Ferroeste tem aumento de cargas
e bate recorde de faturamento

A empresa, que tem o Governo do Paraná como principal acionista, faturou R$ 3,12 milhões em fevereiro, melhor marca de um mês em 30 anos. No acumulado do ano, o volume de cargas chegou a 210.172 toneladas - aumento de 23,7% em relação ao mesmo período de 2018.
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28/03/2019 - 10:10

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A Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.) faturou R$ 3,12 milhões em fevereiro de 2019 com a movimentação de 105.973 toneladas de produtos. A marca representa um recorde absoluto da empresa em apenas um mês em trinta anos de história. Os números foram alcançados com o transporte de 68.669 toneladas de granéis, 19.322 em contêineres e 17.723 de produtos industrializados, e representam crescimento de 18,6% no volume de cargas e de 31% no faturamento na comparação com fevereiro de 2018.

No acumulado do ano, o volume de cargas chegou a 210.172 toneladas - aumento de 23,7% em relação ao mesmo período de 2018. O faturamento alcançou R$ 6,08 milhões, 43% a mais no comparativo com o ano passado e 42,3% superior a janeiro e fevereiro de 2017. Nos anos anteriores os valores absolutos giraram em torno de R$ 4,2 milhões.

Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, André Luiz Gonçalves, o desempenho da empresa superou as expectativas, mesmo levando em consideração o período de escoamento da safra de grãos. “É uma notícia muito boa, animadora, principalmente no início de Governo. Temos um março mais moderado, mas também perto de R$ 3 milhões. Nos preocupamos em melhorar o nosso fluxo ao longo dos 249 quilômetros e também a nossa relação com os clientes e parceiros nos terminais de Guarapuava e Cascavel”, destaca.

A projeção de receita para o ano é de R$ 24,712 milhões, mas a depender de fluxo similar, a Ferroeste pode fechar 2019 com faturamento na casa de R$ 27 milhões. O resultado deve ajudar a equilibrar um deficit financeiro acumulado dos últimos anos. “Temos como meta principal nesse primeiro ano equilibrar a área financeira, o balanço entre despesas e receitas. Podemos alcançar o fim do ano com resultado muito positivo e o Governo apoia essa iniciativa”, complementa o diretor-presidente.

Além de grãos (soja, milho e trigo), contêineres, cimento e madeira também são escoados pelos trens da Ferroeste em direção ao Porto de Paranaguá. No sentido importação, a empresa transporta principalmente insumos agrícolas, adubos, fertilizantes e combustíveis. A missão é oferecer tarifas mais justas para produtores e cooperativas.

OLHO NO FUTURO – A Ferroeste também se prepara para o futuro da infraestrutura do Estado e do continente. Por determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, a empresa solicitou estudos sobre a nova Ferroeste, ligando Dourados (Mato Grosso) a Paranaguá, e aguarda o processo final no qual alguns consórcios devem apresentar projetos para o traçado.

A nova linha de mil quilômetros teria capacidade para transportar 50 milhões de toneladas por ano. Somente a região Oeste, já atendida pela Ferroeste, produz 14 milhões de toneladas/ano, e estima-se produção de 21 milhões de toneladas/ano nos próximos 15 anos. O custo total da obra é calculado em cerca de R$ 10 bilhões.

Segundo André Luiz Gonçalves, somente o modal ferroviário será capaz de atender grandes volumes de produção por longas distâncias. “Entendemos que nesses primeiros anos precisamos ter em mãos o projeto executivo da nova Ferroeste. O estudo de viabilidade técnica e econômica é fundamental para atrair investidores e sabemos que o Paraná tem sido vitrine para os estrangeiros, principalmente na infraestrutura. O modal ferroviário é fundamental para o futuro, aliado ao modal rodoviário para alimentar esse escoamento e na descarga e distribuição”, afirma.

O diretor-presidente explica que os trilhos da Ferroeste já têm a 3ª melhor velocidade comercial do Brasil e devem ajudar o Paraná a desenvolver a sua infraestrutura. “A gente olha o Estado, o setor produtivo muito forte, as grandes cooperativas que continuam crescendo e investindo, que estão entre as maiores da América do Sul. Isso ajuda a economia regional. Já não temos capacidade de atender toda a demanda do Oeste e essa é uma preocupação do setor produtivo”, completa.

CORREDOR BIOCEÂNICO – No compasso da preparação dessa nova operação, o Paraná estabelece as raízes para a criação do corredor bioceânico entre o Porto de Paranaguá e o Porto de Antofagasta, no Chile. A ligação de 2,5 mil quilômetros facilitará o escoamento da produção regional e de todo o cone sul para o mercado asiático.

O projeto já foi apresentado pelo governador Ratinho Junior ao presidente Jair Bolsonaro; ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez; ao diretor-geral brasileiro da Itaipu, Joaquim Silva e Luna; ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; e aos embaixadores da China (Yang Wanming) e de Israel (Yossi Shelley).

Parte do corredor passará pela Ferroeste. Segundo o diretor-presidente da empresa, essa é uma rota estratégica para a América do Sul competir em nível internacional. “O Paraná se fortalecerá muito com o corredor bioceânico porque passa a ser um hub estratégico. Isso gera receita, emprego, aumenta o faturamento da Ferroeste, é um expediente perfeito”, destaca Gonçalves. “O governador propaga um movimento político e social de infraestrutura em nível de continente, fundamental para acelerar o desenvolvimento regional. O projeto a médio e longo prazo precisa de um pontapé inicial, essa é a primeira etapa que o governador tem defendido”.

A ligação entre os portos de Paranaguá e Antofogasta e a reestruturação de escoamento da produção do agronegócio vão engordar as exportações brasileiras e sul-americanas para os países asiáticos pelo Oceano Pacífico. Apenas o Paraná exporta anualmente mais de US$ 6 bilhões à China, principal consumidor de soja e carne de frango do Estado.

Segundo o governador Ratinho Junior, o Paraná é o “umbigo” da América do Sul e pode se transformar em um centro logístico. “Estamos muito próximos em termos de distância e quilometragem de cerca de 70% das capitais e bem no centro do potencial econômico do agronegócio, do Mato Grosso e Minas Gerais em direção ao Sul. Nesse cenário o Paraná é estrategicamente um ponto de exportação para os empresários”, defende.

A sede do corredor no Paraná facilita a integração dos demais estados do Sul com a cadeia de exportação para a Ásia. O projeto prevê escoamento da produção de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pelo trecho que se inicia em Cascavel, no Oeste do Estado.

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