A Fundação Araucária promoveu entre os dias 16 e 19 o Workshop “Escola Internacional de Pesquisa e Inovação Colaborativa: Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS)". O evento online teve como objetivo identificar as políticas públicas locais, regionais e internacionais sobre o tema para futuras parcerias em projetos envolvendo pesquisadores e instituições do Paraná, Reino Unido e Quebec-Canadá e estruturar uma Escola Doutoral.
As pessoas também acompanharam a transmissão do Workshop por meio do YouTube.
O workshop viabilizou o contato com pesquisadores e agências de fomento internacionais para a construção conjunta de parcerias. O evento conta com o apoio institucional da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico Social (Cedes).
“O Paraná é um dos estados do Brasil que possui maior densidade de ativos, ou seja, de pesquisadores de alto nível que estão muito bem distribuídos”, disse o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig. Segundo ele, esse fato é considerado um patrimônio da sociedade paranaense, a sociedade do conhecimento. Esse número de pesquisadores vem crescendo ao longo dos anos. São aproximadamente oito mil professores e quase seis mil são doutores, nas universidades estaduais. “Portanto, podemos aproveitar esses ativos para que eles trabalhem nos assuntos de interesse do Estado, como nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis”, afirmou.
Durante os quatro dias do evento, que contaram com a participação de aproximadamente 120 pessoas, foram promovidas diversas trocas de experiências referentes aos ODS, como relatos da diretora associada de internacionalização do Conselho de Investigação do Ambiente Natural do Reino Unido (NERC), Sarah Webb; e do professor na área de Sustentabilidade e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos da Universidade de Coventry, Benny Tjahjono.
“Temos como proposta estudar e aplicar alguns dos seguintes temas transversais ligados aos ODS: a captação de pesquisa em aceleração de impacto,pesquisa em nível de sistemas socioeconômicos, tecnologias digitais e de dados e também a capacitação para pesquisadores em início de carreira”, informou Sarah.
O professor Benny Tjahjono comentou sobre as principais ações que precisam ser tomadas para o desenvolvimento de políticas voltadas aos ODS. “A orientação em cascata, otimização econômica e a consciência ambiental precisam ser calcadas na resiliência, mudança efetiva e colaboração das pessoas. E para que essas medidas tenham efeito precisamos dos seguintes facilitadores: tecnologia, mercado e inovação”.
Neste mesmo dia, o workshop contou com a participação da gestora da educação superior e ciência do Conselho Britânico, Vera Oliveira.
No terceiro dia do evento, o embaixador do Brasil no Canadá, Pedro Henrique Lopes Borio, destacou a relação entre o Canadá e o Brasil. “Estamos tentando avançar em um acordo de comércio entre o Mercosul e o Canadá, independente da pandemia. Tínhamos uma expectativa de fazer duas rodadas de negociação neste semestre, diante das circunstâncias tivemos que adiar, mas ela vai acontecer. Temos negociações em vista no mercado de produtos agrícolas”, disse.
Paulo Rezende de Castro Reis, diretor de Relações Institucionais na Câmara de Comércio Brasil-Canadá, fez uma apresentação sobre o ecossistema de inovação e P&D naquele País. Afirmou que, assim como o Paraná com o Biopark, o Canadá possui um ecossistema que reúne instituições de ensino com empresas, com centros de inovação e com o Governo. Criando grandes hubs e ecossistemas de inovação. “A inovação está no DNA dos canadenses. O Canadá possui muitos hubs de inovação, com a maioria das startups concentradas em Ontario, British Columbia, Alberta e Quebec. O Canadá é um dos melhores países do mundo para sediar startups. Também por conta da solidez econômica, pouca burocracia, baixos custos para abertura de empresas e facilidade de financiamento.”
Mark Purdon, membro do corpo docente da Universidade do Quebec em Montreal, compartilhou as pesquisas que desenvolve atualmente nas quais faz a comparação entre as políticas de mudanças climáticas em diversos países.
Durante os quatro dias do evento, foi destacada a importância da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), ressaltando também que quando os ODS são tratados como ferramenta para a geração de políticas públicas, torna-se uma tendência entre os países que fazem parte da Organização.
PONTOS FOCAIS - No último dia do evento foi a vez dos pontos focais do Paraná relatarem as experiências que possuem em suas respectivas instituições, políticas públicas e programas voltados aos ODS. Representantes do Paranacidade, da Superintendência da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, das Secretarias da Educação e do Esporte, da Infraestrutura e Logística, da Segurança Pública, da Justiça, Família e Trabalho, da Agricultura e do Abastecimento e a Assespro – Paraná apresentaram as políticas públicas e programas voltados aos ODS que possuem.
“Hoje o Paraná é pioneiro tanto no Brasil, quanto fora dele, em relação à Agenda 2030. Estamos conseguindo mapear o Estado com mais eficácia no levantamento de dados e ações, e com o estabelecimento de parcerias internacionais e auxílio de pesquisadores e da Fundação Araucária, avançaremos cada vez mais em todo esse processo”, destacou a vice-presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Cedes), Keli Guimarães.
O diretor científico, tecnológico e de inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, disse que a transformação do sistema de ciência, tecnologia e inovação em um bem comum que possa ser usufruído pela população é uma das prioridades dessa Escola Doutoral que será formada. Temos também como objetivo o aproveitamento máximo dos ativos já existentes no Estado, definindo novas formas de fomentos, e priorizando sempre as especificidades e demandas de cada região”.
Marília de Souza, gerente executiva do Observatório Sistema FIEP, falou sobre a visão que a indústria tem com relação aos ODS. “Dentre tantos projetos, podemos destacar a Bússola da Sustentabilidade, que promove o alinhamento das estratégias de negócio e das atividades das indústrias aos aspectos sociais, ambientais, econômicos, culturais e geográficos de sustentabilidade, tendo em vista a evolução da dinâmica empresarial e o estímulo à competitividade”.