Curso da Polícia Científica teve simulação de desastres em massa

Aula em campo foi no Aeroporto Afonso Pena e simulou atendimentos após queda de avião. Curso foi durante a semana e envolveu médicos legistas, auxiliares de necropsia, odontoperitos, papiloscopistas.
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06/12/2019 - 15:10

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A Polícia Científica do Paraná realizou quinta-feira (5), no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, um simulado para avaliação das práticas abordadas no curso de Perícia em Local de Desastres em Massa - Identificação de Vítimas de Desastres (DVI). A aula em campo contou com o apoio da Infraero e do grupo Tigre da Polícia Civil. O curso foi encerrado na manhã desta sexta-feira (06).

Participaram da capacitação 52 profissionais, entre médicos legistas, auxiliares de necropsia, odontoperitos, papiloscopistas, integrantes da Força Nacional e peritos criminais que atuam em locais de morte, além de pessoas que trabalham diretamente com os familiares das vítimas, como assistentes sociais.

Para o diretor da Polícia Científica, Luiz Rodrigo Grochocki, a instrução é essencial para que os peritos estejam cada vez mais preparados para situações de grandes desastres.

“É muito importante para os servidores terem a vivência de uma situação de grandes desastres por meio de um simulado. Foi feita toda a parte de identificação de vítimas em grandes desastres e coletas de vestígios”, disse.

CURSO - Iniciado na terça-feira (03), a capacitação contou com palestra da coordenadora de identificação de vítimas de desastres e diretora da Academia de Ciências Forenses da Polícia Científica, Patricia Doubas Cancelier.

Também fez palestras o coordenador de Identificação de Vítimas de Desastres da Polícia Federal e representante do Brasil na Interpol para assuntos de DVI, perito criminal federal Alexandre Raphael Deitos, que atuou nos casos do voo MH17, do voo da Ethiopian airlines, no rompimento das barragens em Brumadinho.

“Precisamos treinar na prática como fazer numa situação que foge à rotina. Aqui são profissionais experientes, que estão acostumados a fazer perícia de crime necropsia, mas não neste nível”, disse o diretor do Instituto Médico-Legal, André Ribeiro Langowiski.

PERMANENTE - Desde 2013, o Paraná conta com uma comissão permanente de atendimento a desastres dentro da perícia criminal e já é a segunda vez que o Esatdo traz essa capacitação, segundo Patricia Cancelier, que também atuou em Brumadinho.

Ela ainda salientou que o Paraná é o único estado a ter uma comissão permanente de DVI que segue integralmente o protocolo da Interpol e afirmou que a prioridade do trabalho é fornecer um melhor atendimento à população.

SIMULADO - Com roupa de proteção, os alunos do curso participaram das duas atividades que fizeram parte do simulado, sob a coordenação dos instrutores do curso. Na primeira atividade, nove alunos fizeram uma varredura e demarcação de vestígios para a busca e recuperação de corpos (com placas azul) e indícios do crime (com placas amarelas). Foi simulado no local o trabalho de perícia em mortos e atendimento a feridos após a queda de um avião Fokker 27.

“Os peritos chegam após todas as outras agências, como Corpo de Bombeiros, Siate e Defesa Civil, terminarem seu trabalho. Quando chegamos nosso trabalho é identificar, sempre cuidando com cada detalhe porque, dependendo do que é feito, podemos acelerar ou anular uma evidência”, explicou a instrutora do curso.

Para a segunda atividade desenvolvida, os alunos foram separados em equipes e função, sendo cada um recebeu uma missão no que envolveu a identificação dos corpos. O auxiliar de necrópsia e aluno da instrução, Vinícius Gamarra Contierri, afirmou que se sente melhor preparado para atuar após a capacitação. “O curso tem uma estrutura muito bem montada. Um treinamento desses não tem dinheiro que pague, é uma coisa fantástica mesmo”, disse.

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