Servidores do Governo do Estado e diversas entidades da sociedade participaram de uma manifestação para marcar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado nesta quinta-feira, 25 de novembro. O evento A Virada Feminina aconteceu defronte ao Palácio das Araucárias, em Curitiba, e foi coordenado pelo Departamento da Mulher da Secretaria de Estado de Justiça, Família e Trabalho (Sejuf).
A Virada Feminina é um movimento integrado por grupo de profissionais e mulheres de diversas áreas e comprometidas com a igualdade de gênero, raça, cidadania e o empoderamento da mulher, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. Participaram do evento Selene Almeida, presidente estadual do Movimento A Virada Feminina, e Cidinha Raiz, psicóloga e terapeuta, coordenadora do Grupo de Trabalho Raça e Etnia e embaixadora da Paz do Universal Peace Federation (UPF).
O secretário Ney Leprevost reforçou o posicionamento do Governo do Estado de coibir qualquer ato de violência. “A Virada Feminina é um ato simbólico de enfrentamento da violência doméstica, o feminicídio, como também de inclusão da mulher mais vulnerável na sociedade”, afirmou.
“Nos últimos anos, as mulheres quebraram paradigmas, ganharam espaço na sociedade, no mercado de trabalho, na política, e estão deixando a desigualdade para trás. Mas ainda há muitos obstáculos a serem superados”, disse Leprevost.
Segundo ele, o evento buscou dar voz às mulheres para seguir avançando em busca da igualdade. “A Virada é o olhar e a voz feminina sobre os atuais desafios da humanidade: educação, política, economia, empreendedorismo, segurança, meio ambiente, cultura, saúde, arte”, afirmou.
Mara Sperandio, chefe do Departamento da Mulher da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, ressaltou o compromisso da Pasta com ações de prevenção e combate à violência contra a mulher. “Neste movimento estamos apoiando todas as ações em favor da mulher. Faremos ainda um trabalho de divulgação e eventos nos municípios com o Ônibus Lilás”, informou. A estrutura é uma unidade móvel que leva atendimento às mulheres vítimas de violência.
Ela explicou que em todo o Brasil diversas ações acontecerão até 10 de dezembro. Em Curitiba, eventos estão sendo realizados na Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, com a participação do Ministério Público, Defensoria e outras instituições.
16 DIAS DE AÇÕES – A presidente do Movimento A Virada Feminina no Paraná, Selene Almeida, comentou que esta etapa de 16 dias é uma campanha internacional, uma pauta trabalhada o ano inteiro. “Nosso trabalho é pela não violência contra a mulher, e também de combate ao feminicidio. Dessa forma, os 16 dias são importantes para a conscientização e para se propagar essas ações”, afirmou.
Para a psicóloga Cidinha Raiz, A Virada Feminina é uma ação efetiva que proporciona visibilidade ao tema. “Coordeno o Grupo de Trabalho Raças e Etnias porque acredito que nós, negros, estamos em desvantagem em relação às outras raças e etnias. Quando fui convidada para coordenar este grupo era visando reduzir um pouco as desigualdades”, disse.
“O Brasil só será uma nação no momento em que entendermos que somos um pelo outro, independente de sua cor de pele, independente de sua posição social. A dignidade humana passa pelos tratamentos com equidade, ou seja, dar tratamento diferenciado para os diferentes”, destacou a psicóloga.
DENÚNCIAS – A Secretaria de Justiça, Família e Trabalho alerta que denúncias sobre atos de violência contra a mulher podem ser feitas pelos telefones 100, 180 ou 181. Em caso de flagrante ou em que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento, a ligação deve ser para o 190.
DATA – A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 25 de novembro, desde 1999, como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A data foi escolhida em homenagem às irmãs Patria, María Teresa e Minerva Maribal, que foram torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana, Rafael Trujillo. Elas eram conhecidas por "Las Mariposas" e lutavam por melhores condições de vida no país.