A equipe curitibana de robótica Osíris, que conquistou no começo de junho um prêmio internacional no maior torneio de robótica do mundo, a Liga Anual First Lego (WPI Annual First Lego League), esteve quinta-feira (20), na sede da Sanepar para agradecer o patrocínio que permitiu a participação do grupo na competição, realizada de 7 a 9 de junho, na cidade de Worcester, em Massachusetts, nos Estados Unidos.
A viagem também teve patrocínio da Celepar e da Fomento Paraná, ambas do Governo do Estado. Antes de viajar, a equipe Osíris visitou a sede da Celepar, quando foram recebidos pelo diretor-presidente Gustavo Barbosa. Nesta sexta-feira (21), o grupo com pais e instrutores foi recebido na Fomento Paraná, trazendo o troféu e medalha.
O grupo conquistou o segundo lugar da Champions Awards, categoria que premia as cinco equipes de melhor desempenho. Concorreram 108 times de 38 países, sendo dois do Brasil – a Osíris e outro de São Paulo. O campeonato é promovido pela First, ONG fundada em 1989, nos Estados Unidos, com o objetivo de estimular em jovens estudantes o interesse pelas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. No Brasil, a organização existe desde 2004, na categoria Challenge (9 a 15 anos), hoje operada pelo Sesi (Serviço Social da Indústria - Departamento Nacional).
“Agradecemos o Governo do Estado e a Sanepar pela oportunidade de termos representado o Paraná no torneio. O patrocínio além de permitir a nossa participação é um incentivo e um crédito ao nosso projeto que foi considerado um dos melhores do mundo. O Governo do Paraná já é um incentivador ao investir em aulas de robótica na rede pública”, disse Wellingthon dos Santos Matte, um dos técnicos da equipe.
O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, que recebeu o grupo, disse que a Companhia se sente orgulhosa por ter sido representada por uma equipe vencedora. “Vocês estão de parabéns. Atualmente, a sociedade carece de bons exemplos de dedicação e retidão”, afirmou.
Heraldo Neves, diretor-presidente da Fomento Paraná, aproveitou a ocasião para apresentar e explicar aos jovens o que é e como funciona a Fomento Paraná e as linhas de crédito da instituição, que talvez no futuro poderão ser úteis em algum projeto deles enquanto empreendedores, especialmente as direcionadas às startups e demais empresas, na área de inovação tecnológica.
A Osíris é uma equipe de garagem, ou seja, não está vinculada a nenhuma instituição. Os cinco estudantes que participaram têm de 13 a 16 anos e são de quatro escolas estaduais e uma particular do Paraná. São eles: Nicoly Souto Machado, Ana Carolina Machado Marciano, Manuella Reckziegel, Gabriel Loureiro Martiliano e Tomaz da Maia de Lima. A equipe reúne estudantes do Colégio Estadual Cívico-Militar Etelvina Cordeiro Ribas, do Colégio Estadual Máximo Atílio Asinelli, Sesc São José, Colégio Social Madre Clélia e Colégio Alto Padrão.
“As cinco equipes premiadas no Champions Awards são aquelas que fizeram um projeto muito bom, bem-estruturado, com aplicação e testes com usuários, design eficiente, boa pontuação na parte do robô executando as missões, além de se organizarem muito bem como equipe e praticarem os valores da First", diz Rodrigo Teleginski Vidal, outro técnico da Osíris. “É uma conquista incrível e inédita no Paraná”.
Para a chefe de gabinete da Fomento Paraná, Fernanda Raicoski, que integra o Comitê de Avaliação de Patrocínios da instituição, apoiar um grupo de estudantes da periferia que se destacou ao se tornar campeão internacional de robótica é extremamente relevante pra comunidade local e pra sociedade em geral. “O sucesso deles demonstra que o talento e a capacidade de inovação podem surgir de qualquer lugar com o apoio e os recursos adequados. Além disso, esse apoio contribui pra promoção da inclusão social e educacional mostrando que oportunidades de alta qualidade podem e devem ser acessíveis a todos”, avalia.
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PROJETO – O projeto desenvolvido pelo grupo e que ganhou o prêmio é uma placa controladora peitoral e motores de vibração com o objetivo de diminuir dificuldades enfrentadas por idosos com capacidade motora reduzida ao praticar fisioterapia e dança. Com essa ideia, chamada Stimmove, venceram o Festival Sesi de Educação, evento realizado em Brasília, competindo entre 100 equipes, de 22 estados, e conquistaram a vaga para o torneio internacional.
Segundo Wellington, os estudantes identificaram durante a pesquisa que a dança é um hobby relevante para a população idosa. Eles perceberam, porém, que essas pessoas podem se sentir desestimuladas a manter o hobby devido à perda da memória muscular. O projeto, então, estimula a permanência dos idosos nessa prática, que representa para eles um estímulo físico e cognitivo, além de promover as relações sociais.
Wellinghton, que é estudante de Engenharia Mecânica, e o analista em Sistemas de Informação, e Rodrigo Teleginski Vidal, que já participaram de torneios de robótica, criaram a Osíris em 2020, numa garagem no bairro Cajuru a fim de estimular a participação de crianças e adolescentes em projetos de robótica. O processo seletivo prioriza alunos das escolas públicas, que estejam interessados em participar da proposta.
São selecionados por ano até 10 estudantes que recebem conteúdos de Ciência, Tecnologia e Iniciação Científica, diariamente, no contraturno das aulas dos alunos durante a semana e nos fins de semana, incluindo o período das férias escolares.