Infraestrutura de qualidade, posição estratégica, mão de obra qualificada e, principalmente, diálogo e confiança nas políticas públicas estaduais. Esses foram alguns dos pontos destacados por empresários, executivos e dirigentes de entidades do setor produtivo como diferenciais do Paraná para atração e manutenção de investimentos privados.
Presentes no evento promovido pelo Governo do Estado para celebrar R$ 120 bilhões investidos no Paraná desde 2019, que aconteceu na noite da terça-feira (17) no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, eles apontaram questões como o programa de incentivos fiscais e a redução de burocracias como instrumentos importantes nesse processo.
A boa gestão do Estado durante a pandemia de Covid-19 também foi imprescindível para, mesmo com as restrições, manter os investimentos e fechar em alta os indicadores econômicos, ao mesmo tempo em que atendia as questões de saúde pública. Com isso, o Paraná terminou 2021 com a geração recorde de empregos, com a criação de mais de 172 mil vagas com carteira assinada, com crescimento de 9% na indústria, terceiro melhor resultado do País, e com avanço de 3,3% no Produto Interno Bruto (PIB), o maior desde 2014.
“A gestão do governo foi muito boa durante a pandemia, e a indústria conseguiu manter sua atividade na média, tivemos um bom volume na geração de empregos, investimentos no período e com aumento, inclusive, na arrecadação do compulsório pago para o sistema Sesi e Senai”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Carlos Valter. “São bons indicativos do momento econômico da indústria paranaense, que tem muito a ver com as atrações de investimento e todo o contexto do Estado”.
Para ele, a questão política também é importante para criar um ambiente de confiança para o empresariado. “É preciso firmeza nos propósitos do governo para que incuta confiança. A indústria faz investimentos que retornam a longo prazo e, para isso, precisa ter confiança no planejamento e na segurança do setor público, não ter altos e baixos”, disse.
O bom desempenho da indústria acaba refletindo em outros setores, como o comércio e os serviços, avalia o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Fernando de Moraes. “Os investimentos que estão sendo feitos no Paraná são muito positivos, porque trazem desenvolvimento e uma geração de empregos muito grande. Isso vemos refletido lá na ponta, no movimento do comércio, na prateleira do comerciante. Com a abertura de vagas e uma economia pujante, quem colhe lá na frente são todos os paranaenses”, disse.
INFRAESTRUTURA – A redução dos custos logísticos e acesso facilitados aos mercados consumidores, com investimentos constantes em infraestrutura, também foram apontados. Principal porta de saída para o exterior, os Portos do Paraná tiveram, por dois anos consecutivos, a melhor gestão do País.
O Governo do Estado também está resolvendo gargalos rodoviários históricos, com as revitalizações da PRC-280, na região Sudoeste, e da PR-323, no Noroeste. O novo Programa de Concessões Rodoviárias do Paraná, que está em elaboração pelo governo federal, vai derrubar as tarifas de pedágio e garantir R$ 44 bilhões em obras nos próximos anos. Além disso, a Nova Ferroeste prevê modernizar e ampliar a participação do modal ferroviário no Estado.
Esses investimentos em infraestrutura foram destacados pelo presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo. A montadora instalada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, anunciou em março um novo ciclo de investimentos na planta, para a produção de um novo SUV e de um novo motor 1.0 turbo.
“Quando avaliamos novos investimentos sempre olhamos para a infraestrutura e para as pessoas, para a formação de engenheiros, por exemplo”, disse. “Começamos 2022 com tudo, com o a renovação e lançamento de três novos modelos de veículos. O diálogo e a abertura que temos com o Governo do Paraná, com muita transparência, são fatores determinantes para os nossos investimentos”.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS – Medidas fiscais mais atrativas, como a dilação de prazo e diferimento do recolhimento do ICMS para investimentos industriais, e outros incentivos foram determinantes, por exemplo, para instalação da Maltaria Campos Gerais, que prevê investimento de R$ 1,5 bilhão de seis cooperativas em Ponta Grossa.
“É fruto de um empenho e visão de mercado das cooperativas, que coincidiu também com o apoio que o Governo do Estado está dando para a atração de investimentos. De outra forma, poderíamos instalar em outro estado ou outra região”, afirmou o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl, uma das envolvidas no empreendimento.
“Mas somos cooperativas paranaenses, temos o cultivo de cevada na região e como o próprio governo oferece essa viabilidade, a decisão foi nos manter aqui. A retribuição a esse apoio é esse grande investimento, que vai gerar centenas de empregos diretos e indiretos, além de beneficiar cerca de 12 mil cooperados”, completou Karl.
DIÁLOGO – Além de contar com uma agência de atração de investimentos como a Invest Paraná, o Governo do Estado mantém outras portas de diálogo com setor empresarial. O Paraná foi o primeiro estado a criar um comitê público-privado sobre ESG no País, juntando empresas e lideranças em prol de ações sobre questões ambientais, sociais e de governança.
Além disso, em 2020 foi implantado o Conselho Empresarial e de Infraestrutura do Paraná, presidido pelo vice-governador Darci Piana. Com a participação da iniciativa privada, o colegiado busca traçar linhas estratégicas de desenvolvimento com foco na modernização do Estado, geração de riquezas, justiça social e ampliação do bem-estar da população, com foco no planejamento para os próximos 30 anos.
Nesta terça-feira, o conselho se reuniu pela primeira vez de forma presencial, após diversas reuniões remotas por causa da pandemia de Covid-19.
“Foi uma reunião bastante positiva, em que mostramos o trabalho da Invest, do sistema de fomento do Estado e tudo aquilo que estamos fazendo na área de infraestrutura”, explicou Piana. “Este é um espaço primordial para a tomada de decisões por parte do Governo do Estado, um anteparo que apresenta as principais demandas e necessidades do setor produtivo em termos de investimentos, para que sejam feitos da forma mais acertada possível”.