O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou nesta segunda-feira (11) que a gestão pública precisa inovar e se modernizar para prestar serviços de melhor qualidade à população. A declaração foi feita em palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na capital paulista, que reuniu membros dos conselhos Político e Social (Cops) e de Economia (COE) da entidade.
“O Paraná está fazendo a lição de casa. Estamos modernizando a máquina pública para ser um instrumento de suporte e de indução do desenvolvimento socioeconômico do Estado”, afirmou Ratinho Junior. Ele destacou que, de modo geral, o setor público brasileiro não acompanhou a evolução de outras áreas da sociedade e parou na década de 1980.
O governador afirmou que o grande desafio é planejar o Estado para as próximas décadas, levando em conta os avanços na tecnologia ao mesmo tempo em que é necessário resolver problemas herdados de anos anteriores. “Fomos atrás de metodologias que deram certo em outras partes do mundo para aplicar no Paraná”, explicou.
Ratinho Junior pontuou que a gestão trabalha o planejamento estadual de médio e longo prazos e ressaltou dois objetivos dentro desta estratégia: tornar o Estado o maior fornecedor de alimentos do País e o principal hub logístico da América do Sul.
De acordo com Ratinho Junior o Paraná já é destaque na produção de alimentos, mas agora o governo quer induzir a industrialização da produção primária para agregar mais valor ao produto paranaense. Em relação à questão logística, ressaltou que o Estado está no centro de cerca de 70% do PIB sulamericano.
MATRIZ - “Quando uma região encontra sua vocação e faz disso sua matriz economia, dá um salto qualitativo do ponto de vista social e econômico”, salientou. “A vocação do Paraná é produzir alimento para o mundo. Estamos induzindo, no Estado, a criação de uma indústria de processamento de alimentos, dando apoio a pequenas e grandes cooperativas para poder fortalecer toda a cadeia produtiva”, explicou Ratinho Junior.
O governador também fez um balanço dos 300 dias de gestão aos empresários paulistas e enfatizou o bom ambiente de negócios no Estado. “Trabalhamos para incentivar a inovação e criar um ambiente que traga tranquilidade para os empresários”, afirmou. “Nossa expectativa é atrair R$ 20 bilhões de investimentos até o fim do ano, um número muito maior do que planejávamos”.
Os indicadores econômicos positivos demonstram esse bom ambiente. O Paraná teve o maior crescimento industrial do Brasil, com alta de 6,7% na produção até setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado também criou quase 60 mil empregos até o terceiro trimestre.
Outra iniciativa apresentada pelo governador foi o Banco de Projetos Executivos, que destinou R$ 350 milhões para a elaboração de projetos de infraestrutura. “O Brasil ainda não aprendeu a fazer a fazer esse baú de projetos. Muitas vezes existe o recurso para investimentos, que não saem do papel por falta desse planejamento”, ressaltou. “É isso que buscamos para o Paraná”, afirmou.
EXEMPLO - O presidente do Conselho Político e Social da ACSP, Heráclito Fortes, elogiou o estágio do Paraná e considerou que várias iniciativas criadas no Estado podem ser referência para o País. “O governo conseguiu espantar a crise do Paraná, o que é muito bom também para o Brasil”, afirmou
Além da agricultura, outros setores também merecem atenção do Governo do Estado, frisou Ratinho JUnior. Entre eles, está a infraestrutura, com projetos ambiciosos de concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos, além do incentivo à aviação regional através do programa Voe Paraná.
“Implantamos a lei de concessões mais moderna do País. Queremos que o setor privado invista no Estado”, afirmou o governador, destacando a concessão do Parque Estadual de Vila Velha, já concluída, e de 4,1 mil quilômetros de rodovia, previstos para 2021. “Será o maior pacote de concessão rodoviária do Brasil”, disse ele.
AUSTERIDADE – O governador também ressaltou a necessidade de cuidado e de austeridade no gasto público e citou iniciativas adotadas no Paraná, como a redução do número de secretarias e autarquias, o acesso a serviços por meio da inteligência artificial (PIÁ) e a implantação do programa de Compliance.