Fomentar a educação com foco na tecnologia como aliada da relação dos povos indígenas com a natureza e como meio de viabilizar a preservação da sua cultura. Estes são os objetivos de algumas ações implementadas nos últimos meses pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação, nas 39 escolas indígenas do Paraná. Novos computadores, webcams, microfones, mouse pads chegaram às Escolas Indígenas contribuindo para a inclusão digital dos estudantes das comunidades indígenas.
O Dia Nacional dos Povos Indígenas põe em evidência a diversidade destes grupos étnicos no cenário brasileiro, além de contribuir para a valorização da cultura e da história desses povos. A data traz à pauta também reflexões importantes sobre a luta pelos direitos dos indígenas, no contexto social e político brasileiro.
Em prol da defesa desses direitos e tendo em vista promover a educação como forma de fortalecimento das culturas indígenas, o Governo do Paraná tem investido nas comunidades por meio do Novo Ensino Médio. Por meio do componente curricular Informática Básica e Robótica, a inclusão digital e o uso das ferramentas tecnológicas têm se tornado cada vez mais rotineiro para os estudantes indígenas.
Desde sua implementação, em 2022, na matriz curricular das escolas indígenas, veio também o investimento em infraestrutura tecnológica. Foram entregues, no ano passado, kits Educatron (compostos por smart TV 43'', computador, webcam, microfones, teclado com mouse pad e pedestal regulável) a todas as escolas da rede estadual — para as indígenas, já neste primeiro semestre de 2023 – foram entregues 485 computadores. Dezoito delas receberam 105 chromebooks e kits robótica. Ao todo, esse investimento nas unidades indígenas ultrapassa os R$ 2 milhões.
Dezoito delas também receberam um total de 105 chromebooks e kits robótica. Ao todo, esse investimento nas unidades indígenas ultrapassa os R$ 2 milhões.
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SABERES INDÍGENAS NO ENSINO DA ROBÓTICA – Equipamentos como Jumpers, baterias, leds, resistores, potenciômetros, pareciam complexos para os estudantes Kaingang do Colégio Estadual Indígena Cacique Otávio dos Santos município de Turvo, agora ganham significado prático a partir de uma das mais milenares e cotidianas atividades da comunidade indígena: a montagem de armadilhas para pesca. Luan Felipe de Lima, professor de Informática Básica e Robótica da 1ª série do colégio que, para demonstrar a utilidade da robótica de forma prática, recorreu à montagem das armadilhas, tão conhecidas deles.
Segundo o professor, mecanismos como o da força potencial e do desarme, por exemplo, fazem parte da realidade do aluno. “Foi feita uma adequação. No começo, imaginavam que faríamos robôs que sairiam falando e andando, como normalmente se imagina a partir de filmes e programas de televisão. Logo eles entenderam que a atividade era bem mais próxima da realidade do que imaginavam”, diz.
“Os alunos não tiveram dificuldade, pois encontraram semelhanças entre o funcionamento dos mecanismos da robótica com os das armadilhas que já costumavam montar para capturar animais”, explica. Segundo o professor, mecanismos como o da força potencial e do desarme, por exemplo, fazem parte da realidade do aluno. “Foi feita uma adequação. No começo, imaginavam que faríamos robôs que sairiam falando e andando, como normalmente se imagina a partir de filmes e programas de televisão. Logo eles entenderam que a atividade era bem mais próxima da realidade do que imaginavam”, revela.
PLATAFORMA DE INGLÊS – Considerando a relevância do ensino da Língua Inglesa no mundo contemporâneo, em especial no que diz respeito à inserção dos estudantes no mercado de trabalho e à importância de possibilitar acesso às informações vindas de todas as partes do mundo, o Inglês Paraná – ferramenta voltada ao ensino e aprendizagem do idioma – também passou a ser implementada no ensino das escolas indígenas da rede estadual.
No Colégio Estadual Indígena Carlos Alberto Cabreira Machado, que atende 80 alunos no município de Novas Laranjeiras, estudantes da Terra Indígena Rio das Cobras tiveram o primeiro contato com a língua inglesa a partir da ferramenta.
“Um dos grandes incentivos para que os estudantes guaranis se interessassem pelo conteúdo foi o programa Ganhando o Mundo, do Governo do Estado, que viabiliza aos alunos da rede estadual a experiência do intercâmbio”, explica o diretor da escola, Edson José Borsoi. “Com a perspectiva de participarem do programa, os alunos já agregam ferramentas importantes para sua futura inserção no mercado de trabalho”.
Para Ananias Veríssimo, professor e cacique da aldeia Rio da Lebre, o contato com as plataformas digitais tem mostrado resultados positivos no desempenho dos estudantes. “Tudo isso tem favorecido o aprendizado integral e expandido o conhecimento dos nossos alunos para além das fronteiras da aldeia”, afirma.
Além disso, a familiarização gradual dos estudantes com a plataforma Inglês Paraná aos poucos rende resultados positivos no ensino de novos idiomas. “São recursos indispensáveis ao ensino das ciências tecnológicas. Por meio deles é possível aproximar as comunidades da tecnologia de modo prático e natural, como ferramentas que vêm para facilitar o dia a dia”, afirma o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.
INDÍGENAS NO BRASIL – Segundo o último Censo realizado no Brasil, no ano de 2010, o país conta com uma população indígena de quase 900 mil pessoas. Deste total, cerca de 600 mil vivem na zona rural. A diversidade cultural da população indígena brasileira é vasta e a preservação da cultura e modos de vida destas populações estão no foco do Governo do Estado do Paraná.
EDUCAÇÃO INDÍGENA – A rede estadual de ensino do Paraná conta com 39 escolas indígenas, inseridas em suas terras e culturas, contemplando mais de 5 mil estudantes. Essas instituições de ensino têm normas, pedagogia e funcionamento próprios, respeitando a especificidade étnico-cultural de cada povo. Os estudantes têm direito a ensino intercultural e bilíngue (com aulas da língua indígena materna e de português) desde a educação infantil até o ensino médio, tendo em vista ser a língua indígena responsável pela veiculação e valorização da cultura.