Dinâmica, criativa e experimental, “Coletiva” é a nova exposição do MAC Paraná

Mostra reúne trabalhos de artistas que participaram da Sala Aberta, em que os artistas ocuparam espaços do museu com performances variadas. Nesta nova etapa, eles vão exibir suas obras na sala que, nos últimos meses, foi marcada por seus processos de criação.
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29/07/2024 - 18:30
Editoria

O Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC Paraná) abre nesta quarta-feira (31), às 19h, a exposição “Coletiva”. A mostra reúne trabalhos de artistas que participaram da Sala Aberta, um projeto da instituição que recebeu a ocupação de nomes como Coletivo Brutas, Rimon Guimarães e Nicholas Steinmetz.

Nesta nova etapa, os artistas vão exibir suas obras na sala que, nos últimos meses, foi marcada por seus processos de criação. A cerimônia de abertura terá entrada livre e gratuita, acessível pela rampa caracol do Museu Oscar Niemeyer (MON).

Durante a Sala Aberta, cada artista e coletivo ocupou o espaço em seu respectivo período para apresentar seus trabalhos e criar situações de interação com o público. A mostra “Coletiva” repercute cada uma dessas ocupações, formando uma exposição colaborativa, com 24 trabalhos que proporcionam ao público um olhar resolutivo sobre os processos de criação e pesquisa de cada artista.

Além do Coletivo Brutas, Rimon Guimarães e Nicholas Steinmetz, a mostra incluirá trabalhos dos artistas Izadora Figueiredo, Luiz Moreira e Akhan. Como estudantes, eles acompanharam e participaram dos processos em suas diferentes fases e, agora, exibem seus trabalhos individualmente como artistas.

Atualmente funcionando em salas do Museu Oscar Niemeyer, o MAC Paraná promove a exposição na Sala 9 do MON. O museu recebe visitantes de terça a domingo, das 10h às 18h, e oferece entrada gratuita às quartas-feiras. “Coletiva” fica em exibição até 3 de novembro.

MOSTRA A curadoria é assinada pela diretora-geral do MAC Paraná, Carolina Loch, e a diretora artística, Joanes Barauna, que acompanharam de perto os processos criativos da Sala Aberta. “Este projeto reafirma o compromisso do museu com a inovação e a inclusão de diferentes agentes, celebrando situações artísticas como um meio potente de diálogo e ação”, afirmam as curadoras.

Elas ressaltam o caráter dinâmico e experimental da mostra, que convida o público a participar ativamente, transformando esse espaço tradicionalmente expositivo em um ambiente de descoberta e envolvimento, a partir da utilização de uma variedade de mídias.

“Coletiva” apresenta marcas dos artistas que ocuparam a Sala Aberta. O Coletivo Brutas, primeiro a utilizar o espaço, deixou gravada na parede a frase "eu estou aqui por sua causa", que se manteve inalterada ao longo das três fases de ocupação. Sob essa inscrição, uma extensa pintura de Nicholas Steinmetz cobre parte da parede com várias camadas de tinta, construída sobre as cores deixadas no espaço por Rimon Guimarães.

Na prática, a Sala Aberta introduziu atos disruptivos no espaço institucional, oferecendo novas perspectivas sobre a arte contemporânea e atraindo um público ávido por novidades. Os artistas propuseram performances variadas, incluindo sessões de desenho vivo, apresentações musicais acústicas e com DJs, degustações de café e chocolate, exibições de moda, práticas de boxe e sessões de videoinstalação.

COLETIVO BRUTAS – Primeiro a ocupar a Sala Aberta, em abril de 2024, o Coletivo Brutas é formado por cinco mulheres curitibanas: Erica Storer, Estelle Flores, Gio Soifer, Jéssica Luz e Pac Calory. Surgido em 2016, o grupo propôs uma reflexão sobre o ciclo de vida dos projetos artísticos, mantendo uma programação de atividades especiais e interações com o público ao longo da ocupação.

Durante o período em que ocupou este espaço, a relação entre museu, público e obra foi posta em evidência. Os trabalhos, que inicialmente convidavam o público à interação, foram gradualmente substituídos por fotografias, vídeos e outras formas não interativas, expandindo a presença dessas obras além da própria exposição.

RIMON GUIMARÃES – Curitibano, artista multidisciplinar e autodidata, Rimon iniciou sua jornada artística com lambe-lambes e colagens, expandindo seu repertório para incluir pintura, desenho, gravura, fotografia, vídeo, instalações, performances, áudio e moda. Ele é conhecido por seus murais coloridos, com trabalhos em mais de 27 países.

Durante sua ocupação, Rimon exibiu a mostra individual “Adaptabilidade”, que fez referência aos processos do artista de adaptar sua arte em diversas superfícies, matizes e espaços.

NICHOLAS STEINMETZ – Artista paulistano que passou grande parte de sua vida em Curitiba. Iniciou sua carreira artística em 2016, dedicando-se à criação de histórias em quadrinhos e publicações independentes. Atualmente, desenvolve um imaginário próprio por meio de pinturas e desenhos.

Durante sua ocupação, Steinmetz propôs um ateliê aberto ao público, permitindo interações diretas com os visitantes. Um extenso número de obras foi criado em tempo real, enquanto o público explorava os 400 metros quadrados da Sala Aberta. Trabalhando com madeira e utilizando técnicas de pintura em camadas, sua produção refletiu estudos sobre corpos e movimentos, bem como os processos poéticos e físicos da pintura.

ESTUDANTES – O projeto Sala Aberta selecionou três estudantes de Artes para acompanhar os processos criativos junto aos artistas e à equipe educativa do museu. “Coletiva” é um encontro não só das três ocupações, mas também dos artistas que assessoraram os convidados na condição de estudantes. A mostra contará com trabalhos produzidos pelos selecionados, que desde abril acompanharam as diferentes fases dos processos criativos.

Izadora Figueiredo acompanhou o Coletivo Brutas em abril. Mestranda em Artes na Universidade Estadual do Paraná (Unespar), sua pesquisa articula collage art e composição cênica. Luiz Moreira trabalhou com Rimon Guimarães entre maio e junho. Também mestrando em Artes na Unespar, ele explora paisagens por meio de fotografia, pintura, escultura e videoarte. Akhan, nome artístico de Robert Rodrigues, acompanhou Nicholas Steinmetz entre junho e julho. Estudante de Licenciatura em Artes Visuais na Unespar, ele investiga identidade e experiência preta por meio do desenho.

Serviço:

Mostra “Coletiva”, com os ocupantes da Sala Aberta

Abertura: quarta-feira, 31 de julho, às 19h

Acesso gratuito pela rampa caracol

Visitação: de 1º de agosto a 3 de novembro.

Sala 9 do MAC no MON

Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico – Curitiba

Terça a domingo, das 10h às 18h

R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Acesso gratuito toda quarta-feira.

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