O Manejo Clínico da Febre Amarela foi o tema desenvolvido nesta quinta-feira (3) pelos técnicos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde em palestra para mais de 200 profissionais da área da saúde e para gestores municipais de todas as regiões do Estado. O evento aconteceu no auditório do Hospital do Trabalhador, em Curitiba.
Na abertura, o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, disse que o encontro é mais uma ação que o governo estadual promove com o objetivo de proteger a população antes do período sazonal da doença, que ocorre entre dezembro e maio.
Segundo ele, desde o início do ano, o Paraná vem desenvolvendo e executando o plano de controle da febre amarela, com apoio do Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Sucan de São Paulo, secretarias de Saúde dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e, principalmente, em parceria com os municípios.
“Intensificamos a vigilância, conseguimos traçar a rota que o vírus percorrerá no próximo ciclo para antecipar medidas preventivas, estamos promovendo a capacitação de profissionais e, principalmente, alertamos a população sobre a importância da vacinação como principal forma de controle da doença”, afirmou o secretário.
Beto Preto lembrou que em março deste ano o Paraná registrou um óbito por febre amarela e que a pessoa não estava imunizada. “Infelizmente o Estado perdeu uma vida, um cidadão do município de Morretes, que se negou a tomar a vacina. Lembramos este episódio triste como forma de alerta e orientação para toda a população. Vacinar, vacinar e vacinar; esta é a única forma de prevenção e proteção contra a febre amarela”, disse.
MANEJO CLÍNICO – No evento, os participantes receberam informações sobre diagnóstico inicial da febre amarela, fluxo de exames laboratoriais, imunização e protocolos de tratamento.
O consultor do Ministério da Saúde Vitor Borges explicou que, diferentemente, de outras doenças provocadas por arbovírus, a febre amarela é altamente letal e exige precocidade no atendimento, no diagnóstico e referenciamento para unidades de alta complexidade, dependendo da evolução do caso. “Por isso a necessidade desta atualização dirigida aos profissionais”, afirmou.
A coordenadora-geral de Vigilância das Arboviroses, Juliana Chedid Rossi, ressaltou que o vírus da febre amarela está circulando nos três estados do Sul. “E como ele é reemergente na região, ou seja, já circulou em anos anteriores, o retorno agora pode provocar surtos de magnitude e extensões diferenciadas, produzindo número maior de casos”, disse.
VACINAS – A diretora de Atenção e Vigilância à Saúde, Maria Goretti David Lopes, informou que a vacina da febre amarela está disponível em todas as unidades de saúde do Estado. Segundo ela, uma dose é suficiente para proteger por toda a vida. Na rotina das unidades, a indicação é que a dose seja aplicada a partir dos nove meses até os 60 anos. Para moradores de municípios que têm casos confirmados de circulação viral de febre amarela, o Ministério da Saúde está recomendando também a imunização de pessoas acima de 60 anos.
FEBRE AMARELA - A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido pela picada dos mosquitos infectados. Os sintomas iniciais são febre com calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores musculares, vômitos e fraqueza.
No período de julho de 2018 a julho de 2019, segundo Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria, o Paraná registrou 17 casos confirmados de febre amarela e um óbito. O estado teve 480 notificações da doença.
No mesmo período, foram confirmadas 49 epizootias, que é a infecção e morte de primatas não humanos. Os macacos não transmitem a doença, eles também são infectados pela picada do mosquito e se transformam em sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da febre amarela está circulando.