A Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.) transportou, em maio, 1.001 contêineres refrigerados até o Porto de Paranaguá, a maior carga de sua história e a primeira vez que a empresa ultrapassou a marca de mil unidades. Foram carregadas aproximadamente 30 mil toneladas de proteína animal congelada no terminal intermodal de Cascavel, no Oeste do Estado, volume 23% maior do transportado em maio do ano passado.
A quantidade também superou o último recorde de movimentação de contêineres pela Ferroeste, que tinha sido atingido em janeiro deste ano, com 946 unidades carregadas. A empresa, que opera a malha ferroviária entre Cascavel e Guarapuava, tem alcançado bons resultados logísticos e fechou o primeiro quadrimestre de 2020 com lucro de R$ 1,66 milhão, o maior de sua história para o período.
Assim como a ampliação da capacidade de escoamento da safra de grãos, o aumento no carregamento de contêineres que saem de Cascavel com destino ao Porto de Paranaguá é resultado de um acordo firmado pela Ferroeste com a Rumo Logística, que reduziu o tempo de trânsito dos trens pelo modal. O transporte de contêineres também inclui a empresa Brado Logística, responsável pela gestão dos contratos com as cooperativas produtoras.
Para o presidente da Ferroeste, André Gonçalves, a maior agilidade nas operações da empresa diminui os custos da produção paranaense. “A nossa missão é atender de forma mais eficiente o setor produtivo, aumentando gradativamente o escoamento pelo modal ferroviário, com ganho de tempo e de economicidade no valor do frete”, afirma.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, também destacou o ganho de eficiência da Ferroeste desde o ano passado. “A nova gestão da Ferroeste focou na eficiência e acumula números positivos e recordes históricos”, disse. Segundo ele, depois de praticamente três décadas, a empresa passou a ter números no azul e fez grandes movimentações nos primeiros meses do ano. “O transporte de mais de mil contêineres é mais uma prova da eficiência de uma gestão comprometida com o setor produtivo paranaense”, afirma.
EFICIÊNCIA – Em fevereiro deste ano, a Ferroeste e a Rumo formalizaram o Contrato de Operações Específicas (COE), um acordo que permite que as duas empresas compartilhem cargas que saem da Região Oeste em direção a Paranaguá. A negociação possibilita à Rumo, que opera a malha de Guarapuava até Paranaguá, a entrar no trecho da Ferroeste (Cascavel-Guarapuava), inclusive com reforço de maquinário.
O acordo trouxe mais eficiência na logística, já que não é mais necessário transferir a carga de uma empresa para outra, explica o diretor de Operações da Ferroeste, Gerson Almeida. “Houve um ganho de capacidade que melhora o escoamento da produção. Com esta operação mais robusta, ganhamos cada vez mais confiança das cooperativas agroindustriais da região Oeste”, afirmou.
O diferencial é ainda maior com as cargas perecíveis, como as proteínas animais. Os contêineres precisam ficar refrigerados a uma temperatura aproximada de -20ºC. Para manter as baixas temperaturas, eles passam por um processo chamado de tomada de frio: são 24 horas ligados na tomada no terminal da Cotriguaçu, em Cascavel, antes de serem despachados a Guarapuava, onde ficam por mais 12h refrigerando, para então seguir para Paranaguá. “O tempo de toda essa operação reduziu em 30%. O que antes poderia levar até 12 dias, hoje é transportado em sete ou oito dias”, explicou Almeida.
COOPERATIVAS – A maior parte das cargas transportadas nos contêineres é de frango, produzidos pelas principais cooperativas agroindustriais do Oeste do Paraná e que seguem para o Porto de Paranaguá para exportação. A Cotriguaçu, que é cliente da Ferroeste, gerencia o escoamento ferroviário da produção das cooperativas C.Vale, Coopavel, Copacol e Lar.
Cerca de 2,5 mil contêineres com proteína animal são enviados por mês para Paranaguá, seja por trens ou caminhões. “Em maio, chegamos a 40% da carga transportada pelo modal ferroviário, que tem um custo menor e garante mais economia no escoamento da produção”, disse o superintendente da Cotriguaçu, Gilson Luiz Anizelli. “A média, até o ano passado, era de cerca de 830 contêineres por mês, e agora ultrapassou as mil unidades”, destaca.
De acordo com Graciele Santos, gerente Comercial da Brado Logística, que faz a gestão dos contratos de contêineres com as cooperativas, a ideia é ampliar o transporte de contêineres pela ferrovia. “Crescer nesse modal está se tornando um projeto alcançável para as cooperativas. Esse novo recorde alcançado pela Ferroeste é um exemplo de que podemos concretizar nossa parceria para atingir esse objetivo”, diz.