O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou nesta quarta-feira (08) a liberação da transferência de R$ 238 milhões em créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a construção de novas usinas de energia renovável no Paraná. Os recursos fazem parte do crédito acumulado por sete cooperativas agroindustriais do Estado e serão utilizados pelos cooperados para a instalação de 409 usinas de energia solar e de biomassa em todo o Estado.
A iniciativa é coordenada pela Invest Paraná, agência estadual que funciona como um elo entre o Governo do Estado e a iniciativa privada, e a Secretaria da Fazenda, e consiste na concessão de créditos existentes nas "Contas Investimento" do Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred) das cooperativas.
Os créditos de ICMS passíveis de transferência via Siscred são aqueles acumulados em decorrência de operações destinadas ao exterior através da Lei Kandir, saídas abrangidas pelo diferimento ou suspensão do imposto, e demais hipóteses previstas no Art. 47 do Regulamento do ICMS.
“Hoje nós estamos liberando R$ 238 milhões para que as cooperativas possam utilizar esse crédito — que é um direito delas, mas que acabam recebendo em cinco ou dez anos — e agora possam investir em energia solar, para continuar fazendo do Paraná o Estado mais sustentável do Brasil, gerando energia renovável e limpa”, destacou o governador.
Os créditos podem ser utilizados como contrapartida para o incremento de fontes de energia limpa e sustentável, em especial biomassa e solar, em unidades produtivas rurais paranaenses. Também são consideradas como fonte disponível a energia gerada a partir de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) e de Micro Centrais Geradoras Hidrelétricas (MCGH).
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As cooperativas beneficiadas foram a Coamo, Copacol, Copagril, Grimesa, Integrada, Lar e Primato. Juntas, as usinas que serão construídas terão uma potência instalada de 37,19 Megawatts. Casa usina pode ser construídas dentro de três tamanhos: das menores, com potência de 0,075 MW, passando por modelos de 1 MW e de 5 MW, que é o limite previsto pela legislação da chamada minigeração, utilizada por residências, comércios e empresas e que pode resultar em uma redução de até 95% na conta de luz.
Segundo José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, o setor já havia solicitado ao Governo do Estado que adotasse medidas para dar um destino útil aos recursos. “A nossa grande missão é gerar novas oportunidades para que o nosso cooperado tenha mais renda e conquiste uma condição social melhor. Nós procuramos o governo para transformar isso em investimento. Agora está sendo feita a liberação desse crédito que é um investimento nosso. Isso será de suma importância para o desenvolvimento. Os recursos ficarão aqui e serão reinvestidos em energia limpa”, disse.
De acordo com o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, da maneira como é conduzido o processo hoje, as cooperativas exportam, mas o dinheiro fica acumulado nos cofres públicos e retornam aos poucos, com exceção em casos específicos, quando executam projetos excepcionais de geração de energia ou conectividade. Agora, com a liberação do recurso, as empresas poderão utilizar o dinheiro imediatamente para investir na produção de energia renovável.
“O Estado só podia liberar um pouquinho por ano, o dinheiro ficava acumulado. Quando era algo muito importante como gerar energia própria ou conectividade no campo, o governo viabilizava o entendimento dos detentores do crédito com os parceiros que podiam recebê-lo, e então fazia um pagamento adicional. Hoje esses R$ 238 milhões são para que as cooperativas donas do dinheiro façam o investimento em geração de energia imediatamente. O Estado teve uma visão estratégica. Esperamos que as cooperativas façam um investimento consistente”, ressaltou.
BENEFÍCIO MÚTUO – Os R$ 238 milhões de créditos liberados agora fazem parte do primeiro lote de um pacote de cerca de R$ 1 bilhão estipulado pelo Governo do Estado para a construção das usinas, o que deve ocorrer em quatro etapas. Segundo o Diretor de Mercado e Novos Negócios da Invest Paraná, Gustavo Cejas, a ação surgiu pela necessidade de se buscar uma solução para a utilização dos créditos das cooperativas e é benéfica para todas as partes envolvidas.
“O Paraná possui uma economia essencialmente agrícola e a Invest Paraná atua para ajudar os cooperados a trabalharem de forma mais barata e eficiente. Identificamos um grande acúmulo de crédito pelas cooperativas e o programa surgiu para dar uma opção de uso destes recursos na produção de energia sustentável, reduzindo custos de insumos e da produção”, explicou.
“Com isso, o Estado consegue resolver o problema para a devolução destes recursos, as cooperativas destravam investimentos e os agricultores cooperados passam a ter uma fonte de energia limpa e mais barata, lucrando mais e vendendo a sua produção mais barata à população”, complementou.
Outra vantagem da iniciativa é garantir uma estrutura mais robusta para que o Estado possa atenuar os efeitos negativos de futuras crises hídricas como a que ocorreu recentemente, a partir da redução da dependência da produção de energia das grandes hidrelétricas. “É uma forma de ampliar e diversificar as fontes de energia e também está inserida dentro dos conceitos de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) defendidos pelo Estado”, concluiu o diretor.
CNH – Pouco antes do evento, o governador também visitou o estande da CNH Industrial, onde se reuniu com autoridades e representantes do grupo para conhecer o lançamento do Magnum Black Limited Edition, novo produto da Case IH, uma das marcas da empresa. A edição é limitada, foi lançada durante o Show Rural em comemoração aos 20 anos de produção nacional do modelo, e será comercializada ao longo do ano.
Desde 2003, mais de seis mil unidades do Magnum foram produzidas na planta de Curitiba. O primeiro trator da linha foi fabricado em 1987. A CNH Industrial é uma multinacional Italiana que atua na fabricação de equipamentos de construção (como tratores, escavadeiras), agrícolas (como colheitadeiras e tratores agrícolas) e veículos comerciais (como caminhões e ônibus), equipamentos marítimos e motores.