Estado terá segunda ponte ligando Brasil e Paraguai

Investimento foi confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro na posse do diretor-geral brasileiro de Itaipu, em Foz do Iguaçu. O papel estratégico da usina binacional foi destacado pelo presidente ao governador em exercício Darci Piana, que também participou da solenidade.
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26/02/2019 - 15:30
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A importância estratégica da Itaipu Binacional para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil foi destacada pelo presidente Jair Bolsonaro e o governador em exercício Darci Piana nesta terça-feira (26), em Foz do Iguaçu, na posse do novo diretor-geral brasileiro da empresa binacional, Joaquim Silva e Luna. O presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, também prestigiou a solenidade em Foz do Iguaçu.

No discurso, Bolsonaro confirmou a construção da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai sobre o Rio Paraná, em Foz. O investimento foi autorizado em dezembro do ano passado e ela será bancada pela Itaipu. "A segunda ponte sobre o rio Paraná, bem como sobre o rio Paraguai, é de fundamental importância para os nossos povos. Conte com o apoio do nosso governo para concretizarmos esse objetivo", afirmou Bolsonaro, na solenidade.

Ele disse que a parceria entre Brasil e Paraguai possibilitará novos eixos comerciais e que a nova direção da Itaipu está compromissada com o desenvolvimento econômico do país. “Esse momento tem um simbolismo de extrema importância. Atualmente, o país que não tem energia está fadado ao insucesso. Nós devemos procurar outras fontes e preservar e administrar as que temos. Vamos ter produtividade ampliada para o bem dos brasileiros e dos paraguaios”, afirmou.

ECONÔMICO – O papel da cooperação entre a binacional, o Governo do Estado e o setor produtivo foi classificada pelo governador em exercício Darci Piana como estratégica para o desenvolvimento do Oeste do Paraná e de todo o Estado.

Ele destacou que a parceria envolve o G7, grupo que reúne os maiores produtores e empresários do Paraná. “São parcerias que estão colaborando com o crescimento do Paraná e do Brasil. O Estado tem recebido extraordinária ajuda da Itaipu desde a sua fundação”, afirmou.

A hidrelétrica entrega os royalties da exploração hidráulica para 15 cidades paranaenses. “O Paraná está à disposição da Itaipu e dará todo suporte necessário para que a nova gestão tenha sucesso. Continuaremos trabalhando para a modernização do Estado”, afirmou Piana.

Já o presidente do Paraguai destacou a produtividade da Itaipu e o “maior empreendimento de energia elétrica do mundo”. Ele mencionou a revisão da distribuição dos royalties em 2023. “Paraguaios e brasileiros temos adiante um mesmo desafio: a revisão das bases financeiras cujo prazo de negociação é eminente. As nossas relações devem estar sustentadas por valores e princípios”, destacou.

FOCO - No discurso de posse, o novo diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, citou que o principal papel da Itaipu é produção e geração de energia elétrica. “Esse deve ser o nosso foco. Com isso, teremos a melhoria de vida dos dois países-irmãos. E também a busca de novas alternativas de produção de energia com segurança, menores tarifas e menor custo operacional”, afirmou.

Luna ainda citou a Itaipu como símbolo de integração, amizade e confiança. “É uma prova do que países-irmãos fazem em proveito de sua gente. No dia a dia há que se reforçar as convergências e buscas de consensos paritários. O tratado de Itaipu é a nossa Bíblia. A partir dele vamos avançar buscando soluções e trajetórias de consenso, sempre preservando o igualitário bem comum de nossos povos e nossos países”, completou.

Para o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, a escolha de Luna atende a uma demanda por desenvolvimento econômico. “A Itaipu pressupõe desenvolvimento sustentável para região de entorno e benefícios para a população. Fortaleceremos os setores elétrico, de petróleo e gás, mineração, porque são grandes geradores de riquezas e fundamentais para a retomada da economia. Sempre com compromisso com a segurança jurídica e regulatória”, completou.

ITAIPU BINACIONAL - Recordista em geração de energia no mundo, com mais de 2,6 bilhões de megawatts-horas (MWh) acumulados desde o início de sua produção, em 1984, a Itaipu é um exemplo bem-sucedido de integração entre dois países em âmbito jurídico, político e diplomático.

A binacional do Brasil e do Paraguai conta com um orçamento anual da ordem de US$ 3,5 bilhões, sendo 70% deste montante destinado ao pagamento da dívida da construção, que será quitada em 2023, incluindo juros e amortizações. No ano passado, a hidrelétrica abasteceu 15% do mercado de energia elétrica brasileiro e 90% do paraguaio.

No discurso de despedida, o ex-diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm, afirmou que a Itaipu tem importância vital para o Paraná, em especial para a região Oeste. “Já atingimos 54 municípios (entre eles, os 15 com royalties) paranaenses. Nessa área a Itaipu é uma das principais forças indutoras do desenvolvimento sustentável. Também estamos atuando em conjunto com o G7 com objetivo de implementar projetos que beneficiem o Estado e o desenvolvimento de cadeias produtivas”, afirmou.

Em termos turísticos, a Itaipu também é uma gigante brasileira, tendo ultrapassado a marca de um milhão de visitantes em 2018, recorde anual de visitação. No total, os atrativos turísticos da hidrelétrica já receberam mais de 22 milhões de visitantes desde a abertura de suas portas à comunidade, em 1976.

JOAQUIM SILVA E LUNA - O presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia (MME), almirante Bento Albuquerque, nomearam o novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, e o novo diretor financeiro executivo da empresa, vice-almirante Anatalício Risden Júnior, na última quinta-feira (21). Eles substituem Marcos Vitório Stamm e Mário Antônio Cecato, respectivamente. O mandato tem validade até 16 de maio de 2022. Luna será o 13º diretor-geral brasileiro da Itaipu.

O general esteve à frente do Ministério da Defesa de 27 de fevereiro de 2018 a dezembro do mesmo ano e foi o primeiro militar a comandar a pasta. Com experiência em planejamento estratégico, orçamento e gestão de projetos, ele comandará o lado brasileiro da usina em momento relevante para a binacional, às vésperas da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras da operação.

O último militar brasileiro a dirigir a Itaipu Binacional foi Ney Aminthas de Barros Braga, entre 1985 e 1990. Ele foi precedido pelo general de exército José Costa Cavalcanti, o primeiro diretor-geral brasileiro de Itaipu (1974-1985), que participou de todo o processo de construção da usina.

PROTAGONISTA – A presença do presidente Jair Bolsonaro na posse do diretor-geral brasileiro de Itaipu, em Foz do Iguaçu, foi o primeiro compromisso administrativo programado fora de Brasília desde que assumiu o cargo. O governador em exercício Darci Piana destacou que o Paraná tem sido protagonista na interação com o governo federal em 2019. Ele citou que em cerca de 40 dias, o Estado já recebeu três visitas de ministros. Leia mais aqui.

PARTICIPAÇÕES - Participaram da solenidade Arnoldo Wiens, ministro de Obras Públicas do Paraguai; Bernardino Caballero, vice-ministro das Relações Exteriores do Paraguai; José Alberto Alderete Rodríguez, diretor-geral paraguaio da Itaipu; os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa); Roberto Vaesken, governador de Alto Paraná, no Paraguai; Carlos Simas Magalhães, embaixador brasileiro no Paraguai; Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobrás; o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro; os deputados federais Vermelho, José Carlos Schiavinato, Ricardo Barros e Felipe Francischini; o deputado estadual Hussein Bakri; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero; autoridades empresariais e de organismos internacionais.

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