Evento online debate saúde da mulher e mortalidade materna na pandemia

Secretaria estadual da Saúde promoveu nesta sexta-feira (28) evento online em parceria com o Conselho Regional de Medicina para debater o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, com o tema “A atenção à gestante com Covid-19”.
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28/05/2021 - 17:00
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A Secretaria estadual da Saúde promoveu nesta sexta-feira (28) um evento online em parceria com o Conselho Regional de Medicina para debater o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, com o tema “A atenção à gestante com Covid-19”.

Foram três palestras dirigidas a profissionais que atuam na saúde da mulher. A abertura contou com a presença do secretário Beto Preto e demais autoridades da Secretaria e CRM.

“As ações do Governo do Estado são permanentes e contínuas e estão definidas no Plano Estadual de Saúde 2020/2023, na Linha de Cuidado Integral à Saúde da Mulher e Atenção Materno Infantil. Nosso foco tem sido a qualificação e regionalização dos serviços e programas ofertados, levando mais qualidade de vida para as mulheres, em todos os ciclos de vida”, disse o secretário.

Segundo ele, durante a pandemia a Sesa tem reforçado orientações e recomendações aos profissionais da saúde que atuam mais perto da mulher por meio de Notas Orientativas, cursos na modalidade a distância, elaboração de fluxos de atendimento, protocolos, entre outras ferramentas.

Como exemplo, Beto Preto citou o Programa de Educação Permanente “Terça Tece Linha” desenvolvido pela Secretaria e a Escola de Saúde Pública do Paraná, com a disponibilização periódica de vídeos no canal do YouTube da ESPP.

“Já são seis conteúdos publicados com mais de 5 mil visualizações, o que confirma a nossa proposta de qualificar e atualizar os profissionais da área”, afirmou.

GUIA – Outro exemplo de trabalho recente desenvolvido pela Secretaria estadual é o guia preparado pela Divisão de Atenção à Saúde da Mulher com os 10 passos prioritários para a assistência qualificada às gestantes e puérperas no período da pandemia.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, diz que o guia reúne as principais recomendações a serem seguidas por profissionais de saúde que atuam nos pontos de atenção da Linha de Cuidado Materno Infantil para a prevenção da mortalidade materna por Covid-19. “Entre as orientações destacamos a manutenção, sem interrupção, dos atendimentos e consultas de pré-natal”, afirmou.

“Mas, além da Covid-19, o guia destaca, como 5º passo mais importante para a prevenção da mortalidade materna, o diagnóstico diferencial e tratamento oportuno de outras infecções e complicações comuns na gestação, com potencial agravamento como H1N1, dengue, síndrome hipertensiva, pré-elcâmpsia. As mulheres continuam apresentando o risco de morte materna, além da Covid-19, por outras causas e estamos atentos a isso”, ressaltou a diretora.

RISCO – A pré-eclâmpsia, bem como o protocolo de uso do sulfato de magnésio, pela equipe de saúde, na prevenção e tratamento da eclampsia, foram tema do programa "Terça Tece Linha" nesta semana, com conteúdo disponibilizado no YouTube da ESPP.

“Orientamos atenção máxima dos profissionais da área com as mulheres gestantes que apresentam sintomas de pré-eclâmpsia, que em geral instala-se a partir da 20ª semana de gestação com sinais relacionados ao aumento da pressão arterial e ganho de peso, acompanhado de inchaço das mãos e rosto, podendo evoluir para eclâmpsia, forma grave da doença, que coloca em risco a vida da mãe e do filho”, explicou a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Carolina Poliquesi.

“A pré-eclâmpsia e eclâmpsia estão entre as principais causas obstétricas diretas de morte materna, desde que se analisam sistematicamente os óbitos maternos, e por isso está entre os temas destacados em nosso programa de educação permanente”, complementou.

MORTE MATERNA – A morte materna é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez.

É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Não é considerada morte materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais. Pode ser evitável em até 92% dos casos, e por ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento.

“A redução da mortalidade materna e infantil no Brasil e no Paraná ainda é um desafio para os serviços de saúde e para a sociedade”, salientou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr.

Segundo ela, apesar da doença causada pelo coronavírus ser o tema prevalente de saúde em 2020, atingindo todas as regiões do mundo com milhões de infecções e incontáveis interrupções em quase todos os aspectos da vida diária, a mortalidade materna e infantil permanece inaceitavelmente elevada e se configura em um problema de saúde pública, desigual entre as regiões brasileiras e paranaenses e com maior prevalência entre mulheres e crianças das classes sociais com menor acesso aos bens sociais.

“Lamentavelmente muitas destas mortes poderiam ser evitadas com acesso aos cuidados adequados na gestação, parto e puerpério e envolvimento de diferentes atores sociais de forma a garantir políticas de saúde que respondam às necessidades da população”, disse.

Em 2019, a Razão de Mortalidade Materna no Brasil foi de 55 para cada 100 mil bebês nascidos vivos. No Paraná, em 2019, a Razão de Mortalidade Materna (RMM) foi de 42,3/100 mil nascidos vivos (NV).

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