Força-tarefa salva matrizes de peixes e garante repovoamento dos rios

Agentes do IAT e da Polícia Civil encontraram um dos mais volumosos materiais de pesca predatória do ano. Fiscalizações ocorreram nos rios Tibagi, Paranapanema, Cinza, Laranjinha e Lago da Represa Canoas 1.
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01/11/2020 - 18:00

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O Instituto Água e Terra (IAT) promoveu a Operação Tempestade na Represa, entre os dias 28 e 31 de outubro, nas águas dos rios Tibagi, Paranapanema, Cinza, Laranjinha e Lago da Represa Canoas 1. Com um dos volumes mais vultosos de materiais apreendidos durante o ano, a ação salvou milhares de matrizes – peixes com ovas -, o que garante o repovoamento dos rios da Bacia Hidrográfica do Paraná.

A operação resultou na apreensão de 5.000 metros de redes de emalhar, mais de 500 metros de cordas de espinhal com anzóis e 12 unidades de tarrafas de arrastão e lance. Além disso, os agentes encontraram grande quantidade de peixes nativos presos às redes. Algumas espécies emalhadas estão protegidas desde 15 de outubro, como o mandi, dourado e piracanjuba.

A força-tarefa contou com o apoio da Polícia Civil - Subdivisão de Cornélio Procópio no primeiro dia, que cedeu embarcação apropriada para a fiscalização. Os materiais apreendidos são de caráter predatório, o que caracteriza crime ambiental, com multa prevista na Lei Federal nº 9.605/1998, de R$ 700,00 por pescador e mais R$ 20,00 por quilo ou unidade de peixe pescado.

DOAÇÃO - Como os materiais encontrados não estavam sob a guarda de ninguém, a operação não resultou em multas aplicadas. Os peixes entrelaçados nas redes foram libertados e os que não podiam ser soltos foram destinados ao Asilo São Francisco de Paula, de Bandeirantes.

“Conforme a situação em que o peixe se encontra emalhado na rede, ele sofre muito na manobra de soltura. Por isso, optamos em encaminhar à Instituição de caridade cerca de 36 quilos de espécies variadas, inclusive nativas, e que não poderiam estar sendo pescadas no momento”, disse o chefe regional do IAT em Cornélio Procópio, João Carlos Ferreira.

Ele destaca, ainda, que a falta de chuva é um agravante para a pesca predatória. “Com pouca quantidade de água nos rios, os peixes ficam presos em pequenos poços entre as pedras, buscando por oxigenação. Isso facilita a ação de pescadores com as tarrafas, prejudicando a reprodução dos peixes protegidos por lei”, disse.

O material apreendido fica sob a guarda do IAT por tempo determinado e, caso não seja requisitado, é levado à incineração. 

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