O Consulado Geral da República Tcheca apresenta nesta quinta-feira (21) a exposição “Índios do Brasil – a poesia das imagens de Vladimir Kozák”, na Escola Municipal Indígena General Rondon, em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul. A mostra foi organizada pelo Museu Paranaense, responsável pelo acervo de Kozák.
A cônsul-geral da República Tcheca, Pavla Havrlíková, vai à cidade visitar indígenas terena e falar sobre a importância de seu conterrâneo na documentação dos povos nativos brasileiros. Fotógrafo, cinegrafista e artista plástico, Kozák foi, principalmente, um documentarista.
Com curadoria da antropóloga Maria Fernanda Maranhão, da arqueóloga Claudia Inês Parellada e do historiador e geógrafo José Luiz de Carvalho, a exposição destaca o trabalho de Kozák com os indígenas xetá, bororo, karajá e do Alto Xingu, e traz um pouco da história e vivência do tcheco que chegou a documentar 17 povos indígenas brasileiros entre as décadas de 1940 e 1960.
PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE - O acervo iconográfico, filmográfico e textual dos povos indígenas brasileiros produzidos entre 1948 e 1978 por Vladimir Kozák é patrimônio documental da humanidade pelo Programa Memória do Mundo da Unesco desde outubro de 2017. Nesse período, ele produziu várias filmagens para o Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre elas um documentário sobre os índios xetá, desconhecidos até então. O Museu Paranaense foi o primeiro do Paraná a integrar o programa da Unesco.
A obra integral de Vladimir Kozák reúne 36 horas de filmes em 16 mm, coloridos e não sonorizados, e inclui filmes, fotografias, desenhos, documentos textuais e aquarelas que retratam diferentes temas, manifestações da cultura popular, pesquisas arqueológicas, de fauna e flora, além de um Brasil de 1936 a 1978, com aspectos de pequenas comunidades a grandes cidades do país, como Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Joinville, além de diversos temas sobre o Paraná.
VLADIMIR KOZÁK - Engenheiro nascido na hoje República Tcheca em 1897, Kozák chegou ao Brasil em 1923 para trabalhar em empresas de energia elétrica. Desde criança era fascinado por livros de aventuras com personagens indígenas e africanos e buscou nas artes, como a pintura e a escultura, a representação plástica de sua imaginação.
Em 1946, influenciado pelo médico e antropólogo José Loureiro Fernandes, Kozák assumiu a Seção de Cinema Educativo do Museu Paranaense, uma das maiores instituições científicas da época no Paraná. Naquele período, registrou diferentes pesquisas de antropólogos, arqueólogos, linguistas, biólogos, entre outros, a maioria vinculada à Universidade do Paraná, atual UFPR. Morreu em Curitiba em 1979.