Doação de resíduos sólidos auxilia entidade de proteção a crianças

O material arrecadado por servidores estaduais durante a campanha do Dia Mundial da Limpeza foi destinado à Acridas, que acolhe cerca de 70 crianças em situação de vulnerabilidade social. A instituição recebeu lixo eletrônico, óleo de cozinha usado e roupas arrecadadas, que foram vendidos.
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10/10/2020 - 09:00

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A Associação Cristã de Assistência Social (Acridas), com sede em Curitiba, recebeu doações de resíduos sólidos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, materiais que ajudaram a levantar dinheiro para uso nos projetos da instituição. A arrecadação ocorreu durante campanha em alusão ao Dia Mundial da Limpeza (20 de setembro), com a colaboração de servidores de 12 secretarias estaduais.

A instituição recebeu o volume equivalente a um caminhão de coleta seletiva de lixo eletrônico, 20 litros de óleo de cozinha e mais de 10 caixas de roupas usadas. O repasse do lixo eletrônico a uma empresa parceira que faz o descarte correto gerou uma renda de aproximadamente R$ 1,2 mil. A associação vai usar o dinheiro para investir nos projetos e programas destinados às 70 crianças que tende.

“Ficamos bem surpresos e gratos com os materiais porque também lutamos pela causa sócioambiental. O descarte correto de resíduos sólidos, além de ajudar financeiramente a instituição, nos deixa aliviados ao contribuir com o meio ambiente”, afirmou a coordenadora de Captação de Recursos da Acridas, Angela de Paula.

Há 35 anos a associação se dedica a crianças em situação de vulnerabilidade social, de zero a 11 anos, com acolhimento seguro, dando a elas a oportunidade de conviver em ambientes familiares. Para saber mais sobre a instituição, clique AQUI.

CAMPANHA – A secretaria estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo arrecadou os resíduos ao aderir ao movimento mundial que teve início na Estônia, em 2008. O Dia Mundial da Limpeza deste ano, devido à pandemia do coronavírus, incentivou as pessoas a buscarem dentro de suas casas objetos que podem contaminar o meio ambiente.

“São resíduos que normalmente as pessoas não sabem como destinar e que, se descartados de maneira incorreta, podem contaminar o solo e o lençol freático”, destacou a diretora-geral da secretaria, Fabiana Campos.

No Paraná foram arrecadados, entre os órgãos públicos estaduais, 20 litros de óleo de cozinha, em torno de dez caixas de roupas usadas, um caminhão de lixo eletrônico, aproximadamente 60 quilos de pilhas e baterias, mais de 1,5 mil lâmpadas fluorescentes e seis caixas de medicamentos vencidos.

Entre o lixo eletrônico vendido pela Acridas, estavam teclados de computador, monitores, mouse, tonner, cartucho de impressora, celulares, telefones antigos, carregadores de celular, televisões de tubo, entre outros.

Os medicamentos vencidos foram destinados para as farmácias Droga Raia e Panvel fazerem o descarte correto e pilhas e baterias depositadas em pontos de coleta cadastrados em Curitiba. As lâmpadas fluorescentes foram entregues para a Associação Brasileira para Gestão de Logística Reversa de Produtos de Iluminação (Reciclus), organização sem fins lucrativos de fabricantes e importadores de lâmpadas e equipamentos de iluminação que recolhe estes materiais em todo o Brasil.

DESCARTE CORRETO – O descarte correto de resíduos sólidos é determinado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e o Decreto Federal nº 7.404/2010, que a regulamenta. A lei estabelece a gestão integrada de resíduos, controle da poluição, da contaminação e a minimização dos impactos ambientais, além de definir as responsabilidades dos geradores e do poder público.

O coordenador de Projetos Sustentáveis da secretaria estadual, Charles Carneiro, explica que a responsabilidade pela coleta e reversão de resíduos sólidos pós-consumo é compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

“Cada resíduo tem sua destinação correta. As empresas fabricantes, importadoras, os distribuidores e também o comércio devem firmar acordos com órgãos federais e estaduais para informar a atividade e se comprometer com o descarte correto nos municípios. Curitiba, por exemplo, tem cinco ecopontos de coleta de resíduos perigosos”, afirma.

Os ecopontos da Capital recebem resíduos de construção civil (caliça), madeiras, restos de podas de árvores e de limpeza de jardins, mobiliários inservíveis, recicláveis, eletroeletrônicos, óleo de cozinha e gordura já usados.

A secretaria orienta, ainda, que roupas devem ser reaproveitadas ou repassadas a instituições de caridade; lâmpadas usadas precisam ser levadas para pontos de entrega voluntária cadastrados; o óleo já utilizado pode ser descartado em parceria com startups, instituições e institutos que reaproveitam esse produto para transformá-lo em detergente e sabão.

Os medicamentos vencidos, de acordo com o coordenador, devem ser entregues nas farmácias que possuem o programa de Logística Reversa.

“A destinação correta desses materiais tem uma importância incalculável. Ao fazer isso, cumpre-se a lei e evita-se um impacto ambiental negativo para o solo, a água e o ar, além do fator social, pois a reciclagem gera empregos, aumento da geração de renda, evita sujeiras em pontos turísticos, entre outros benefícios”, disse Carneiro.

O impacto ambiental vai desde a poluição local do solo até a emissão de poluentes na atmosfera. Um exemplo é o gás metano gerado pela decomposição de resíduos orgânicos, caso não seja devidamente tratado ou aproveitado energeticamente.

Além disso, a gestão inadequada de resíduos gera compostos poluentes e tóxicos que podem afetar significativamente a saúde das pessoas – atualmente, 76,5 milhões são impactadas direta ou indiretamente pela presença dos lixões no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgados em 2018.

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