Ferroeste registra
lucro pela primeira
vez em 23 anos

Planejamento estratégico e redução de custos garantiram o desempenho. Lucro operacional em 2019 foi de R$ 453 mil, faturamento de mais de R$ 30 milhões e 1,1 milhão de toneladas transportadas na malha que liga Cascavel a Guarapuava.
Publicação
15/01/2020 - 09:37

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A Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.) fechou 2019 com lucro operacional de R$ 453 mil (expurgada as depreciações), faturamento bruto na casa dos R$ 30,5 milhões e mais de 1,1 milhão de toneladas de produtos transportados na malha ferroviária que liga Cascavel a Guarapuava. Desde o início da operação da empresa estatal, em 1996, é a primeira vez que um ano termina no azul.

Planejamento estratégico, redução de custos e uma série de outras medidas explicam o desempenho. A Ferroeste registrou faturamentos mensais na casa de R$ 3 milhões em 2019 e alcançou R$ 30,5 milhões no acumulado dos doze meses. Esse montante é 49% superior a 2018, com R$ 20,5 milhões, e 75% maior em relação a 2017, ano de R$ 17,4 milhões de faturamento. O resultado de dezembro também foi satisfatório, com crescimento de 105% em relação ao mesmo mês do ano retrasado.

O volume total de cargas transportadas também foi recorde no ano passado, com 1,1 milhão de toneladas, contra 780 mil toneladas de 2018, crescimento de 46%. A melhor marca anterior havia sido registrada em 2016, com 826 mil toneladas.

Ainda de acordo com a demonstração de resultados da Ferroeste, os custos operacionais caíram no acumulado do ano, o que permitiu a transformação de um faturamento recorde em lucro operacional e EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) com margem positiva.

“O desempenho altamente positivo da Ferroeste é uma demonstração da importância que o nosso governo dá ao modal ferroviário, dentro da estratégia global de ampliar e aprimorar a infraestrutura e logística do Paraná”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Temos já encaminhados novos projetos, de médio e longo prazos, que visam atender a crescente demanda do agronegócio paranaense para estruturar o Paraná como centro logístico da América do Sul”.

MEDIDAS - André Luiz Gonçalves, diretor-presidente da Ferroeste, explica que a empresa montou um planejamento estratégico com 21 ações a partir das necessidades dos clientes e que os resultados obtidos em 2019 já respondem a alguns deles. “Tínhamos três grandes metas e contamos com apoio integral do governador Carlos Massa Ratinho Junior para alcançá-las: transportar mais de um milhão de toneladas, passar de R$ 30 milhões de faturamento bruto e fechar o ano com EBITDA positivo”, destacou. “Assumimos a missão de restruturar a companhia e fizemos esse trabalho inicial voltado aos resultados financeiros”.

Gonçalves também citou a restruturação da equipe, renegociações com fornecedores, novos acordos judiciais, apoio das cooperativas e atendimento personalizado aos clientes como fatores que renderam os frutos alcançados em 2019.

Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, o balanço positivo do ano passado é importante para atrair investidores para a operação logística ferroviária do Estado, que será ampliada nos próximos anos. “Buscamos valores adequados para a empresa pela representatividade que ela tem para o Paraná, principalmente no escoamento das safras do Oeste, o que movimenta o Produto Interno Bruto. Transportamos mais de um milhão de toneladas, mas o Porto de Paranaguá recebe mais de 20 milhões. Temos que ampliar essa participação”, complementou.

CRIATIVIDADE - Sandro Alex, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, afirmou que os resultados foram alcançados com criatividade e projeções realistas. “O lucro operacional é mais uma confirmação da eficiência da Ferroeste, que tem um histórico de quase 30 anos com números deficitários”, disse. “Conseguimos apresentar, mesmo diante do quadro de crise, número positivo, saindo do vermelho para o azul. Estamos otimizando ainda mais a sua estrutura e projetando boas parcerias e aumento da movimentação da carga rumo ao Porto de Paranaguá para os próximos anos”.

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Modal ferroviário será ampliado no Estado

Em paralelo ao aumento da eficiência da Ferroeste, a Secretaria de Infraestrutura e Logística discute alternativas para o crescimento da malha ferroviária do Estado, com foco na ligação entre a malha atual e o Mato Grosso do Sul. São discutidos modelos de concessão e parcerias público-privadas.

O Governo do Estado contratou em 2019 o EVTEA-J (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica) dos projetos da Nova Ferrovia (Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul) e do ramal ferroviário Cascavel a Foz do Iguaçu. Uma vez que confirme todos os requisitos, a empresa terá doze meses para a elaboração do estudo, que contemplará 1.370 quilômetros.

Os investimentos do Governo do Estado nessa modelagem somam R$ 6 milhões, como parte do contrato de financiamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

CORREDOR INTERMODAL - Para dar conta da crescente demanda do agronegócio e da necessidade de estruturar o Paraná como centro logístico da América do Sul, os investimentos a médio prazo preveem um corredor intermodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, com previsão de lançamento do edital em 2021. A ligação está orçada em cerca de R$ 1,6 bilhão.

O projeto prevê transporte por via fluvial e terrestre entre Foz do Iguaçu e Cascavel pela nova perimetral Leste, parte do projeto milionário da segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai, além do transporte ferroviário, o que concretizará aumento expressivo da movimentação de trens e cargas no Oeste do Paraná, ampliando a geração de emprego e o PIB do Estado. A mudança permitirá integração inédita na região e se interligará ao corredor bioceânico, defendido por Ratinho Junior.

O projeto a longo prazo é concretizar a ligação Maracaju-Paranaguá, com a integração do trecho intermodal Foz do Iguaçu-Cascavel. A programação contempla linhas Cascavel-Guarapuava-Litoral, cobrindo uma região estratégica para o País e o continente. A ligação teria 1.000 quilômetros. A ideia é que 50 milhões de toneladas de cargas, entre exportações e importações, sejam transportadas por este ramal.

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