Estado elabora propostas para estimular retomada da economia

Governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca a criação do selo “made in Paraná” para estimular o consumo regional, reforça apoio aos Arranjos Produtivos Locais e ressalta a manutenção de obras de infraestrutura, além de linhas de crédito já disponibilizadas.
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30/04/2020 - 09:00
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O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou nesta semana, em entrevistas por videoconferência ao Canal Rural e ao canal no YouTube da jornalista Izabella Camargo, que uma equipe técnica do Estado trabalha na elaboração de propostas para a retomada econômica e de estímulo à geração de emprego e renda.

Segundo Ratinho Junior, a criação do selo “made in Paraná” é uma das alternativas para estimular o consumo regional e recuperar as perdas sociais e financeiras provocadas pela interrupção de atividades ao longo da pandemia do novo coronavírus.

“A ideia de fazer um selo ‘made in Paraná’ é para que a população possa, ao comprar qualquer produto, reconhecer ele como produto local. Isso vai ajudar na geração de emprego e é uma maneira de amenizar o problema econômico”, afirmou o governador.

Ele ressalta que esta iniciativa se soma a um programa de estímulo aos Arranjos Produtivos Locais (APLs) e incentivo à geração de emprego a partir da execução de obras públicas e privadas. Em paralelo, há o pacote de mais R$ 1 bilhão em créditos, já anunciado.

O governador elencou pontos de atenção do grupo de trabalho e reforçou que o Governo do Estado mantém como um dos seus objetivos transformar o Paraná em um grande hub logístico na América do Sul. Ele disse que o planejamento e os resultados das análises desse colegiado darão segurança para tomar decisões.

ACELERADOR - Segundo Ratinho Junior, neste momento houve a necessidade de redirecionar recursos, mas o planejamento prossegue. “Não mudamos a metodologia e nos próximos meses queremos pisar no acelerador”, sustentou. “Temos agronegócio, indústria e comércio fortes para retomar esse caminho”.

O governador apresentou um panorama do setor agroindustrial, reforçando que o Paraná é estratégico para a qualidade e a segurança alimentar do País e do mundo, e que neste ano há recorde na safra de grãos, com aumento de 14% em relação a ciclo passado.

Ratinho Junior também citou medidas que mostram que o Estado terá conquistas importantes nos próximos meses, como o recorde de movimentação nos Portos do Paraná em março e os cuidados sanitários para evitar a propagação do novo coronavírus no setor portuário.

Ele frisou que o Estado manteve obras essenciais de infraestrutura e lembrou que em breve começam as obras dos acordos de leniência de empresas que detêm concessões de rodovias. Ratinho Junior ressaltou ainda a nova licitação do Anel de Integração, com 4,1 mil quilômetros de rodovias e tarifas menores, e aportes de R$ 600 milhões em infraestrutura nos municípios para o desenvolvimento urbano.

SELO - O selo “made in Paraná” terá duas vertentes: uma interna, da administração pública, e uma externa com apoio da sociedade civil organizada. O modelo está sendo construído em conjunto com entidades que formam o G7, grupo que reúne os principais setores produtivos do Estado.

A primeira ideia é viabilizar um caminho jurídico/legal para contratar produtos e serviços de empresas paranaenses para atender as necessidades básicas do pode público estadual. A medida, avalia o governador, facilitaria a recuperação da agroindústria que poderia atender setores como merendas escolares e as refeições em unidades prisionais, asilos, orfanatos, centros de acolhimento e hospitais.

A outra medida é uma campanha publicitária e de conscientização para estimular a população paranaense a comprar produtos de origem “pé vermelho”. O objetivo é estimular a criação de postos de trabalho e alternativas de renda e manter as atividades em alta nos municípios.

APLs - “Vamos fomentar os APLs (Arranjos Produtivos Locais), o Paraná tem uma série deles. Loanda é capital da torneira, de pequenas indústrias de metal. Cianorte tem a indústria têxtil com capacidade de emprego muito grande”, destacou Ratinho Junior.

O governador disse que alguns setores agroindustriais terão impactos mais acentuados com a crise provocada pelo coronavírus e que a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento tem ampliado programas para atendê-los.

“O Paraná tem a segunda maior bacia leiteira do País. É um setor que infelizmente foi muito afetado e que o governo tem buscado dar amparo, inclusive comprando parte da produção de pequenos produtores para transformar em leite em pó e distribuir para a rede estadual de ensino”, afirmou.

A agricultura familiar, afirmou o governador, está recebendo atenção do Estado. “Ampliamos a compra da agricultura familiar para a merenda escolar, de 22 mil para 25 mil famílias impactadas. Isso ajuda a minimizar as perdas do setor hortifrutigranjeiro”, explicou.

Ratinho Junior falou ainda do apoio a frigoríficos e cooperativas, consideradas atividades essenciais. Houve reforço conjunto nas políticas de higienização, controle de acesso e na cadeia de distribuição.

“Temos agido desde o início da pandemia nas cadeias produtivas, tomando os cuidados necessários. Existe por parte do Estado, mas em especial por parte das cooperativas, das empresas produtoras de carnes, cuidados especiais nas medidas preventivas. As dezenas de indústrias desse setor estão operando normalmente”, arrematou.

ESTIAGEM - O governador citou os problemas com a estiagem e as negociações para ampliar a securitização através dos bancos públicos. “Esse ano alcançamos marca histórica na soja, mas o milho terá uma quebra considerável”, afirmou.

Em razão disso, disse, o Estado está ampliando linhas de auxílio no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e na Fomento Paraná. “Teremos cerca de R$ 20 milhões para alavancagem de seguro no campo e ainda estamos em tratativas com o Banco do Brasil para securitizar mais os processos e amenizar as perdas dos agricultores”.

SAÚDE – O governador apresentou as principais medidas sanitárias adotadas desde o começo da crise. Ele citou a capacidade do Paraná para testagem da população, que vem crescendo a cada dia; as barreiras sanitárias nas divisas com outros estados e nas fronteiras com outros países; e as novas estruturas de atendimento especializado nos quatro hospitais universitários (Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e Maringá) e nos três hospitais regionais (Telêmaco Borba, Ivaiporã e Guarapuava).

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