A produtividade do rebanho leiteiro depende diretamente da qualidade da alimentação que recebe. O produtor precisa fornecer aos animais os nutrientes que eles precisam para explorar seu potencial produtivo. É o que os técnicos chamam de dieta balanceada. Maurílio Machado, produtor de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, resolveu apostar nessa prática. Em pouco mais de oito meses ele já conseguiu aumentar a produtividade e diminuir os gastos com a alimentação do rebanho.
Desde 2017, Machado vem recebendo assistência do IDR-Paraná na condução de sua propriedade. Para ele, esse trabalho tem sido fundamental. “Quando começamos a lidar com o gado de leite a gente achava que entendia alguma coisa. Depois que tivemos assistência do IDR-Paraná mudou praticamente tudo. Fizemos cursos para lidar com o rebanho, aprendemos a cuidar dos bezerros e agora temos o acompanhamento da nutrição das vacas”, disse.
Machado é o primeiro produtor a adotar a dieta balanceada dos animais no município. De acordo com a zootecnista Delma Ferreira da Silva, do IDR-Paraná, muita gente tem receio de que a prática aumente os gastos na propriedade. Ela explica que é justamente o contrário.
“Com a dieta balanceada o produtor fornece ao animal o que ele precisa, baseando-se no seu estágio de lactação e peso. Trabalhamos com vários tipos de alimentos que a vaca aproveita melhor”, detalha. Segundo Delma, além da ração, os animais recebem alimentos que podem ser produzidos na propriedade, o que impacta no custo da alimentação.
ECONOMIA – Mesmo com pouco tempo de aplicação, a dieta já mostra resultados. Machado tem 16 animais, dos quais sete vacas estão em lactação. “Tenho uma vaca, por exemplo, que produzia 26 litros de leite por dia e comia oito quilos de ração. Agora, o concentrado diminuiu para seis quilos e ela produz 27,5 litros por dia. Fazendo as contas, economizo R$ 4 ao dia por animal, levando em conta o preço atual do quilo de concentrado. E ainda recebo mais porque tem um aumento de um litro e meio de leite”, afirma Machado.
Para ele, o acompanhamento da nutrição dos animais é um trabalho que não só vale a pena, como deve ser feito. “Sem isso a pecuária leiteira começa a não dar o lucro desejado”, pondera Machado.
De acordo com ele, adotar a dieta balanceada dos animais não mudou em nada a rotina do trabalho na propriedade. “Só tenho que dar mais atenção e ter o acompanhamento da técnica, porque não tenho formação para entender o que deve ser feito”, observa.
A cada mês a extensionista do IDR-Paraná visita a propriedade, analisa o registro de dados sobre o rebanho (alimentação e produção) e faz as adaptações necessárias na dieta. Além disso, Delma também orientou a melhoria da oferta de alimentos produzidos na propriedade. Atualmente o produtor mantém um hectare de pasto, tem área de milho para fazer silagem e prepara um outro hectare com pastagem de verão.
Ele cultivou a grama tifton 85 e já planeja, no inverno, ocupar a área de milho com aveia e azevém. Outras melhorias estão sendo previstas, como a construção de piso na área de ordenha e no bezerreiro. “Esses investimentos vão garantir que a atividade leiteira continue dando lucros e mantendo a família na atividade”, afirma.