As escolas estaduais começam a receber nesta terça-feira (19) itens da agricultura familiar e ovos – quase 182 mil dúzias. Na quarta (20) é a vez de cerca de 200 mil quilos de sobrecoxa de frango congelada. Em 2019, o programa de alimentação escolar vai aplicar cerca de R$ 145 milhões para a aquisição de alimentos processados e in natura das associações de agricultores familiares.
As entregas realizadas pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) garantem as refeições de milhares de estudantes paranaenses. As escolas estaduais têm garantido o abastecimento das suas despensas no início das aulas. O trabalho antecipado da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) também contribuiu nessa conquista.
“Uma alimentação equilibrada e de qualidade contribui para a aprendizagem dos estudantes. É um investimento que vai além da escola porque também orientamos sobre a importância da alimentação saudável”, explicou o diretor-presidente da Fundepar, José Maria Ferreira.
As escolas já receberam na semana passado a primeira remessa de alimentos não perecíveis deste ano e de congelados. Foram mais 75 mil quilos de congelados (empanados de peixe) e 1,6 tonelada de 23 gêneros alimentícios, incluindo achocolatado, arroz, biscoito, canjiquinha, farinha de milho, feijão, leite em pó, macarrão, óleo de soja e vinagre.
AGRICULTURA FAMILIAR – Na rede estadual de ensino, 142 cooperativas e associações de agricultores entregam para as escolas estaduais frutas, verduras, legumes, panificados, leite, suco, geleias, entre outros produtos, dependendo da região. O investimento até março soma R$ 7 milhões para assegurar 1,6 milhão de quilos em alimentos e aproximadamente 600 mil litros de leite, iogurte e sucos para as refeições dos estudantes.
A Cooperativa Agropecuária Matoriquense (Coamar), em Mato Rico, no Centro-Sul do Paraná, que conta 210 famílias de pequenos agricultores, entregará 72 mil quilos de alimentos para 248 escolas em 58 municípios. Uma grande variedade de frutas, legumes, verduras, temperos e panificados que variam de acordo com a época da produção.
O modelo de compra de produtos desenvolvido pela Fundepar assegura o preço adequado para produção e a certeza da entrega nas escolas. “Este dinheiro é um grande incentivo para o nosso trabalho. Não tem oscilação de preços, o que não compromete a receita do produtor. Todo mundo se ajuda para melhorar a alimentação dos alunos”, explicou diretor administrativo da Coamar, Edelir Ribeiro da Silva.
O investimento permite ainda o crescimento da agricultura familiar do Paraná. “Uma forma de aumentar o poder de compra das comunidades rurais e de estimular o desenvolvimento sustentável”, lembrou o diretor-presidente, José Maria Ferreira.
NOVOS HÁBITOS - No Colégio Estadual Elias Abrahão, em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba, a alimentação escolar chega para oferecer mais qualidade às refeições e também para educar os quase 700 estudantes.
“Olhando para trás percebemos que os alunos passaram a comer mais frutas e legumes. O incentivo vem de professores, funcionários e colegas, hoje a alimentação escolar é bem-aceita por todos”, disse a diretora Zenaide Delgado.
A agricultura familiar oferta variedade de produtos frescos e da época. As merendeiras também têm um papel de destaque nesse processo. “Elas capricham no preparo, criam receitas, orientam os alunos e acabam conquistando pelo estômago”, destaca a diretora ao elogiar o trabalho dessas funcionárias.
Os professores também incluem nas atividades trabalhadas além do currículo temas como a importância da alimentação saudável.
O colégio oferece um café da manhã simples e rápido para os estudantes do ensino médio do período matutino e café para os alunos do noturno. A unidade conta ainda com uma horta para contribuir na alimentação da escola. “Uma boa alimentação também é fundamental para a que o aluno esteja disposto para os estudos e concentrado na aula”, disse a diretora.