O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou nesta quarta-feira (24), ao presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bin, o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do projeto da Nova Ferroeste. Ele e o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, se reuniram com técnicos do órgão ambiental em Brasília para tratar do empreendimento.
Proposto pelo Governo do Estado, o projeto prevê uma ligação férrea entre Maracaju (MS) e o Porto de Paranaguá, além da ampliação e modernização do trecho já existente, entre Cascavel e Guarapuava, e novos ramais até o MS e Foz do Iguaçu. A Secretaria de Infraestrutura e Logística protocolou nesta terça (23) o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Nova Ferroeste, uma das etapas do pedido de Licença Prévia.
Ratinho Junior destacou a importância da participação de diversos órgãos federais na execução do EIA, essencial para solicitar o licenciamento do projeto. “Desde o início, a equipe do Ibama se aproximou do projeto. Os profissionais estiveram nos locais abrangidos pelo projeto, percorreram todo o trecho a ser estudado e nos orientaram sobre quais as melhores soluções nas questões ambientais”, afirmou Ratinho Junior.
“Queremos levar o projeto da Nova Ferroeste para o leilão já com a licença prévia emitida, isso dá mais segurança para o investidor participar”, disse o governador.
O relatório foi feito em menos de um ano. Isso só foi possível porque a análise ambiental foi elaborada ao mesmo tempo que o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA). Segundo o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, essa engenharia simultânea trouxe inúmeras vantagens para o projeto.
“O levantamento ambiental contribuiu para escolha do melhor traçado, que mitiga ao máximo os danos ao meio ambiente”, avaliou. “Essa reunião em Brasília mostrou como o Mato Grosso do Sul e o Paraná trabalham muito bem juntos e veem a Nova Ferroeste como uma solução logística sustentável e essencial para o desenvolvimento dos dois estados”.
Para o governador Reinaldo Azambuja, a Nova Ferroeste é um projeto estratégico para o desenvolvimento dos dois estados. “No futuro, com a viabilização da ferrovia, o nosso estado, assim como o Paraná e Santa Catarina, vão diminuir a exportação de commodities e ampliar a exportação principalmente de proteína animal”, disse.
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ANÁLISE – O Ibama iniciou a pré-análise do estudo e deve divulgar nas próximas semanas o prazo oficial para convocação das audiências públicas a serem realizadas no início de 2022. Os locais são definidos pelo órgão licenciador, as audiências serão realizadas pela Nova Ferroeste com acompanhamento de técnicos do governo federal.
A população das regiões abrangidas pelos trilhos da nova estrada de ferro vai poder conhecer detalhes do projeto e dar sugestões de ações para evitar, mitigar ou compensar o impacto ambiental. Será uma oportunidade para tirar dúvidas sobre o empreendimento, fazer sugestões e críticas. Antes do parecer final, os técnicos do Ibama vão retornar a alguns locais do traçado para realizar uma vistoria de avaliação.
NOVA FERROESTE – A Nova Ferroeste terá 1.304 quilômetros de extensão e será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País. No primeiro ano de operação plena, devem passar pelos trilhos da estrada de ferro cerca de 38 milhões de toneladas de produtos, a maioria com destino ao porto de Paranaguá.
PRESENÇAS – Participaram do encontro em Brasília o diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Jonas Trindade; o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves; o chefe do Escritório de Representação do Paraná em Brasília, Rubens Bueno II; os deputados federais paranaenses Toninho Wandscheer, Stephanes Jr, Ricardo Barros, Pedro Lupion e Luizão Goulart; o senador sul-matogrossense Nelsinho Trad e os deputados Bia Cavassa, Dogoberto Nogueira, Vander Loubet e Beto Pereira, também do MS.