O dia 20 de novembro marcou a comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, data em que Zumbi do Palmares, líder de um dos maiores quilombos e símbolo de resistência negra, foi morto. Para enfatizar e ressaltar a importância da conscientização e reflexão sobre esse tema, diversas escolas do Paraná estão realizando atividades e conversas com os alunos.
Além de ofertar cursos de música e literatura africanas, o Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro também promove há oito anos, sempre no mês de novembro, atividades que destacam a importância das relações étnico-raciais no ensino da arte.
Na última sexta-feira (11), a instituição realizou o Encontro da Consciência Negra – Arte, Educação e Resistência, evento que consiste em homenagear a cultura africana e afro-brasileira por meio de apresentações de música, poesia, artes visuais e dança. O encontro contou ainda com a exposição do Coletivo Ero Ere, tradicional grupo de Curitiba de artes visuais negras.
“A educação é um lugar de debate, conscientização, valorização da cultura e das identidades”, destaca a diretora da instituição, Sabrina Rosa Cadori. “Oferecer cursos, eventos e exposições sobre as questões étnico-raciais aos estudantes e professores é nosso papel, contribuindo na compreensão do contexto histórico em que vivemos, para combater as injustiças e a desigualdade”.
FEIRA LITERÁRIA – Outra instituição de ensino que também desenvolveu atividades foi o Colégio Estadual Júlia Wanderley. No início do mês, na Feira Literária, foram feitas algumas ações em que os professores abordaram o racismo e falaram sobre as várias personalidades negras da literatura. Também foram discutidos aspectos do filme “Estrelas Além do Tempo”, da autora Margot Lee Shetterly, que conta a história de três cientistas negras que exerceram importantes funções na NASA durante o auge da corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética.
Solange Maria do Nascimento, professora da Língua Portuguesa, conta que os estudantes se dividiram em equipes e pesquisaram os seguintes temas: apartheid, preconceito, situação econômica, contexto histórico e política. Então, com as informações reunidas, eles organizaram a feira. Foram produzidos cartazes, maquetes e um jornal sobre o tema.
“Com isso, minha turma se uniu e conseguiu entender a lição do filme. Estávamos todos com um propósito: debater o preconceito”, afirmou a estudante Letícia Ribeiro Rodolfo. Ela acredita que o filme os ajudou a refletir sobre a importância do respeito e de não desmerecer ninguém.
A professora Paula Augusta Assumpção Malhadas ressalta a importância de abordar esse assunto, de grande importância para a formação integral das crianças e adolescentes. “Fazê-los refletir a respeito das dificuldades que o racismo impõe está na formação que desejamos para nossos alunos: cidadãos conscientes de que o que falam tem consequências e de que a sociedade não pode mais disfarçar intolerância”, afirma.
CEP – Buscando enaltecer a cultura africana e trazer esse tema para as salas de aula, o Colégio Estadual do Paraná (CEP) vai realizar a Semana da Educação Étnico-Racial até o dia 25 de novembro. Serão ofertadas para os alunos palestras sobre filosofia e cultura africana, além de oficinas com temas voltados à representatividade e à resistência da população negra.