Governo divulga finalistas em programa de empreendedorismo e inovação

Finalistas da edição 2023 do programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado receberão aporte de R$ 200 mil para o desenvolvimento das soluções inovadoras. Programa busca transformar o resultado de pesquisas cientificas em novos negócios, produtos e serviços para o mercado.
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01/11/2023 - 14:18
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O Governo do Estado divulgou nesta quarta feira (1º) os projetos selecionados para a fase final do programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) de 2023. Neste ano, cada finalista receberá aporte de R$ 200 mil para o desenvolvimento das soluções inovadoras. Os certificados serão entregues na segunda-feira (6), na abertura da Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Paraná Faz Ciência 2023, no Cine Teatro Ouro Verde, em Londrina, na região Norte.

Coordenado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Prime tem como objetivo transformar o resultado de pesquisas científicas em novos negócios, produtos e serviços para o mercado, em benefício da sociedade. O intuito é fomentar a inovação e a propriedade intelectual e fortalecer a cultura empreendedora entre pesquisadores, incluindo professores, estudantes e profissionais da carreira técnica-administrativa.

Os projetos aprovados para a fase final do Prime são desenvolvidos nas universidades estaduais de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM), na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), nos câmpus de Apucarana e Dois Vizinhos, e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. As pesquisas deste ano abrangem as áreas de energias renováveis, agricultura e agronegócios, biotecnologia e saúde.

Parte do Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, denominado Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e de Inovação (Ageuni), o Prime busca um alinhamento de novos negócios para inserção no mercado, por meio de transferência de tecnologia, licenciamento para produção e comercialização de tecnologias e conexões estratégicas entre os ecossistemas de inovação paranaenses.

Ao longo de sete meses, os pesquisadores passaram por três fases de qualificação, incluindo consultorias coletivas e individuais voltadas para o mercado, a partir de metodologia proposta pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR). A habilitação dos projetos entre as etapas de qualificação foi conduzida por uma comissão de avaliação, composta por representantes do governo e do Sebrae/PR.

Para o diretor de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina, o licenciamento das patentes é uma aposta no potencial da inovação para gerar impacto econômico. “O Paraná está comprometido com políticas públicas para impulsionar a produção científica, aumentar a modernização tecnológica e favorecer a organização e estruturação de um ambiente favorável para os pesquisadores, que muitas vezes têm como principal desafio a falta de mecanismos de incentivo para que as soluções inovadoras alcancem a fase de produção industrial”, afirma.

Todos os projetos aprovados na fase final do Prime têm patente depositada ou concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

PROJETOS SELECIONADOS – A pesquisa da professora Sonia Maria Fabris Luiz, do Departamento de Fisioterapia da UEL, consiste em produzir uma válvula em impressora 3D para auxiliar na reabilitação da função respiratória de pacientes de diferentes idades. O equipamento permite a realização de exercícios respiratórios com máscara orofacial ou em pacientes com traqueostomia (procedimento cirúrgico para abertura da traqueia), contribuindo para melhorar a expansão pulmonar e desobstruir as vias aéreas.

“As pesquisas científicas desempenham um papel crucial na sociedade, sobretudo na inovação tecnológica de várias áreas, incluindo a saúde. Isso torna imprescindível fomentar a pesquisa como meio para alavancar, cada vez mais, as instituições de ensino superior, aproximando o ensino do mercado e alcançando um desenvolvimento sustentável e qualificado”, avalia a docente.

O estudante do Curso de Química da UEM, Rogério dos Santos Maniezzo, desenvolve um projeto chamado HydroButts que propõe a remoção de poluentes em resíduos industriais líquidos, por meio de hidrocarvões produzidos a partir do beneficiamento de bitucas de cigarro. Em um procedimento denominado de carbonização hidrotérmica, o projeto utiliza água para transformar bitucas em um material poroso, reduzindo os impactos da poluição gerada pela indústria no meio ambiente.

Na mesma linha da preservação ambiental, a proposta elaborada pelo professor Murilo Pereira Moisés, da UTFPR em Apucarana, no Vale do Ivaí, está relacionada ao tratamento de resíduos industriais gerados no processo de galvanização, método que aplica uma camada protetora em superfície metálica para aumentar a durabilidade e a resistência do material à corrosão. O estudo alcançou eficiência de 99,9% na remoção de metais pesados, resultando em um material sólido que pode ser utilizado na purificação de água e na captura de dióxido de carbono.

O projeto Queijos Cumbuca, desenvolvido pela tecnóloga em Alimentos Silviane Aparecida Tibola, da UTFPR de Dois Vizinhos, na região Sudoeste, é voltado para a indústria de laticínios e consiste em um dispositivo para moldar os queijos em forma de recipiente para adição de outros alimentos, como massas, caldos e risotos.

O pesquisador de pós-doutorado Bruno Leandro Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da PUCPR, em Curitiba, desenvolveu um implante veterinário de baixo custo, que utiliza material que pode ser absorvido pelo organismo, descartando a remoção cirúrgica. Impressos em 3D, esses implantes irão auxiliar na recuperação de fraturas e substituir implantes convencionais de aço, que necessitam de cirurgia para remoção, assim como os modelos de acrílico, que podem ser tóxicos.

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