Com o objetivo de integrar ainda mais os deficientes auditivos à sociedade, 26 de setembro foi instituído por lei o Dia Nacional dos Surdos. No Paraná, o Governo do Estado garante a inclusão dos jovens surdos nas instituições de ensino estaduais, fazendo com que esses alunos tenham acesso a um processo de ensino e aprendizagem de qualidade.
Atualmente, 1,9 mil estudantes com deficiência auditiva estão matriculados na rede estadual de ensino paranaense. Eles têm direito à mediação de um profissional tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A solicitação do profissional que faz esse acompanhamento deve ser feita pela escola ao Núcleo Regional de Educação correspondente.
Maria Eduarda Ramos, estudante do Instituto de Educação do Paraná Erasmo Pilotto, em Curitiba, é um dos alunos que têm a inclusão garantida. A sala onde a menina estuda, composta por estudantes ouvintes, conta com a presença de uma intérprete de Libras.
“Eu não me sinto excluída de nenhuma forma. Sempre estou junto com meus colegas, fazendo trabalhos em grupo. Quando eu iniciei aqui, no sexto ano, eu nunca tinha estudado com alunos ouvintes. Eu vim de uma escola que era apenas para surdos. Eu achei muito legal, tanto é que fiz amizades e ensino os sinais para meus amigos””, conta a estudante.
Na sala de Maria Eduarda quem atua é a intérprete Juliana Serrato, que está no Instituto de Educação há 14 anos. Ela explica que, por ser simultâneo, o processo não envolve apenas a mera tradução da Língua Portuguesa falada para Libras, mas também uma interpretação. “É preciso ainda ter uma base do conteúdo que vai ser passado em sala” para que o estudante surdo não perca nada das aulas.
INCLUSÃO –- Além de garantir a presença do intérprete em sala aos estudantes que dominam a Libras, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte também coloca à disposição dos alunos com deficiência auditiva as Salas de Recursos Multifuncionais Surdez.
Trata-se do Atendimento Educacional Especializado (AEE), realizado no contraturno, que complementa a escolarização curricular dos estudantes surdos via reforço da aprendizagem da Libras e da Língua Portuguesa. Caso não haja uma sala assim na escola onde o aluno está matriculado, é possível frequentar a da instituição mais próxima.
O Estado mantém também três escolas bilíngues (Libras /– Português), instaladas em Curitiba e Londrina, com aulas voltadas somente a alunos surdos, ministradas em Libras por professores que também são surdos ou ouvintes que dominam a língua de sinais. Além das escolas mantidas pelo Governo, a pasta tem parceria com outras nove instituições do gênero em várias regiões do Paraná.