Estado articula projetos
em parceria com o Japão
para orgânicos

Objetivo é implementar tecnologias de produção, comercialização e internacionalização de produtos orgânicos paranaenses.  Conduzida pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ação visa a cooperação internacional nas áreas acadêmica e científica.
Publicação
12/03/2021 - 15:40

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Representantes do Paraná e da empresa japonesa Sandai, especialista na produção de fertilizantes orgânicos, se reuniram nesta sexta-feira (12), em Curitiba, para articular uma parceria de negócios, no âmbito do programa Paraná Mais Orgânico. O objetivo é implementar tecnologias de produção, comercialização e internacionalização de produtos orgânicos paranaenses.

A iniciativa faz parte de uma série de projetos que vêm sendo alinhados com o Governo da Província de Hyogo no Brasil (Japão). Conduzida pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), essa ação tem como principal finalidade promover cooperação internacional entre os dois países, nas áreas acadêmica e científica.

O coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Renato Parreira, destacou a integração entre os segmentos produtivos empresarial e acadêmico, inclusive no Exterior, para o desenvolvimento de programas e projetos inovadores no território paranaense. “É fundamental construir parcerias com empresas de referência internacional na produção orgânica, buscando novas tecnologias para serem replicadas no Paraná”, afirmou.

“Queremos estabelecer uma parceria com o Paraná e as universidades estaduais para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, criando um produto de alto valor agregado”, salientou o presidente da Sandai, Tadahiro Yoshii.

Ele comentou sobre um projeto semelhante, desenvolvido com o apoio da Universidade Kansai, situada na Província de Osaka, e do Governo de Mianmar, um país localizado no sudeste asiático que promove cultivo orgânico, preparação do solo, gestão do histórico de cultivo e treinamento agrícola para pequenos produtores.

Iniciado em 2009, o Paraná Mais Orgânico é desenvolvido pela Seti, em parceria com as sete Universidades Estaduais, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e o Instituto de Desenvolvimento Rural Iapar-Emater (IDR-Paraná).

De acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Paraná tem o segundo maior número de propriedades rurais com Certificação em Agricultura Orgânica em todo o País. O Estado responde por 16,7% dos produtores certificados e por um total de 3.624 propriedades.

A reunião contou ainda com a participação de outros gestores da Seti: Gisele Onuki, coordenadora de Ensino Superior, e Luis Paulo Gomes Mascarenhas, coordenador de Relações Internacionais. Pelo Escritório do Governo da Província de Hyogo no Brasil, estavam presentes: o diretor-presidente Nobuyuki Nagata, e as assessoras Cristiane Ueta e Megumi Hayashi.

MAIS ORGÂNICO 4.0 – A Seti lançou, recentemente, o programa Paraná Mais Orgânico 4.0., para contribuir com o processo de retomada econômica do Estado. Ao todo, serão aplicados R$ 2,5 milhões na produção de alimentos orgânicos em micro e pequenas propriedades e agroindústrias ligadas à Agricultura Familiar.

O programa prevê inovação tecnológica, acesso ao selo de conformidade orgânica e estratégias de comercialização coletivas e inovadoras, incentivando novos negócios. A expectativa é beneficiar cerca de mil agricultores com a melhoria da renda familiar, e pelo menos, 200 empresas industriais e de comércio de insumos para a produção orgânica, a partir do aumento das vendas.

INTERNACIONALIZAÇÃO – A interlocução entre o Paraná e o Governo da Província de Hyogo também abrange a promoção de intercâmbio acadêmico e científico, a partir da integração das universidades estaduais do Paraná no Humap, sigla em inglês para Hyogo University Mobility in Asia and the Pacific (ou Mobilidade da Universidade Hyogo na Ásia e no Pacífico, em tradução livre).

Instituído no ano 2000, o Humap consiste em uma rede internacional de intercâmbio entre instituições de ensino superior de 17 países, que tem como objetivo viabilizar intercâmbios entre estudantes universitários para melhorar a qualidade da educação e da pesquisa, desenvolvendo talentos profissionais para o futuro. A rede se baseia em dois pilares: intercâmbio internacional com bolsas de estudo para os estudantes; e intercâmbio acadêmico internacional, promovendo pesquisa colaborativa.

A estratégia estadual de internacionalização considera atrair pesquisadores do Exterior, interessados em se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros, principalmente nas áreas prioritárias, definidas pelo Conselho Paranaense de Ciência e Tecnologia (CCT PARANÁ).

ECONOMIA – No ano passado, o Convênio de Amizade e Cooperação entre o Paraná e a Província de Hyogo completou 50 anos. Ao longo dessas cinco décadas, a parceria resultou em diversas ações, principalmente no âmbito econômico.

Cidades como Curitiba, Londrina, Maringá e Paranaguá, por exemplo, estabeleceram relações de intercâmbio com cidades japonesas de Hyogo, tais como: Nishinomiya, cidade coirmã de Londrina; Kakogawa, cidade coirmã de Maringá; Himeji; e Awaji-shi, cidade coirmã de Paranaguá.

Atualmente, o Paraná conta com três indústrias de Hyogo: na Região Metropolitana de Curitiba, a Sysmex, especializada em equipamentos, reagentes e softwares para exames laboratoriais, em São José dos Pinhais, e a Sumitomo Rubber, fabricante de pneus, em Fazenda Rio Grande; e na região dos Campos Gerais, em Ponta Grossa, a Harima Kasei, líder mundial em resina sintética para tintas de impressão.

Em todo o mundo, a capital paranaense é a única cidade fora do Japão com um escritório de representação do Governo de Hyogo.

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