Em busca de fortalecer a logística de transporte no Paraná, o governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta terça-feira (12), em Brasília (DF), com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. A conversa girou em torno do financiamento por parte do governo federal de novos projetos estruturantes para o Estado, como a extensão da Poligonal do Porto de Paranaguá; a implantação do Corredor Metropolitano na região de Curitiba; e a pavimentação da ligação rodoviária entre São José dos Pinhais e Mandirituba.
Além disso, houve uma atualização sobre o andamento do projeto da Nova Ferroeste dentro da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com avanço no processo de licenciamento. Também participaram do encontro o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Fernando Furiatti; o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves; e o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Fagundes.
“Foi uma conversa bastante produtiva. O ministro conheceu melhor os projetos em andamento no Estado e se comprometeu a colaborar, a ajudar naquilo que for possível. O Paraná tem um grande pacote de obras em andamento, muitas em parceria com o governo federal com a segunda ponte entre Brasil e Paraguai. Há uma sintonia em busca daquilo que for melhor para a população”, afirmou o governador.
Ratinho Junior explicou para o ministro que o projeto técnico da Nova Ferroeste está praticamente pronto. Uma das últimas etapas a ser vencida antes do encaminhamento para leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é a indicação por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) da licença prévia ambiental. As audiências públicas em algumas cidades que vão abrigar o novo traçado da ferrovia estão previstas para começar em maio. O investimento estimado é de R$ 29,4 bilhões.
“É o maior projeto estruturante em andamento no Estado, algo que vai mudar a dinâmica de exportação de produtos de toda a parte sul do País. O Paraná e o Brasil vão ganhar muito com a construção deste corredor sobre trilhos”, ressaltou o governador.
A Ferroeste, destacou o diretor-presidente da empresa ferroviária, existe desde 1991 e administra o atual traçado de 248 quilômetros de trilhos entre Guarapuava e Cascavel. Com o projeto da Nova Ferroeste, essa linha será ampliada nos dois sentidos, fazendo a ligação entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá. Haverá ainda um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu para captar carga do Paraguai e da Argentina.
Com 1.304 quilômetros, a estrada de ferro dará lugar ao Corredor Oeste de Exportação, com potencial para ser o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País. “O ministro foi bem acessível. Perguntamos da possibilidade de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) colaborar com o projeto e ele prometeu ajudar nessa interlocução”, comentou Gonçalves.
RMC – Ratinho Junior apresentou também duas propostas para melhorar a circulação entre os municípios que formam a Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Entre elas, destaque para a implantação do Corredor Metropolitano na continuidade da PR-423.
A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) pretende construir um novo trecho de rodovia dando continuação à atual PR-423 na ligação entre Araucária (Rodovia do Xisto) e Curitiba/Fazenda Rio Grande (BR-116). A ligação funcionará como um segundo contorno na região sul de Curitiba, desviando cerca de 25% do tráfego do atual Contorno Sul, uma das principais vias da RMC, e também parte do intenso movimento na interseção da BR-116 com o próprio Contorno Sul, na região do Ceasa.
A nova via possui cerca de 9,5 km de extensão, com um investimento de cerca de R$ 200 milhões.
O outro projeto atende uma demanda histórica da população local, que é a pavimentação da rodovia de ligação entre os municípios de São José dos Pinhais e Mandirituba. O trecho parte do trevo da empresa Volkswagen-Audi, na BR-376, em São José dos Pinhais, até a Rua Gilberto Palu, em Mandirituba, na ligação com a BR-116.
A estrada passa pela Colônia Marcelino, local de grande potencial para o turismo rural e religioso, e também cria uma via alternativa para os municípios de Quintandinha, Agudos do Sul, Piên, Campo do Tenente e Rio Negro, todos localizados no chamado segundo anel da RMC. Possui extensão de aproximadamente 26 km e deverá representar um investimento de R$ 60 milhões.
PORTO – Ainda durante o encontro, a comitiva paranaense confirmou que o Governo do Estado finalizou a revisão do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento dos portos de Paranaguá e Antonina (PDZ). O trabalho na poligonal terrestre indicou o limite geográfico da área do porto organizado, ou seja, no espaço onde a autoridade portuária detém o poder de administração e onde ficam as instalações portuárias e a infraestrutura de proteção e acesso ao porto. Há um indicativo de extensão da área.
O documento é uma das mais importantes ferramentas de planejamento do setor e considera o ambiente social, econômico e ambiental em que o porto está inserido. O último PDZ feito em Paranaguá foi em 2012, com atualizações em 2014, 2016 e 2017. Em 2021, a atualização foi feita com o apoio da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), órgão do governo federal que também é responsável pelo Plano Mestre dos portos paranaenses.
“A extensão da poligonal que estamos tratando é para atender ao futuro da Ferroeste, para não haver conflito na chegada aos Porto de Paranaguá das composições oriundas da Nova Ferroeste”, destacou Ratinho Junior.
PRESENÇA – O chefe do Escritório de Representação do Paraná em Brasília, Rubens Bueno II, também participou da reunião.