O governador Carlos Massa Ratinho Junior e o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, se reuniram nesta quinta-feira (2), em videoconferência, para discutir modelagem, quantidade de lotes, prazos e obras previstas do novo Anel de Integração, que será licitado em 2021. O projeto ainda está em fase de estudos e é tocado pela Empresa de Planejamento e Logística S.A (EPL), em parceria com o IFC, braço de projetos do Banco Mundial.
O programa de concessões rodoviárias do Paraná será um dos maiores do País. O projeto deve incorporar ao Anel de Integração original de 2,5 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais pelo menos mais 1,3 mil quilômetros. Estão sendo estudadas implementações novas em todas as regiões do Estado e um modelo de licitação que contemple preços reduzidos em relação aos praticados atualmente.
“Estabelecemos uma excelente parceria com o governo federal e a expertise da União com as concessões vai nos ajudar a achar o melhor modelo para o novo Anel de Integração. Levamos em consideração todas as ponderações do setor produtivo, das entidades, dos demais poderes, das prefeituras, do cidadão e também do mercado”, afirmou Ratinho Junior. “É um tema delicado no Paraná, com histórico de problemas e ônus para a população. Não podemos errar. Buscamos mais obras, modernização e um modelo equilibrado”.
Segundo o ministro de Infraestrutura, a ideia é ter um formato mais acabado até o começo das consultas públicas. As equipes vão manter reuniões periódicas até a formatação do modelo. “O Paraná é uma potência, produz muito, tem um Produto Interno Bruto maior do que o do Uruguai. Temos que ter projetos viáveis e que atraiam investidores. A sociedade precisa comprar essa concessão”, afirmou Freitas. “Temos algumas premissas, mas os estudos não estão fechados, vamos aprimorar. Esses contratos são sofisticados e precisam ser bem construídos”.
Segundo o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, a expectativa é pela redução nos preços e uma malha rodoviária mais robusta para as próximas décadas. “Vamos buscar uma tarifa justa e as obras que não foram realizadas no passado. Ainda estamos debatendo pontos do estudo. Mas as expectativas são boas. Estamos confiantes de que os paranaenses ganharão com essa nova estruturação”, acrescentou.
As propostas ainda serão submetidas a audiências públicas abertas e o desenho final do Anel de Integração será divulgado apenas no ano que vem, com posterior licitação e nova gestão já a partir de novembro de 2021, quando vencem os contratos assinados nos anos 1990.
FOZ DO IGUAÇU – O governador também pediu ao Ministério de Infraestrutura que a Rodovia das Cataratas (trecho de 8,7 quilômetros da BR-469), em Foz do Iguaçu, seja delegada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR). A rodovia será duplicada em um convênio firmado entre o Governo do Estado e a Itaipu Binacional.
O projeto executivo já está pronto e a ordem de serviço deverá ser assinada no segundo semestre. A duplicação do trecho urbano até o portão do Parque Nacional do Iguaçu é uma reivindicação antiga dos moradores. A BR-469 é a única via de acesso às Cataratas do Iguaçu e ao aeroporto e o mais importante corredor turístico da cidade.
Ratinho Junior citou as obras da nova pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, também fruto da parceria entre Estado e União. A previsão é que ela fique pronta em abril de 2021. Foram destinados R$ 53,9 milhões na ampliação da pista, que terá 2,8 mil metros, 605 metros a mais que a atual, e permitirá que o terminal receba voos de maior porte.
PORTOS DO PARANÁ – O governador ainda citou a evolução dos números dos portos paranaenses nos últimos meses, mesmo durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Houve, por exemplo, recorde de movimentação de janeiro a maio. Foram 23,8 milhões de toneladas, volume 21% maior que o contabilizado no mesmo mês de 2019.
Ele também destacou a construção do novo Corredor de Exportação, sistema por onde são movimentados grãos e farelos. A estrutura foi construída ainda na década de 1970. A capacidade de embarque de grãos e farelo pelos três berços exclusivos do Corredor aumentará em 33% com as reformas planejadas para os próximos anos.