Equipes da Defesa Civil
monitoram áreas de risco no Litoral

Uma equipe de geólogos do órgão se deslocou nesta sexta-feira (22) para a região, com o apoio de uma aeronave da Polícia Civil, para sobrevoar áreas de encosta e identificar potenciais riscos de deslizamentos e outros movimentos de massa.
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22/01/2021 - 18:20
Editoria

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O grande volume de chuvas que cai sobre o Litoral do Paraná desde o início da semana, que supera a média para o mês em várias estações pluviométricas do Simepar, coloca em alerta a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil. Nesta sexta-feira (22), uma equipe de geólogos do órgão se deslocou para a região, com o apoio de uma aeronave da Polícia Civil, para sobrevoar áreas de encosta e identificar potenciais riscos de deslizamentos e outros movimentos de massa.

O monitoramento também está sendo feito a partir do Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd), que se comunica diretamente com os municípios e as regionais de todo o Estado. O Cegerd acompanha as informações do Simepar e outras instituições de meteorologia para emitir alertas para situações que tem potencial para causar desastres.

Também dão suporte às operações o 8° Grupamento de Bombeiros (8°GB), as c coordenadorias regional e municipais de Defesa Civil das cidades litorâneas e a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA). "Essa integração entre as instituições do Governo do Estado permite que possamos atender às demandas de maneira rápida e eficiente para proteger a população”, afirma o coordenador executivo da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Adriano de Mello. 

“Com este suporte da Polícia Civil, os profissionais da Defesa Civil puderam ser levados a locais de difícil acesso, permitindo os estudos e observações que identificam os pontos sensíveis nessa região. Mantemos uma equipe operacional à disposição da população e de qualquer órgãos do Governo do Estado para atender às demandas do município”, afirma o delegado Renato Coelho, chefe do Grupamento de Operações Aéreas da PCPR.

SOBREVOO – No mês passado, os geólogos da Defesa Civil já tinham feito um sobrevoo pelo Litoral para monitorar as áreas de encosta, já que a região é uma das mais sensíveis do Estado, principalmente durante o verão, que é historicamente uma estação mais chuvosa. Em março, completam-se 10 anos do maior desastre socioambiental que atingiu a região, deixando muitos estragos principalmente no município de Morretes.

“Estamos acompanhando constantemente as estações pluviométricas e as áreas de atenção. Desde o último sobrevoo, já se observa uma mudança na paisagem por causa das chuvas intensas. O solo está mais encharcado e tem muita água escorrendo, verdadeiras cachoeiras que se formam nas encostas”, explica a geóloga Fabiane Acordes. “Caiu muita chuva nos últimos dias, fazendo com que a água não se infiltre no solo, o que cria um ambiente propício para um possível desastre”, diz.

Foram sobrevoados pontos de especial atenção, como o bairro de Floresta, em Morretes, um dos mais atingidos pelo desastre de 2011, e a Bacia do Rio Sagrado, que tem uma situação geológica bastante parecida, mas com mais residências. Em Antonina, a equipe passou pelas regiões do Morro do Bom Brinquedo, da Caixa d’Água e de Laranjeiras.

Outra área observada foi em Guaratuba, próximo a um dos trechos que dá acesso ao ferry-boat. Houve um deslizamento na Rua Capitão João Pedro na madrugada desta sexta-feira e a via precisou ser fechada. Ninguém ficou ferido e a prefeitura ficou responsável pela limpeza do local.

“Caso a previsão de chuvas se concretize, faremos novos sobrevoos no sábado ou no domingo e começamos a mobilizar outras ações, indo a campo para acompanhar a situação”, ressalta Fabiane. “Todos os municípios do Litoral têm seus planos de contingência, que incluem as áreas de maior atenção e as medidas a serem tomadas caso a Defesa Civil dispare um alerta para a região”, acrescenta.

PREVENÇÃO – De acordo com a geóloga, a população também pode fazer a sua parte. A orientação é para que as pessoas que vivem próximas a áreas de risco, como encostas ou rios, monitorem a região. Se verificarem a possibilidade de ocorrência de um desastre, devem procurar um local seguro e acionar a Defesa Civil Municipal ou o Corpo de Bombeiros, pelos telefones 199 ou 193.

É importante ficar atento a alguns sinais no seu entorno, que podem indicar que terreno está instável e se movimentando: se há indício de rachadura ou uma trinca nova, a encosta está com um declive maior, surgiu uma nascente que não tinha, há muita água escorrendo na encosta, se há acúmulo de água no terreno ou uma árvore que inclinou.

Caso haja dúvidas sobre como agir, conheça as dicas para cada situação AQUI.

A Defesa Civil também envia alertas gratuitos pelo celular. Para receber, basta enviar um SMS com o número do CEP endereçado ao 40199. Após o envio, o usuário receberá uma mensagem de confirmação e passará a receber os alertas para a região.

ACUMULADO – De acordo o Simepar, o acumulado de chuvas desde a meia-noite desta sexta-feira chegou a 108,8 milímetros em Paranaguá, 67,8 milímetros em Guaraqueçaba, 58 milímetros em Guaratuba e 30 milímetros em Morretes. Em Paranaguá, por exemplo, a média de precipitações para o mês de janeiro é de 280 milímetros, mas neste mês o acumulado já foi de 401 milímetros.

“Está chovendo bem acima da média, com uma chuva contínua ao longo da semana, o que merece atenção por parte da população. E a previsão é de mais precipitações neste fim de semana e, pelo menos, até a próxima quarta-feira (27)”, explica o meteorologista Marcolino Nascimento.

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