O Governo do Estado divulgou o resultado da 33ª edição do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. Os nove vencedores receberam R$ 215 mil em premiações pelo desenvolvimento de pesquisas e soluções inovadoras. O anúncio dos vencedores aconteceu quarta-feira (16), em cerimônia online.
A iniciativa é coordenada pela Superintendência Geral de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior e tem o objetivo de reconhecer o trabalho desenvolvido por pesquisadores, estudantes, inventores e jornalistas do Paraná.
“O prêmio é o momento mais importante de valorização da ciência e extensão no Estado. Estimulamos essas iniciativas para que o Paraná continue sendo referência nacional em ações que transformam a vida dos cidadãos”, destaca o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.
PESQUISADOR - Na categoria pesquisador venceram os professores Affonso Celso Gonçalves Junior da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), na área das Ciências Agrárias; e Claudio Luiz Denipoti, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na área das Ciências Humanas e Sociais.
Professor do Centro de Ciências Agrárias na área de Química, Affonso, desenvolve pesquisas sobre a remediação de solos e águas contaminadas com metais e pesticidas. “Nosso foco é utilização de diversos resíduos agroindustriais para fabricação de filtros com materiais adsorventes na forma in natura, modificados quimicamente e também na forma de carvões ativados para remoção dos contaminantes. Vencer essa edição mostra que estamos no caminho certo, contribuindo cientificamente em prol da população”.
O professor Claudio conquistou o prêmio com uma pesquisa sobre a norma da língua portuguesa. O estudo faz parte de uma rede desenvolvida pelo Centro de Estudos sobre Cultura e Educação nos Impérios Ibéricos, formada por pesquisadores de diversas instituições brasileiras e portuguesas.
“A ciência nunca esteve tão evidente quanto este ano. No Paraná, pudemos ver todos os campos do conhecimento sendo colocados em ação para dar conta da emergência. Nas Ciências Humanas não foi diferente, pois foi necessário repensar todo o processo educacional, e buscar estudar as formas de resposta sociais para os problemas gerados pelo isolamento, distanciamento e a perda de vidas de amigos e familiares. Ver o prêmio reconhecer a importância dessas iniciativas é muito gratificante”, destaca o pesquisador.
PESQUISADOR-EXTENSIONISTA - Já na categoria pesquisador-extensionista conquistaram a premiação os professores Ferenc Istvan Bankuti, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), na área das Ciências Agrárias, e Reidy Rolim de Moura, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na área das Ciências Humanas e Sociais.
Buscando compreender a importância da atividade leiteira em todos os municípios paranaenses, o professor Ferenc desenvolveu um indicador da área que ajuda a classificar o desenvolvimento da atividade por região. “A pesquisa é importante para orientar novas políticas públicas, com o objetivo de auxiliar os produtores de forma sustentável no médio e no longo prazo”, ressalta.
A pesquisadora Reidy venceu o prêmio com um projeto de alfabetização em uma associação de recicladores em Ponta Grossa. A associação fez parte da Incubadora de Empreendimentos Solidários da UEPG.
“Quando começamos a desenvolver o projeto vimos que muitas pessoas que faziam parte da associação não sabiam nem ler e nem escrever. Então, ofertamos aulas de português gratuitas para esses trabalhadores, levando em consideração a realidade que estavam inseridos. Isso ajudou muito no cotidiano dessas pessoas permitindo que desenvolvessem novas atividades pessoais e profissionais”, destaca a pesquisadora.
INVENTOR - Na categoria de Inventor Independente venceu o projeto de protótipo de Internet das Coisas para estimular a sociabilidade, criado pelo pesquisador Hygor Vinícius Pereira. A iniciativa conecta idosos sem acesso a redes sociais, incentivando a socialização.
“Utilizando a tecnologia das redes sociais, o projeto pretende substituir o contato físico, presencial, por interações digitais. Queremos proporcionar a experiência que a gente tem sentido tanta falta nesses tempos de pandemia para uma parcela da população que pertence ao grupo de risco”, afirma o inventor.
ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO - Também foram premiados os estudantes de graduação da Unioeste, Ivã Luis Caon e Dener Gabriel Ferrari da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Ivã é estudante de Engenharia Agrícola e venceu o prêmio na categoria das Ciências Agrárias com uma pesquisa referente à utilização de sensoriamento remoto terrestre, focada em identificar parâmetros biofísicos da soja e do feijão. O método permite obter índices de vegetação para os dois produtos.
Ivã destaca a importância da premiação para a formação acadêmica. “Fico muito feliz em conquistar o prêmio. É um grande incentivo aos alunos dos cursos de graduação que desejam seguir uma carreira como pesquisadores”.
Dener, formado em Letras pela UTFPR, conquistou a premiação na categoria das Ciências Humanas e Sociais com o projeto que analisa discursos pedagógicos de professores de universidades do Paraná. O estudo identifica diferentes métodos de ensino em cursos de licenciatura e bacharelado e como isso afeta a formação dos estudantes.
JORNALISMO – Nesta categoria venceram os jornalistas Vinícius Martins Carrasco da TV Paraná Turismo e Anderson Flavio Gonçalves do jornal Gazeta do Povo.
Vinicius produziu uma reportagem sobre um novo método de identificação de bovinos desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Parana Iapar-Emater (IDR Paraná), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e UTFPR. O processo ajuda a identificar animais doentes, além de rastrear o rebanho. A reportagem foi premiada na categoria Ciências Agrárias.
“Nosso trabalho é divulgar diferentes histórias envolvendo pesquisas científicas, para que o público saiba que as universidades produzem conhecimento e iniciativas inovadoras”, explica o jornalista.
Já Anderson venceu na categoria Ciências Humanas e Sociais com a reportagem sobre o Departamento de Arqueologia do Museu Paranaense, responsável por um acervo de 400 mil itens. O museu, em parceria com a UFPR possui pesquisas que compreendem até 10 mil anos de história.
SOBRE O PRÊMIO - O Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia contempla a cada ano, em um sistema de rodízio, duas grandes áreas de conhecimento. Já são 120 premiados desde 1986, ano em que foi criado. As áreas previstas para a 34ª edição serão Engenharias e Ciências Biológicas, o edital será divulgado ainda neste ano.