Crianças em UTI recebem artesanato em crochê feito por mulheres privadas de liberdade

Elas confeccionaram polvos usando a técnica amigurumi. Os tentáculos remetem ao cordão umbilical e às experiências vividas no colo uterino, acalmando os bebês e evitando que eles arranquem fios de monitores e tubos de alimentação durante o período em que estão internados.
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30/07/2024 - 18:20

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Crianças que passam por tratamento e estão internadas em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal no Hospital Regional do Sudoeste Dr. Walter Alberto Pecóits, em Francisco Beltrão, receberam nesta terça-feira (30) presentes confeccionados por mulheres privadas de liberdade. São polvos feitos de crochê com a técnica técnica japonesa amigurumi.

Os tentáculos remetem ao cordão umbilical e às experiências vividas no colo uterino, acalmando os bebês e evitando que eles arranquem fios de monitores e tubos de alimentação durante o período em que estão internados.

A ação fez parte do projeto “Mãos Que Tecem Para o Futuro”, desenvolvido pelo setor de saúde da Polícia Penal do Paraná (PPPR) na Cadeia Pública de Francisco Beltrão (CPBEL), com apoio e parceria do Conselho da Comunidade do município. As cinco apenadas da CPBEL aprenderam a habilidade de confeccionar objetos em crochê e produziram 24 polvos que foram doados às crianças.

Quem ensinou às custodiadas esta atividade foi a técnica de enfermagem Scheila Stasiak. Ela explica que iniciativa contribui para preparar as mulheres para o retorno à sociedade após o cumprimento da pena.

“A ideia surgiu em conversa com a assistência social da unidade. As próprias apenadas queriam fazer algo útil e se sentirem produtivas na sociedade. Foi então que pensamos no crochê, que é uma terapia ocupacional importante, para a produção de amigurumis e toucas e presentear as crianças que estão na UTI e, também, pacientes que lutam contra o câncer”, diz.

“Entre um ponto e outro, conversamos sobre a importância de se ter empatia, de demostrar amor e humanidade, colocando na mente destas mulheres que elas podem fazer uma grande diferença na sociedade, além obter uma renda através do trabalho artesanal”, destaca.

A assistente social do Conselho da Comunidade, Camila Faria, ressalta que todos os envolvidos no projeto são voluntários. “Desde o começo foi uma construção em conjunto com elas. Conversamos sobre o que gostariam de fazer enquanto privadas de liberdade. Surgiu a parceria com o setor de Serviço Social do Conselho da Comunidade e o setor de enfermagem da CPBEL”, explica.

Para o gestor da Cadeia Pública, Marcos Almeida, ações como esta são sempre bem-vindas. “O mérito desta ação é todo do Serviço Social e destas cinco apenadas que se propuseram a fazer parte desta laborterapia, aprender uma nova habilidade e ajudar pessoas que precisam”, afirma.

De acordo com a presidente do Conselho da Comunidade de Francisco Beltrão, Andréa Benedetti, estes são apenas os primeiros passos entre muitas iniciativas que ainda virão. “Sabemos que a reinserção de uma pessoa que cumpriu pena é um momento difícil e delicado e estes projetos são uma alegria para o Conselho da Comunidade", disse.

Além dos amigurumis, o Projeto Mãos que Tecem para o Futuro também está confeccionando toucas que serão entregues para o CEONC – Hospital do Câncer de Francisco Beltrão.

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