estratégica entre o Governo do Estado e a fabricante de celulose Klabin. A associação de forças envolve investimentos em infraestrutura nos Campos Gerais, geração de emprego, capacitação e ampliação da capacidade de exportação.
A Klabin, fundada em 1899, é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil. Ao todo, são 18 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina. As três fábricas instaladas no Paraná ficam em Telêmaco Borba, Ortigueira e Rio Negro. Os empreendimentos geram mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, e impactam 25 municípios.
“Essa parceria é motivo de orgulho porque todos sabemos da importância da Klabin para o Estado e o Brasil, há muito tempo investindo em projetos sociais e ambientais, além da geração de emprego. São 120 anos no Estado. Ela é responsável por grande parte da história da industrialização do Paraná”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior, na inauguração da escola.
No ano passado, a empresa anunciou investimentos de R$ 9,1 bilhões na ampliação da planta em Ortigueira, o projeto Puma II. “Qualquer lugar do mundo queria esse projeto, e conseguimos manter ele no Paraná. Esse investimento também atrai outras empresas para o Estado. A Klabin acredita muito na força dos paranaenses”, complementou Ratinho Junior.
José Totti, diretor florestal da Klabin, disse nesta terça-feira que o Paraná é um Estado excepcional para a atividade florestal, que apresentou crescimento de 1% entre janeiro e novembro de 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É um lugar único no mundo, essas terras no Paraná. E nós vamos continuar crescendo. Não queremos parar por aí”, arrematou.
Segundo projeções da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), as empresas do setor têm potencial de investimento de R$ 32,9 bilhões até 2023.
PUMA II - O Projeto Puma II compreende a instalação de duas máquinas de papel para embalagens (kraftliner), com produção de celulose integrada. A primeira etapa consiste na construção de uma linha de fibras principal para a produção de celulose não branqueada integrada a uma máquina de papel kraftliner, com capacidade de 450 mil toneladas por ano. A segunda contempla a construção de uma linha de fibras complementar integrada a outra máquina de papel kraftliner, com capacidade de 470 mil toneladas anuais. A capacidade de anual de produção da fábrica será ampliada para 2,5 milhões de toneladas de celulose, com a produção integrada de 920 mil toneladas de papel por ano.
As obras do Projeto Puma II seguem a plenos vapores. Elas tiveram início em julho de 2019 com a construção civil, responsável pela maior parte das contratações. A próxima etapa é conjunta, de construção civil e montagem eletromecânica, período de maior concentração de mão de obra. E, finalmente, ocorrerá a conclusão da montagem eletromecânica e o comissionamento da nova planta fabril.
As Agências do Trabalhador do Estado fazem a intermediação das contratações do Projeto Puma II. Em janeiro, 76% dos quase 3.700 trabalhadores da obra eram do Paraná, sendo que mais da metade deles, 52%, residiam em Ortigueira (sede do empreendimento), Telêmaco Borba e Imbaú, e 10% eram de cidades vizinhas à obra, como Reserva, Tibagi, Figueira, Ibaiti e Cândido de Abreu.
INFRAESTRUTURA - Dos R$ 9,1 bilhões anunciados em 2019, R$ 450 milhões serão investidos em obras de infraestrutura. O protocolo de intenções que formalizou o investimento prevê melhorias nas malhas viárias existentes na região de influência do projeto. A empresa deverá executar as construções no período 2020 a 2024.
O protocolo também prevê contrapartidas do Estado para a região de influência do Projeto Puma II, como complementação de efetivos do batalhão da Polícia Militar, Corpo de Bombeiro e Polícia Civil; a implantação de Instituto Médico Legal (IML), Delegacia Cidadã e Centros de Socioeducação (CENSE); e o funcionamento do Hospital Regional de Telêmaco Borba.
Além disso, a Klabin também faz o projeto executivo da obra na estrada que liga Imbaú a Reserva, na região central do Estado. Ele será doado ao Governo do Estado. O investimento privado no desenho do novo traçado da PR-160 e de toda a estrutura necessária permite que a obra seja licitada ainda neste ano, depois das análises ambientais e desapropriações necessárias.
Depois de concluída, a estrada vai retirar o fluxo diário de quase mil caminhões dos dois municípios, facilitar o escoamento da produção das novas plantas da Klabin e a ligação entre o Norte e o Sul do Paraná.
O projeto executivo contempla cerca de 30 quilômetros de melhorias entre Imbaú e Reserva – atualmente, a estrada é de revestimento primário. Ele engloba a implantação de pavimentação da PR-160, iniciando na interseção com a BR-376, em Imbaú, e terminando na interseção com a PR-239, em Reserva. O projeto prevê contornos viários nas duas cidades e na comunidade de José Lacerda e, ainda, correção geométrica das curvas, pistas com 3,5 metros de largura e 2,5 metros de acostamento, nove segmentos com faixa adicional e implantação de pontes. O custo estimado da obra é de R$ 110 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
EXPORTAÇÃO - Em 2019, a Klabin também arrematou um terminal destinado à movimentação de carga geral, em especial celulose, no Porto de Paranaguá. O espaço foi arrematado por R$ 1 milhão, com a obrigação de fazer um investimento no local na ordem de R$ 87 milhões, além de pagamentos ordinários mensais pela ocupação.
O terminal tem 27.530 metros quadrados com conexões viárias e ferroviárias e, após os investimentos, poderá atingir a capacidade de movimentar 1,2 milhão de toneladas por ano. No ano passado, a Klabin fez o maior embarque de exportação de sua história, com carga de 46 mil toneladas de celulose. Com a movimentação inédita, a expectativa é de que esse tipo de procedimento se torne corriqueiro, aumente a eficiência portuária e traga mais ganhos para o Litoral como um todo.