Curitiba recebeu nesta terça-feira (14) o Curso de Capacitação Brasil – Um País Pluripovos, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), em parceria com o Instituto Pluri Brasil. O evento aconteceu no auditório da Celepar.
O curso tem por objetivo instrumentalizar as pessoas, instituições, entidades como igrejas, governos e ONGs que trabalham com imigrantes, refugiados a apátridas e comunidades tradicionais, visando facilitar os trâmites para orientação de documentação, o encaminhamento e a abordagem para aqueles que necessitam do Poder Público.
Participaram da ação o Departamento de Justiça e Cidadania da Sejuf e, também, o Centro Estadual de informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Estado do Paraná (Ceim). Rogério Carboni, secretário estadual da Justiça, Família e Trabalho, destacou que o evento serviu para evidenciar a relevância que o Poder Público dá à causa de quem vem ao Paraná em busca de uma boa acolhida.
“Somos um Estado que tem na sua essência uma enorme miscigenação. Isso se dá em função da histórica acolhida que sempre ofereceu aos imigrantes, aos migrantes, aos refugiados e aos povos tradicionais”, destacou Carboni. “Grande parte da pujança do Paraná é graças a essa gente que vem para cá, se estabelece e contribui sobremaneira para o nosso desenvolvimento, em todas as áreas e setores. Isso tem muito a ver com a maneira que o Poder Público trata a todos, sempre com muito respeito e especial atenção”.
TEMÁTICA ATUAL – De acordo com Kelly Letchakowski, técnica de Relações Internacionais do Ceim, o evento trouxe uma temática muito atual para os servidores e atores que trabalham com esse público. “Esse tema nos traz muita atualização do assunto, sobretudo no que diz respeito aos dados e também de como estamos atendendo essa população. É uma grande oportunidade para adquirir conhecimento e, posteriormente, colocarmos na prática”, observou.
Igor Shimura, presidente Instituto Pluri Brasil e coordenador do curso, afirmou que a capacitação gera impacto positivo no atendimento realizado na ponta, diretamente a quem precisa dessa retaguarda. Essa instrumentalização, acrescenta, auxilia em diversas situações, seja na orientação de documentação, seja num encaminhamento do migrante.
“É algo importante não só para o Estado, mas também para a sociedade civil. O Paraná é o lugar que mais recebeu venezuelanos nestes últimos anos, e um dos que mais recebe haitianos. Além disso, temos aqui os grupos ciganos, indígenas, ucranianos que vieram fugindo da guerra. Isso demonstra que somos, de fato, um Estado diferenciado nesse sentido”, afirmou.
Vitalii Arshulik, 31 anos, veio da Ucrânia para o Brasil com a esposa e dois filhos em 2018. Inicialmente, foi residir em Joinville (SC), mas se mudou para Prudentópolis, no Paraná, por causa do clima.
“A semelhança do clima no Paraná com o da Ucrânica é muito grande. Em Joinville, minha família e eu sofremos porque é muito abafado. Agora estamos mais à vontade por aqui”, revelou. “O Brasil é um país muito aberto a bem receber os refugiados. Nós gostamos muito deste país, povo muito carinhoso e que recebe bem, ajuda, faz amizade. Gosto especialmente do Paraná”.
Quanto ao momento de guerra pelo qual passa a Ucrânica, Vitali, falou da apreensão aos acompanhar a situação. “Meu irmão foi convocado para defender a Ucrânia dos ataques dos russos e o irmão de minha esposa também foi. Enquanto essa situação se desenrola por lá, em Prudentópolis oferecemos acolhida a um grupo de 27 pessoas vindas da Ucrânia”, finalizou.