A busca por uma agricultura mais sustentável economicamente e ambientalmente tem sido uma preocupação de produtores rurais e profissionais do setor. As soluções para estimular boas práticas nesse sentido foram debatidas na abertura do 1º Simpósio Paranaense de Agricultura Sustentável e Uso de Bioinsumos, no Centro de Eventos Cidades dos Lagos, em Guarapuava, no Centro-Sul, na noite de terça-feira (20). Mais de 500 pessoas de diversos estados brasileiros prestigiaram a solenidade de abertura.
A programação segue até esta quinta-feira (22), com discussões sobre boas práticas de agricultura regenerativa no Paraná, por meio de minicursos e painéis com especialistas do setor, que vão debater sobre a produção sustentável, o manejo da fertilidade com agrominerais regionais, especialmente no âmbito dos bioinsumos e remineralizadores de solo. Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná) e da secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) também integram a programação.
Na abertura, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que a exigência atual é que o agro faça mais e melhor com menos. "É um conceito de sustentabilidade, de baixar custos, de ter um solo física, química e biologicamente mais resolvido", disse. “Não abrimos mão de uma agricultura de resultados, mas que seja feita da forma correta. E a forma correta é olhar com carinho para o ambiente e os processos que usamos para produzir”, acrescentou.
Ele reforçou que o estado trabalha pela criação de uma lei de bioinsumos para estimular investimentos no setor.
Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho, o evento colabora para promover uma abordagem inovadora, essencial para a sustentabilidade do planeta. “Bioinsumos ajudam a promover o equilíbrio em todo o ecossistema, e diminuem o custo de produção, contribuindo para a biodiversidade e a segurança alimentar”, disse.
O prefeito de Guarapuava, Celso Goés, destacou que por meio da educação e da inovação é possível acreditar no futuro. “É o agro que sustenta o Brasil”, afirmou.
REFERÊNCIA – Na avaliação do presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Eduardo Martins, Guarapuava é um dos municípios que podem se transformar em uma referência em agricultura sustentável, seja pela competência dos profissionais do setor, pela estrutura produtiva com diversidade. “É um outro paradigma de produção. Para dar mais autonomia e segurança ao produtor, estamos convencidos que um caminho acontece dentro das áreas produtivas, e envolve mudar a perspectiva e a forma de produção. Não só nos insumos, mas no processo”.
Após a abertura, a programação seguiu com a palestra “A Experiência e um movimento de Agricultores – Os bioinsumos on farm como forma de independência dos agricultores”, do vice-presidente do GAAS, produtor e engenheiro agrônomo em Goiás, Rogério Vian. Ele, que mantém 400 hectares de orgânicos, também apresentou ações que promovem a sustentabilidade e, ao mesmo tempo, colaboram com a produtividade, como consórcio de plantas e polinização de abelhas.
“Com essas iniciativas a gente mostra que é possível fazer, desde que se respeite o tempo, as condições e as regionalidades de cada um”, afirmou.
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ORGANIZAÇÃO – O evento foi organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná), Sindicato Rural de Guarapuava, e o GAAS. "Nossa missão é trocar experiências e fortalecer esse tipo de iniciativa, com visão de futuro", disse o diretor-presidente do IDR-PR, Natalino de Souza.
Também participaram do Simpósio o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Martins, além de diretores e servidores do IDR-Paraná e técnicos do Sistema Estadual da Agricultura.