O 1° Encontro Regional de Inovação para Tecnologias 4.0, promovido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), discutiu tendências da Indústria 4.0 e apresentou as linhas de financiamento disponibilizadas pelo banco. O evento realizado com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) ocorreu em formato híbrido e foi transmitido pelo canal oficial do BRDE no YouTube, na manhã dessa quarta-feira (09). A apresentação está disponível AQUI.
O encontro teve como foco o público de inovação: consultores, empresas com perfil inovador e com projetos de inovação, bem como integradoras e interessadas. O objetivo do BRDE é estreitar o relacionamento entre fornecedores de tecnologias 4.0 e possíveis inovadores, além de apresentar as linhas que o banco oferece a esse segmento.
O superintendente do banco, Paulo César Starke Júnior, destacou a parceria de nove anos entre Finep e BRDE, que, de acordo com ele, faz do banco o líder nacional em repasses em favor de micro, pequenas e médias empresas localizadas na região Sul do país. “Fizemos a primeira operação do Brasil com a Finep para inovação. Financiamos projetos de inovação em serviço, no campo e em outras tantas áreas, e estamos preparando os próximos passos porque queremos expandir nossa atuação ainda mais. Nossa equipe está preparada para isso”, destacou.
COMO FINANCIAR – O primeiro painel foi apresentado por Thais Paola Grandi, analista de Projetos do BRDE, com o objetivo de apresentar o banco, sua missão estratégica de apoiar projetos de inovação no Sul do País, a origem dos recursos que resultam em R$ 4,1 bilhões em contratações, além das linhas de crédito em parceria com a Finep.
“Temos o programa BRDE Inova, que consolida todas as formas de apoio que temos para inovação: créditos (recursos reembolsáveis), investimentos (recursos não reembolsáveis), fomento ao ecossistema (parques tecnológicos, por exemplo) e apoio institucional (Programa BRDE Labs, que incentiva o ambiente de inovação acelerando startups)”, explicou.
A atratividade do Inovacred, linha de crédito do BRDE em parceria com a Finep, resultou, desde 2013, em mais de R$ 650 milhões em contratações. Só em 2022 foram quase R$ 97 milhões. Através do Inovacred é possível financiar produtos, processos e serviços inovadores, ou aprimorar já existentes, tais como pesquisas, softwares e equipamentos nacionais ou importados.
Os parâmetros de análise de crédito são capacidade de pagamento, patrimônio líquido compatível com o projeto e garantias. Segundo Thais, a proposta de crédito pode ser enviada pelo próprio site do BRDE, por onde também é possível acompanhar o processo.
APOIO À INOVAÇÃO – O segundo painel foi apresentado pelo gerente regional Sul da Finep, Bruno Camargo. Segundo ele, o apoio à inovação está presente em todos os níveis de maturidade tecnológica. A atuação da financiadora ocorre por meio editais, créditos, programas de aceleração de startups, subvenção econômica, financiamento reembolsável e não reembolsável e fundos de venture capital e startups.
A linha FINEP 4.0 é uma destas ferramentas de apoio, já que financia a inovação para a Indústria 4.0, ou seja, o sistema de tecnologias avançadas como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem.
“Quanto mais inovador e arriscado for o projeto, maior vai ser o investimento oferecido. Essa é a diferença entre outras linhas de crédito e as nossas. Oferecemos sempre taxas e prazos diferenciados, mais atrativos que os de mercado”, destacou. “Para isso, operamos com agentes financeiros. Nesse caso, o BRDE é o principal repassador Finep, desde a criação das linhas do Inovacred".
Segundo ele, em 2022, mais de 60% dos financiamentos para pequenas e médias empresas tiveram origem nos recursos do BRDE. A Finep tem três grupos de linhas: desenvolvimento de produtos, processos e serviços e inserção no mercado. É possível acessar as diferentes linhas de crédito e solicitar contratação pelo portal.
INOVAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO – O último painel foi conduzido por Marcos Paulo de Souza, consultor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Senai Paraná. Ele apresentou as estruturas de apoio técnico e educacional do Senai, que dão apoio à Indústria 4.0 por meio de serviços metrológicos, consultorias e serviços de inovação.
“A transformação digital é uma maratona e o Brasil precisa acelerar. Por isso, projetos de fomento como esses são fundamentais”, considerou. A inteligência artificial é, segundo ele, a maior tendência na Indústria 4.0, e o Senai tem como missão incentivar projetos inovadores para fazer desse cenário uma realidade brasileira.
“As empresas conhecem os benefícios da Indústria 4.0, mas não aplicam ainda. A inteligência artificial, por exemplo, é uma das tecnologias com maior impacto nas empresas, ela é uma grande tendência, mas somos o continente com menor adoção dessa tecnologia”, analisou.
Pensando em ampliar o investimento na área, acrescentou o consultor, o Senai, maior instituto de ciência e tecnologia da América Latina, tem oito institutos de tecnologia e de inovação no Paraná e um hub de inteligência artificial que presta serviço para empresas inovadoras. Classificação de grãos e estimativa de clorofila e acidez utilizando imagem de amostras de soja, virtualização de ambientes, simulações na construção civil para treinamento, conjunto de sensores em esteiras rolantes e geolocalização em ambientes internos são alguns exemplos de projetos já desenvolvidos.
PRESENÇAS – Também participaram do evento o diretor administrativo do BRDE, Luiz Carlos Borges da Silveira, e colaboradores do banco.