Duplicação da PR-323 até o Rio Ivaí leva desenvolvimento a cidades do Noroeste do Paraná

Últimas duas obras do Noroeste serão concluídas ainda neste ano, formatando um moderno corredor de escoamento da safra até Maringá. Investimento do Governo do Estado em parceria com o Banco BID é de quase R$ 130 milhões.
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04/03/2022 - 09:20

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A ansiedade dos moradores de Paiçandu e Doutor Camargo que aguardam por uma estrada melhor no Noroeste do Paraná está mais perto do fim. Duas obras no principal eixo rodoviário da região, a PR-323, serão concluídas ainda neste ano, modernizando o corredor de escoamento da safra e da produção industrial na macrorregião de Maringá. A construção do viaduto de acesso ao distrito Água Boa e a duplicação de 6,3 quilômetros até o Rio Ivaí complementam a primeira parte da obra, já finalizada, de 20,75 quilômetros de duplicação entre Paiçandu e Doutor Camargo.

Um alívio e tanto para os vizinhos da rodovia. Entre as vantagens, eles destacam a diminuição do tempo para se chegar a Cianorte ou a Maringá; a possibilidade de ultrapassar caminhões e veículos pesados com segurança; e, especialmente, preservar vidas de motoristas e pedestres que precisam circular diariamente por aquela estrada, apelidada por muitos de rodovia da morte.

“Moro há 40 anos aqui no Água Boa (distrito de Paiçandu) e sempre escutei a promessa da obra de duplicação. Lembro que era para ter sido feita em 2013, mas deu problema com a construtora. Tudo isso deixou o pessoal aqui bem ansioso”, conta o técnico em radiologia Aparecido Banki Maçao, um usuário frequente da PR-323. “Trabalho em Maringá e preciso fazer esse percurso diariamente. Antes, eu levava 30 minutos, agora, preciso de menos da metade do tempo. Melhorou muito”.

A transformação do eixo rodoviário é resultado do investimento de quase R$ 130 milhões do Governo do Estado. O segmento duplicado inicialmente custou cerca de R$ 90 milhões. Já as ações em andamento somam R$ 38,3 milhões, ambas fruto da parceria com o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID).

“A PR-323 é um dos maiores eixos rodoviários do Paraná e já deveria ter sido duplicada há muito tempo para ampliar a sua capacidade de trafegabilidade e trazer mais segurança aos motoristas e moradores”, destaca o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Desde o início da gestão nos comprometemos com a modernização dessa rodovia, é um sonho que aos poucos vai se realizando”.

O trecho em obras vai do km 174,2 ao km 180,5. Além da duplicação, o projeto prevê a implantação de vias marginais e de um viaduto de acesso a Doutor Camargo. Também faz parte do projeto retorno entre os quilômetros 178 e o 180, para quem sai de Doutor Camargo e precisa voltar ao município. A velocidade diretriz da rodovia será de 80 km/h.

Os serviços incluem ainda terraplenagem, drenagem, construção de galeria celular, pavimentação, sinalização e serviços complementares para implantar a nova pista paralela à existente. “Isso que está acontecendo agora era um sonho de muitos anos. Tinha o projeto, mas não andava, não concluía. Agora sim, vai ficar excelente. Mais seguro e confortável para as pessoas e com mais agilidade para quem precisa retirar os produtos do campo”, afirma o agricultor Jorge Pedro Frare, produtor de soja e milho na região há mais de 40 anos.

“Uma obra importante, de que o pessoal falava desde sempre”, acrescenta o atendente Agnaldo Aparecido Barbosa, que dá expediente em uma das tantas lanchonetes à margem da rodovia.

ECONOMIA – Os benefícios ainda vão além. Poder público e líderes empresariais já começaram a articulação para atrair novas empresas para a região. A intenção é aproveitar as facilidades da nova ligação com Maringá e Cianorte para fomentar um polo industrial no trecho.

Gerente de um movimentado posto de combustível no acesso de Água Boa, Osvaldo José Miguel foi um desses “apressadinhos”. O complexo que administra ao lado da irmã vai trocar a tímida lanchonete por um imponente restaurante, com capacidade de atender mais de 100 pessoas no almoço e para fornecer marmitas aos motoristas que passam pela estrada.

“Vai aumentar o fluxo da rodovia e, também, o nosso movimento. Com isso podemos pensar em contratar mais funcionários”, afirma o gerente. “Novas empresas e mais serviços serão criados por causa desta duplicação”, aposta o garçom Salvador de Souza Silva.

O aquecimento da economia é projetado também pela Associação Comercial e Empresarial de Paiçandu (Acip). Presidente da entidade desde setembro do ano passado, Leandro Bavato Todon destaca também a localização privilegiada como outro atrativo da região. “Somos um polo agrícola, de grãos. Estamos próximos a Maringá, e o que faltava era a duplicação, uma vitória nossa, que, claro, significará mais investimentos, visto que o empresário precisa de infraestrutura para investir”, diz.

Movimentações que obrigaram as prefeituras locais a antecipar o planejamento. “O Governo do Estado atendeu a um pedido da população. Agora precisamos nos preparar para atrair indústrias e empregos. Queremos, em pouco tempo, implementar um parque industrial no município”, revela o prefeito de Doutor Camargo, Édilen Henrique Xavier, o Mineiro. “O impacto comercial será gigantesco, sem a menor dúvida”, emenda o prefeito de Paiçandu, Ismael Batista.

CORREDOR – A PR-323 é a principal ligação do Noroeste com o Mato Grosso do Sul e países do Mercosul e passa por várias cidades do Estado. A rodovia suporta toda movimentação proveniente do polo têxtil e o escoamento da safra de importantes regiões produtoras paranaenses.

Para o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), Fernando Furiatti, além da questão estratégica no escoamento da produção, esta intervenção também atende à demanda da população, que usa a PR-323 para acessar outros centros do Estado. “Este é um corredor de extrema importância, seja para escoar a produção até Paranaguá, seja no deslocamento das pessoas. Esse tipo de intervenção aumenta a segurança e reduz muito o índice de acidentes”, ressalta.

PLANO ESTRATÉGICO – As obras contam com recursos do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná, uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além da modernização do corredor Paiçandu/Doutor Camargo, estão em execução as terceiras faixas em pontos críticos da PR-323 entre Doutor Camargo e Iporã, um investimento de R$ 59,4 milhões para atender 24 quilômetros identificados como os que apresentam maior potencial para acidentes.

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