O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, participou da abertura do I Simpósio Sul-Brasileiro de Saúde Ocupacional na noite desta quinta-feira (12). O evento, pela primeira vez online, tem como tema “As mudanças no mundo do trabalho: Presente e Futuro” e reuniu aproximadamente 800 médicos dos três estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O reconhecimento da importância da área da medicina ocupacional, especialmente no período de pandemia, foi destacado pelo gestor estadual. “Quero agradecer a parceria de trabalho no enfrentamento ao coronavírus, e foi por meio da saúde ocupacional que pudemos manter as atividades econômicas funcionando. A segurança do trabalho foi mantida possibilitando a manutenção dos empregos”.
O secretário, que é médico e atuou por anos como médico ocupacional e perito, disse que a medicina ocupacional foi importante para que a indústria pudesse seguir trabalhando e mantendo os funcionários com saúde e segurança. “Nosso governo estadual reconhece e agradece o apoio e a necessidade da medicina ocupacional para que a sociedade como um todo siga funcionando bem.”
E pela primeira vez as três associações ligadas à medicina do trabalho da Região Sul do país promovem o evento juntas, o que possibilitou o acesso a mais profissionais.
O presidente da Associação Paranaense de Medicina do Trabalho (APAMT), José Ricardo Facin Ferreira, disse que a medicina ocupacional é uma área ampla e que requer um olhar holístico do indivíduo. “Antigamente o médico do trabalho ficava restrito à atividade laboral. Agora precisa entender um pouco de cada etapa do trabalho”.
Facin explicou também que a medicina do trabalho é o primeiro ponto de apoio ao trabalhador. “Precisamos estar com percepção aguçada. Precisamos do apoio do psiquiatra, do ortopedista, do cardiologista, do endócrino, do dermato e ter contato contínuo com essas especialidade e aprender um pouco com cada uma delas”, disse. “Somos o primeiro contato com esse paciente e se limitar no olhar da saúde do paciente, não há como evoluir”.
Para o secretário Beto Preto, o desafio a ser vencido é a fronteira que existe entre a Vigilância em Saúde do Sistema Único da Saúde e a Medicina do Trabalho.
O diretor da APAMT, Edevar Daniel, disse que a saúde ocupacional deve evoluir como a sociedade evolui. “Dentro das empresas o médico do trabalho é a pessoa que dá o suporte inicial. A saúde do trabalhador precisa estar atenta às mudanças que a sociedade apresenta e se adequar”.
Daniel, que também é diretor-geral da Escola de Saúde Pública do Paraná, reforça o papel importante da saúde pública. “A Sesa orienta as secretariais municipais, prefeituras para ter um olhar especial aos trabalhadores. É na atenção básica que é feito o atendimento inicial. Atuar junto à saúde ocupacional reflete no sistema de saúde pública porque, se identificada uma doença precocemente, são menos pessoas para atendimentos, menos perícias, menos pessoas hospitalizadas e isso é um ganho para o trabalhador e para a sociedade, para o sistema de saúde e também para a atividade econômica”.
SIMPÓSIO – O I Simpósio Sul-Brasileiro de Saúde Ocupacional é um evento que reúne quatro outros eventos: XXV Jornada Paranaense de Saúde Ocupacional, XXIII Jornada Catarinense de Saúde Ocupacional, XXVII Jornada Gaúcha de Medicina do Trabalho e III Encontro Ibero-Americano de Saúde do Trabalhador e ocorre entre os dias 12 e 14 de novembro. A programação completa pode ser consultada no site www.congressoapamt.org.br/programa.php