Mais de 120 mil estudantes vindos da rede municipal de ensino devem ingressar no 6° ano da rede estadual no ano letivo de 2019, que começa no dia 14. Para facilitar a adaptação dos alunos aos novos ambientes, as escolas estaduais elaboraram programações especiais para as primeiras aulas, que vão desde uma roda de conversa com os alunos mais velhos até um tour antecipado pela nova escola.
Para o superintendente da Educação, Raph Gomes Alves, promover uma acolhida diferenciada é também estratégico, pois é por meio desse primeiro contato que o diretor, pedagogos e professores da nova escola poderão identificar as necessidades dos novos alunos e definir as ações para ajudá-los na adaptação.
“Os alunos que estão vindo do 5º ano passam por uma mudança grande ao deixar uma escola em que tinham apenas um professor como referência para passar a outra em que terão oito ou nove professores. A mudança de ambiente e estrutura também pode trazer insegurança. Por isso, a iniciativa das escolas de pensar formas para tornar essa transição mais acolhedora é tão importante”, destacou Alves.
RODA DE CONVERSA - Em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, 44 alunos vindos da rede municipal vão ingressar no Colégio Estadual Iria Borges de Macedo. Para receber os estudantes, a equipe diretiva, junto com os pedagogos, professores e funcionários, organiza uma roda de conversa com os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental para que os recém-chegados já conheçam alguns colegas.
“Quando o aluno é bem acolhido se sente seguro. São crianças de 10 a 11 anos chegando em uma escola nova com professores diferentes e alunos maiores. Por isso, é importante essa interação, para que eles se sintam mais confiantes para perguntar, tirar dúvidas com os professores e relatar seus problemas e dificuldades”, explicou o diretor Gilso Sikora. Além disso, os novos alunos também são apresentados aos professores e conhecem a estrutura da escola.
UM DIA NA ESCOLA - Há dois anos, a direção do Colégio Estadual Antônio de Moraes Barros, em Londrina, no Norte do Estado, convida os alunos do 5° ano das três escolas municipais do bairro Jardim Bandeirantes, onde o colégio está localizado, para conhecer a estrutura da unidade de ensino.
Acompanhados da professora municipal, os estudantes passam a tarde toda na escola. Lá eles são recebidos no auditório, conhecem os professores, os projetos e a dinâmica do colégio. Também participam de atividades nos laboratórios de Ciências e Informática.
Nesse ano, o Antônio de Moraes vai receber 120 estudantes oriundos da rede municipal de ensino. “A nossa escola é muito grande e isso assusta um pouco os alunos e os pais. Essa atividade serve para quebrar um pouco a ansiedade, porque aí o aluno começa o ano letivo já conhecendo onde vai estudar e quem serão seus professores”, diz a diretora Dilza da Silva Almeida.
ACOLHIMENTO - Quando os 120 alunos do 6° ano chegarem ao Colégio Estadual Paula Gomes, em Curitiba, para o primeiro dia de aula vão participar de algumas atividades diferentes. Logo nas primeiras aulas, os professores apresentam as regras e orientações da escola e, em seguida, acompanham os alunos por um tour pela escola, no qual são apresentadas as salas de aula, refeitório, biblioteca, sala de jogos, teatro e secretaria.
Além disso, os estudantes passam a ficar mais tempo na escola, já que o colégio oferta o Ensino em Tempo Integral do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental. Por isso, para a diretora Rosemary Carneiro de Souza, essa recepção é tão importante.
“Eles estão vindo de escolas menores onde tinham apenas um professor e agora terão 15 professores e uma rotina diferente. Essas atividades são importantes para que eles se sintam acolhidos”, explica.
SUPORTE - A Secretaria de Estado da Educação possui um material com orientações para assessorar as escolas estaduais no processo de transição dos alunos do 5° para o 6° ano. Em 2018, o Estado concluiu também o documento do Referencial Curricular do Paraná: princípios, direitos e orientações, com proposições para a educação infantil, anos iniciais e finais do Ensino Fundamental.
O referencial foi elaborado em parceria com o Conselho Estadual de Educação (CEE), União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme).