A Copel vai aplicar R$ 474 milhões no Oeste do Paraná nos próximos três anos para fortalecer o sistema elétrico na região e garantir suporte à produção agropecuária. O montante faz parte do maior plano de investimentos da história da Copel em distribuição. Até 2021, a companhia vai aplicar R$ 1,77 bilhão em melhorias e ampliações em todo o Paraná, sendo R$ 836 milhões já em 2019.
Os investimentos foram anunciados pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, e o diretor de Distribuição da companhia, Maximiliano Andres Orfali, nesta sexta-feira (24), durante reunião com prefeitos da região, na sede da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop).
O governador também se reuniu com cerca de 1,1 mil produtores rurais em Cafelândia, onde as ações foram detalhadas. “Esse será um grande investimento da Copel nesta região, mais que a metade do montante previsto para este ano para todo o Estado”, disse o governador.
“Vamos corrigir um problema histórico do Oeste, região de grande produção agropecuária, com destaque em frangos e suínos. A energia é fator básico para a cadeia de produção evoluir. O investimento vai ajudar a sustentar a economia da região”, enfatizou o governador. Ao todo, quase 622 mil moradores serão beneficiados.
A Copel quer garantir o suporte necessário ao setor produtivo, reforçou o presidente da empresa. “O Oeste do Paraná cresceu mais do que a média do Estado. Nossa prioridade, agora, é recuperar o tempo perdido e dar condições para os agricultores, industriais e comerciantes crescerem", enfatizou Slaviero.
Segundo ele, a Copel vem focando os investimentos no segmento de distribuição. “Isso quer dizer que haverá melhoria com a mudança de rede monofásica para trifásica, instalação de quatro novas subestações de energia, mais de 1.100 obras, só nesta região, para que todos os consumidores possam sentir avanços significativos”, afirmou. O investimento inclui, também, equipamentos mais modernos, que fazem religação automática.
FUNDAMENTAL – O anúncio de investimentos da Copel foi destacado pelos prefeitos da região. “É uma demanda de muito tempo, principalmente para essa região, uma que mais crescem no Estado e que alavanca a economia do País como um todo”, afirmou o prefeito de Palotina, Jucenir Leandro Stentzler.
Stentzler mencionou a necessidade de o pequeno produtor evoluir no uso de tecnologia. “Nesta região abatemos quase 600 mil frangos por dia. A produção, desde a criação do pintinho até o crescimento da ave, tem de ser climatizada e isso demanda energia”, disse o prefeito. Ele lembrou que o Oeste vive um momento de expansão da produção de peixe, que também exige energia elétrica para criar condições favoráveis para a cadeia produtiva. As perdas entram na casa dos milhares quando há alguma queda de energia elétrica”, afirmou.
Para Aparecido José Weiller Júnior, prefeito de Jesuítas e presidente da Amop, os investimentos da Copel são essenciais para que a região mantenha o alto desempenho no setor agropecuário. “A pauta do Oeste não pode ser esquecida. Sabemos o tanto que a região contribui para o desenvolvimento e que pode crescer muito mais. Estamos sofrendo há alguns anos com queda de energia, o que ocasiona morte de peixes e frangos, perda de leite, prejuízos aos agricultores e também aos cofres do Estado”, disse ele.
CAFELÂNDIA – Em Cafelândia, no encontro com lideranças da região, o diretor de Distribuição da Copel, Maximiliano Andres Orfali, afirmou que os investimentos estruturantes farão com que a rede do sistema elétrico fique mais forte. “Há também investimentos em automação de redes, novas tecnologias e equipamentos de última geração para que, quando faltar energia, possamos atender mais rapidamente com solução ao problema”, disse ele.
“Uma rede mais forte e robusta e a possibilidade de atender mais rápido quando falta energia melhoram a condição do produtor rural, sua competitividade, diminui os prejuízos. Por isso trabalhamos tão fortemente para trazer recursos para melhorar essa rede”, disse Orfali.
De acordo com o presidente da Copacol, Valter Pitol, os criadores de frango e peixe levam de um a dois anos para recuperar os prejuízos quando perdem lotes por causa das quedas de eletricidade. Segundo ele, se o produtor perde um lote de frango, é preciso fazer mais cinco lotes para pagar o prejuízo. Se perder um lote de peixe, são dois anos perdidos. “Temos certeza que esses investimentos vão se concretizar. Há muitos anos buscamos essas melhorias que o produtor precisa”, disse. “Este anúncio nos dá segurança de que reduziremos muito as perdas que tivemos até hoje, principalmente na produção de frango e peixe”.
O produtor Adelir Delmagro tem quatro barracões de criação de frango e precisa do reforço de geradores a diesel para não ser surpreendido com a queda de energia, o que acaba aumentando os custos de produção. “Energia é um problema muito sério, porque dependemos dela para produzir. Um gerador consome de 10 a 12 litros de diesel por hora. O custo quando falta energia é muito maior com o diesel. E se um gerador der problema ficamos a mercê”, contou.
PRESENÇAS - Estiveram presentes o presidente da C. Vale, Alfredo Lang; o secretário de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge; o deputado federal Sérgio Souza; os deputados estaduais Marcel Micheletto, Márcio Pacheco, Coronel Lee.
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Investimentos incluem novas subestações e 200 quilômetros de rede
Em 2019, as obras estruturantes, que dão suporte à rede que leva energia ao consumidor, receberão R$ 84 milhões no Oeste do Paraná, o que representa 33% do total destinado ao Estado (R$ 249 milhões). A região terá quatro novas subestações de alta-tensão que, junto com 200 quilômetros de novas redes (também de alta-tensão), vão garantir confiabilidade energética para a região.
As redes de média tensão, que levam energia ao consumidor final, contarão com um reforço de cerca de 1.100 novas obras até 2021, representando um total de R$ 99 milhões. Nesses três anos, a Copel vai instalar duas novas subestações de média tensão, 440 quilômetros de redes, 42 reguladores de tensão e 805 religadores automáticos, além de dispositivos self healing em regiões rurais.
Os religadores garantem que a rede elétrica não desligue em eventos transitórios, como descargas atmosféricas ou galhos que encostam na rede. Já os self healing são sistemas automáticos integrados que isolam o defeito em um pequeno trecho, informando o operador do sistema onde é preciso atuar.