Em parceria com a UFMG, Estado fará pesquisa de percepção de segurança

O projeto é financiado com recursos do BID e busca compreender como os paranaenses percebem a segurança pública, além de investigar os motivos pelos quais crimes como furtos, por exemplo, muitas vezes não são registrados. Uma pesquisa de vitimização é feita com visitas domiciliares. Ela é denominada Pesquisa de Vitimização.
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13/12/2024 - 16:20

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A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), por meio do Centro de Análise, Planejamento e Estatísticas (CAPE), está preparando uma pesquisa para obter um retrato detalhado da sensação de segurança da população paranaense. Ela é denominada Pesquisa de Vitimização do Paraná e fornecerá informações importantes para a gestão das políticas de segurança pública.

O projeto é financiado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e busca compreender como os paranaenses percebem a segurança pública, além de investigar os motivos pelos quais crimes como furtos, por exemplo, muitas vezes não são registrados. Uma pesquisa de vitimização é feita com visitas domiciliares.

A primeira etapa da iniciativa consiste na elaboração e definição do questionário da pesquisa, que ocorre em um workshop realizado nesta quinta-feira e sexta-feira (12 e 13). O objetivo é definir perguntas que capturem a realidade enfrentada pela população e os motivos que levam à falta de registro de boletins de ocorrência. 

Esta primeira fase é realizada em parceria com o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que ficou responsável  por todo o embasamento teórico intelectual do estudo e definição dos municípios que comporão a amostra. “Essa pesquisa vai ouvir quem está na ponta para que possamos ter um diagnóstico mais preciso e tomar decisões mais assertivas”, afirmou o diretor-geral da Sesp, coronel Adilson Lucas Prusse.

A pesquisa também visa identificar pontos de melhoria nas forças de segurança. A intenção é compreender por que vítimas deixam de registrar ocorrências e quais fatores poderiam ser ajustados para melhorar o atendimento e a confiança no sistema de segurança.

“Esta é a fase de concepção do projeto. Depois, será contratada uma empresa para realizar uma pesquisa domiciliar dentro de uma metodologia científica. Com os dados, poderemos estruturar políticas públicas conforme os resultados retratados em cada área integrada de segurança pública”, explicou o chefe do CAPE, major Claudio Todisco.

WORKSHOP – O workshop foi conduzido pela coordenadora da Pesquisa de Vitimização, professora associada no Departamento de Sociologia da UFMG, e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP), Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro, e o consultor do BID, mestre em Gestão e Políticas Públicas e doutor em Criminologia Sebastián Acevedo Valenzuela.

Durante o evento foram apresentados os fundamentos teóricos e metodológicos da pesquisa, o desenho amostral, o plano de análise e a estrutura preliminar do questionário. Além disso, representantes das forças de segurança locais contribuíram para ajustar o instrumento de coleta de dados, garantindo que reflita com precisão a realidade da vitimização no Estado.

“O questionário tem como objetivo definir as perguntas que faremos ao visitar alguns municípios do Paraná, ouvindo os moradores em suas casas. As informações coletadas vão colaborar com diversos órgãos e permitir repensar a política de segurança pública”, disse Ludmila Ribeiro.

Sebastián Valenzuela destacou a relevância de pesquisas desse tipo. “Essas pesquisas ajudam a entender a distribuição do crime, a percepção da população e as causas da subnotificação. Com essas informações, será possível identificar onde há maior vitimização e onde o trabalho policial precisa ser aprimorado”, afirmou.

QUESTIONÁRIOS – Os questionários serão aplicados a pessoas com 18 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e rurais das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs) do Paraná. A pesquisa contará com o acompanhamento do CRISP, do CAPE e de um grupo de trabalho com representantes das forças de segurança e setores da Sesp.

A próxima fase, prevista para o início de 2025, será a contratação de uma empresa especializada para conduzir as entrevistas domiciliares.

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