Maior do Brasil, Festival de Curitiba terá 350 espetáculos nas próximas semanas

As atrações serão distribuídas por 70 espaços culturais até 6 de abril. Os espetáculos impactam diretamente a cadeia da economia criativa e do turismo paranaense, com mais de 1,8 mil artistas, técnicos e profissionais da cultura participando direta e indiretamente do festival.
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25/03/2025 - 11:00
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Uma plateia lotada acompanhou o início oficial da 33ª edição do Festival de Curitiba na noite de segunda-feira (24), no Teatro Positivo. A expectativa é de que mais de 200 mil pessoas acompanhem as 350 atrações artísticas que fazem parte da agenda, com apresentações em mais de 70 espaços culturais de Curitiba e da região metropolitana.

A secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, lembrou que o Governo do Estado é um apoiador de longa data do evento, que neste ano conta com aportes da Copel, Sanepar e Viaje Paraná. “O Governo do Paraná tem a honra de ser um parceiro histórico deste festival por compreender o seu impacto e relevância. Nosso compromisso com a cultura se reflete no apoio contínuo a iniciativas que promovem o acesso à arte e incentivam a criatividade e a diversidade cultural”, pontuou.

Também participaram da abertura do festival os secretários estaduais do Turismo, Márcio Nunes, e do Planejamento, Guto Silva. 

Os espetáculos de um dos mais importantes eventos de artes cênicas do Brasil impactam diretamente a cadeia da economia criativa e do turismo paranaense. Isso porque mais de 1,8 mil artistas, técnicos e profissionais da cultura devem participar direta e indiretamente do evento, que vai até o dia 6 de abril.

“O Festival de Teatro de Curitiba é um belo exemplo de como o investimento em cultura gera retorno para a sociedade, impulsionando o setor cultural e o turismo, fortalecendo a economia criativa e gerando oportunidades”, acrescentou a secretária estadual da Cultura.

ABERTURA A cerimônia de abertura contou com o espetáculo “Os Mambembes”, baseado na comédia de Artur Azevedo, de 1904, sobre as aventuras de atores e atrizes de teatro. A direção da peça foi de Emílio de Mello e Gustavo Guenzburger, e contou com atores consagrados no elenco, como Cláudia Abreu, Deborah Evelyn, Julia Lemmertz, Leandro Santanna, Orã Figueiredo e Paulo Betti, acompanhados do músico Caio Padilha.

O carnavalesco e pesquisador Milton Cunha comandou a apresentou da cerimônia e afirmou que é ‘divino’ ver a movimentação de Curitiba entorno do evento. “Turismo e cultura andam lado a lado, pois são dois vetores de atração e movimentação do espaço. Então quando você vê uma cidade que tem 70 espaços para cultura, performance, teatro e cultura, você percebe que todo mundo tem que estar de olho em um evento deste”, afirmou.

Como já é tradição, o Centro Cultural Teatro Guaíra será um dos principais espaços do Festival, recebendo 15 espetáculos da Mostra Lucia Camargo. Grandes nomes do cenário artístico brasileiro passarão pelo Guaíra, como Débora Falabella, com o monólogo “Prima Facie”, Marcelo Serrado e Heloísa Périssé, em “Avesso do avesso”, e Gregório Duvivier, com a comédia poética “O Céu da Língua”.

Os ingressos para o Festival de Curitiba variam entre entradas gratuitas até R$ 85, mais taxas administrativas. Eles podem ser adquiridos pelo site oficial do evento, onde também é possível conferir a programação completa, e na bilheteria física exclusivo no Shopping Mueller, que fica aberta de segunda a sábado, das 10h às 22h. Nos domingos e feriados, o atendimento é das 14h às 20h. 

Com Milton Cunha, artistas nacionais e grande público, Festival de Curitiba teve início nesta segunda-feira (24)
A cerimônia de abertura contou com o espetáculo “Os Mambembes”, baseado na comédia de Artur Azevedo, de 1904. Foto: Secretaria do Turismo


TURISMO – Para estimular os visitantes de outros estados e estrangeiros que participam do festival a conhecer mais sobre o Paraná, o Viaje Paraná, órgão de promoção do turismo vinculado à Secretaria do Turismo, instalou estandes para atendimento aos visitantes dentro de espaços que integram a programação do Festival.

Um deles está localizado no Teatro Guaíra, parte do circuito principal, enquanto outros dois funcionam em eventos paralelos que fazem parte da programação do festival: no Risorama, evento em formato de comedy club com os maiores nomes do humor do País, e no Gastronomix, que une música instrumental, artes cênicas e gastronomia.

Na revista oficial do evento, também há uma página dedicada exclusivamente ao turismo do Paraná. Nela, os leitores são convidados a conhecer os arredores de Curitiba, apostando em atrativos inesquecíveis, como o trem que desce a Serra do Mar e o Parque Histórico de Carambeí, nos Campos Gerais, entre outras opções de passeios.

Segundo o diretor-presidente do Viaje Paraná, Irapuan Cortes, o Festival de Curitiba é responsável por movimentar uma grande cadeia produtiva, gerando empregos e atraindo atenção para a Capital paranaense ao longo da programação. “É um evento consolidado, que movimenta a economia do Estado e atrai muitas pessoas de fora, que chegam para acompanhar a programação ou para trabalhar no evento. O público também ajuda a levar a imagem do Paraná para outros locais, e é por isso que o Viaje Paraná está em peso com ações promocionais”, disse.

Confira as exibições que integram o Festival de Curitiba e ocorrem nos palcos dos equipamentos culturais do Estado do Paraná:

GUAIRÃO – Em um dos mais importantes teatros do Paraná, o Guairão, estarão em cartaz espetáculos como “Prima Facie”, de Débora Falabella. O primeiro solo da atriz chega ao Festival após imenso sucesso, causando comoção nacional e internacional, e com três indicações ao Prêmio Shell, de Melhor Atriz, Melhor Direção e Melhor Música.

Outra peça é o aguardado musical “Ray – Você Não Me Conhece”, que retrata a trajetória de Ray Charles desde os primeiros passos na música até a sua consagração como um dos maiores ícones da música, que tem história marcada pela luta por direitos civis contra as injustiças sociais.

O Guairão também recebe a comédia romântica “Brilho Eterno”, com Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller, altamente aclamada pela crítica e que conquistou quatro prêmios, incluindo o de Melhor Espetáculo no Prêmio Bibi Ferreira.

Também compõem a programação o “O Céu da Língua”, espetáculo de Gregorio Duvivier com direção de Luciana Paes, que estreará em Curitiba após sucesso de público e de críticas em Portugal e no Rio de Janeiro; e a comédia “Avesso do Avesso”, em que ao apresentarem histórias de supostos casais, Heloísa Périssé e Marcelo Serrado vivem vários personagens em esquetes que conduzirão a plateia às gargalhadas.

TEATRO
O Governo do Estado é um apoiador de longa data do evento. Foto: Kraw Penas/SECC


GUAIRINHA A estreia nacional de “Daqui Ninguém Sai”, novo espetáculo do Teatro de Comédia do Paraná, com direção de Nena Inoue, apresenta mais de 30 contos de Dalton Trevisan, que completaria 100 anos em 2025. O aguardado espetáculo também revela trechos de cartas inéditas do autor com outros escritores, tendo em seu processo de criação a participação do contista curitibano.

O palco também recebe o drama “Alaska”, em que pela primeira vez em sua carreira, Rodrigo Pandolfo dirige e atua ao mesmo tempo em uma história misteriosa que gera uma grande porta aberta para diferentes interpretações do público.

A tragédia “Rei Lear”, posicionada entre os melhores espetáculos pelo jornal Folha de São Paulo em 2024, conecta a dramaturgia shakespeariana ligada à vida da drag queen contemporânea, tendo o protagonista sido indicado ao Prêmio Shell de melhor ator.

No drama “Júpiter e a Gaivota – É Impossível Viver Sem o Teatro”, a Companhia Setor de Áreas Isoladas cria uma nova escritura cênica da obra “A Gaivota”, do russo Anton Tchékhov, para discutir a ideia de amor e evocação nos tempos atuais, a partir de uma leitura feminina, contemporânea e brasileira.

A “Nebulosa de Baco”, da premiada companhia curitibana Stavis-Damaceno, com dramaturgia de Marcos Damaceno, traz para a capital paranaense pela primeira vez o seu novo espetáculo, sucesso de críticas em sua estreia no Rio de Janeiro, com Rosana Stavis e Helena Jorge.

TEATRO JOSÉ MARIA SANTOS – O palco, que também integra o Teatro Guaíra, recebe a peça contemporânea “Cabaré Haikai”, que parte de obras consagradas de Paulo Leminski, que completaria 80 anos em 2024. Com sua filha Estrela Leminski na dramaturgia, o espetáculo reflexiona sobre o legado do poeta e escritor e consagra a sua vertente musical.

O drama “Língua”, com direção de Vinicius Arneiro, é uma elogiada trama criada em português e em Libras para refletir sobre os impasses de comunicação universais, sem colocar a condição de surdez como tema central da história.

O espetáculo “A Última Ceia”, projeto que teve sua estreia em 2024 no Kunstenfestivaldesart (Bruxelas), consiste em uma peça-jantar que parte do famoso quadro homônimo de Leonardo Da Vinci e do acontecimento bíblico.

O documentário contemporâneo “Homens Pink”, da La Vaca Companhia de Artes Cênicas, de Florianópolis, traz ao palco do Teatro José Maria Santos uma performance que celebra o orgulho da ancestralidade LGBT+.

Outra novidade é “Sebastião”, um musical da companhia Ateliê 23, de Manaus, inspirado no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, que traz à cena questionamentos e afirmações sobre corpos que ainda são postos à margem dos cuidados e do direito à existência.

MUSEU PARANAENSE Em uma intersecção entre teatro, artes visuais e cinema, o Museu Paranaense (MUPA) apresenta dez sessões da peça-instalação “O Coveiro” dos dias 26 a 30 de março e 2 a 6 de abril, sempre de quarta a domingo, às 19h. O espetáculo integra a Mostra Interlocuções, com entrada livre e gratuita. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da sessão.

Durante o percurso da peça, o ator Diego Marchioro monta, diante do público, uma instalação a partir de uma coleção de vídeos, obras de arte e fragmentos de textos. O trabalho convida os espectadores a viver uma experiência multidirecional – fruir uma peça de teatro, que durante sua duração, se transforma em uma instalação de artes visuais. A instalação resultante da peça fica aberta durante os horários de funcionamento do museu, de terça a domingo, das 10h às 17h30, e ocupa a Sala Lange de Morretes.

A ação propõe uma reflexão sobre arte, natureza, as relações entre espécies, nascimento e morte. Durante a apresentação, o ator se relaciona com vídeos dos artistas Beto Bruel, Isabel Teixeira, Cida Moreira, Ná Ozzetti, Nadja Naira, Edith de Camargo e Fernando de Proença – diretor da montagem.

Ele também interage com objetos visuais como uma “Máquina de Cavar”, criada pelo artista Guto Lacaz; a obra “Segunda Natureza”, de Milla Jung; um adereço de cabeça, criado pelo estilista Walério Araújo; e um mobiliário de cena, criado por Erica Storer – que também assina a cenografia. A trilha sonora é de Edith de Camargo e a iluminação de Beto Bruel. A peça também apresenta uma canção inédita composta por Ná Ozzetti.

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