Um trabalho conjunto entre a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil e a Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social (Sudis) está atendendo os povos e comunidades tradicionais do Paraná, que também são impactados pela pandemia do novo coronavírus.
Desde a semana passada, o Governo do Estado está distribuindo 9,4 mil cestas básicas para comunidades quilombolas, indígenas, ciganos, pescadores artesanais, caiçaras e faxinalenses.
A logística para a entrega, que atinge povos e comunidades que vivem em locais mais afastados, também conta com a parceria das coordenadorias regionais e municipais da Defesa Civil, das prefeituras e de empresas como a Adorno Transportes e a Souza Cruz, que disponibilizaram os caminhões que ajudam no transporte dos alimentos. Para chegar às ilhas, por exemplo, é necessário inclusive o uso de barcos.
Neste primeiro momento, foram priorizadas as famílias que são mais vulneráveis, mas a ideia é ampliar a distribuição e também fazer a entrega de equipamentos de proteção individual.
O Grupo de Trabalho dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Paraná identificou 24 mil famílias que precisam de atendimento emergencial, além de outras comunidades rurais que não são autodeclaradas como povos tradicionais, mas se encaixam nos critérios do grupo.
“Precisamos que as comunidades permaneçam em seu território, por conta do grau de incidência da pandemia. O Estado está dando o auxílio para que elas possam ficar reclusas”, explica o presidente do grupo de trabalho, Denilton Laurindo. “Há inclusive a orientação de fechar as aldeias e territórios para proteger de maneira mais eficaz essa população”, ressalta.
De acordo com ele, a sociedade civil também presta apoio ao Estado para cobrir as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade. “As entidades estão dentro dos territórios e atuam há muito tempo com os grupos vulneráveis, dando apoio ao trabalho do governo”, diz. “Está havendo uma grande mobilização por parte da sociedade civil, todo mundo preocupado em proteger os povos e comunidade tradicionais, a população em situação de rua e outros segmentos”.
MUNICÍPIOS – Neste primeiro momento, são atendidos 28 municípios que têm territórios de povos e comunidades tradicionais, no Litoral, Vale do Ribeira, Centro e Oeste do Estado.
As cestas básicas estão sendo distribuídas em Cascavel, Guaíra, Terra Roxa, Espigão Alto do Iguaçu, Toledo, Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulisses, Antonina, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Paranaguá, Morretes, São Miguel do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Diamante do Oeste, Itaipulândia, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Cruzeiro do Iguaçu, Guarapuava, Turvo e Boa Ventura do São Roque.
ENTIDADES – Outra frente de atuação da Sudis será junto com entidades que atendem a população em situação de rua, os catadores de materiais recicláveis e a comunidade LGBT. O trabalho será feito com apoio da Superintendência Geral de Ação Solidária. “Estamos organizando os cadastros dessas entidades para estender o auxílio emergencial, distribuindo cestas básicas ou alimentos prontos”, afirma.
AUXÍLIO FEDERAL – Além disso, por intermédio da Casa Civil, o governo federal repassou cerca de 25 mil cestas básicas para serem distribuídas entre povos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais do Paraná. A compra foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Funai já começou a distribuir nas terras indígenas, com apoio do Governo do Estado.
“Agora, estou em contato com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para buscar recursos para as mulheres trans e profissionais do sexo em situação de rua, que também estão em situação de vulnerabilidade”, explica a assessora da Casa Civil, Goretti Bussolo. “É um pedido de urgência, mas antes das entregas todos os itens precisam ser higienizados, para garantir a segurança de quem vai receber as cestas”, disse.