Após passarem por um processo de seleção concorrido, que reuniu 51 candidatos, 15 alunos do primeiro ano de engenharia elétrica de universidades públicas foram selecionados como bolsistas do programa Aluno Energia, lançado pela Copel. Ao longo dos cinco anos de faculdade, eles receberão uma bolsa equivalente ao salário-mínimo paranaense e contarão com mentoria de um profissional da Copel. Nos últimos dois anos do curso, eles também farão um estágio na empresa.
Cada aluno recebeu um kit com uma mochila e um laptop pessoal, e foi apresentado ao seu respectivo mentor, um engenheiro eletricista experiente da Copel que vai acompanhá-lo ao longo de toda a jornada. Esta é a primeira edição do programa, que deve ganhar novas edições semestrais e beneficiar até 150 jovens estudantes nos próximos anos.
Para concorrer às bolsas era necessário ter ingressado na universidade pelo sistema de cotas, ter cursado o ensino médio integralmente em escola pública e não possuir outra fonte de renda. Para conquistar a vaga, eles passaram por diferentes etapas, que incluíram a apresentação de documentos, elaboração de vídeo e redação, e uma entrevista final.
O programa é uma ação convergente com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4, que visa assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Os objetivos foram traçados pela ONU e a Copel comprometeu-se voluntariamente a contribuir com o atendimento das metas traçadas até 2030.
“É um momento vibrante. Vocês já são vencedores”, afirmou o presidente da Copel, Daniel Slaviero, no encontro em que foram anunciados os vencedores. “Nos alegra muito ter parte da jornada de vocês construída na Copel, que possamos ajudá-los a se tornarem grandes profissionais”, afirmou Slaviero, lembrando da possibilidade de alguns deles se tornarem, no futuro, empregados da companhia.
Para o diretor-geral de Distribuição da Copel, Maximiliano Andres Orfali, o programa representa uma contribuição para a engenharia elétrica e para a sociedade como um todo. “Vamos nos empenhar para que vocês possam estudar e se formar, e esperamos de vocês esforço, dedicação e muita criatividade. A sociedade terá vocês como uma referência”, ressaltou.
O evento de anúncio dos vencedores, realizado nesta semana, contou com a participação do reitor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Marcos Schiefler Filho, e do pró-reitor de graduação e educação profissionalizante da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Júlio Gomes. “Fiquei maravilhado com a possibilidade de termos a aproximação verdadeira do mundo real com a nossa academia”, disse Schiefler. “O programa traz também para a Copel essa aproximação que faz com que os talentos sejam identificados e que depois a empresa possa contratá-los”, acrescentou.
Júlio Gomes destacou a contribuição da companhia para a educação no Paraná e enfatizou o papel dos tutores. “Irão transformar a vida desses meninos e meninas.”
CONCENTRAÇÃO NOS ESTUDOS - Para os alunos, o programa representa a possibilidade de dedicação total aos estudos. “É uma iniciativa muito inovadora. Acredito que vá ajudar na minha graduação, primeiro por conta da tutoria, porque vou ter alguém com quem tirar as minhas dúvidas”, comentou Mariana Marcondes Ribeiro, uma das contempladas. Ela destacou o esforço necessário para passar no vestibular e contou que a escolha do curso vem de uma curiosidade que tem, desde a infância, em relação a tudo que tinha a ver com energia”.
Essa curiosidade também moveu Pedro Mascarenhas Teixeira, que se mudou de Ipirá, interior da Bahia, para Curitiba, quando foi aprovado no vestibular. “Sempre que eu ganhava um presente do meu pai, eu desmontava porque queria saber o que tinha ali dentro, queria entender como os circuitos funcionavam”, disse.
Para ele, um dos destaques do programa é a combinação da tutoria com a bolsa e o estágio. “Eu já conversei com o meu tutor, ele é uma pessoa muito experiente. Além disso, tem a ajuda financeira e a garantia do estágio, algo que é muito difícil no início da faculdade.”
Leandro Chen, outro selecionado, concorda. Natural de São José dos Pinhais, ele ingressou em engenharia elétrica com vontade de aprender e trabalhar com soluções sustentáveis e energia renovável. “Com o programa vou poder focar bastante nos estudos e, principalmente, aprender com todo mundo que estiver por aqui na Copel”.
Para Aline Ferreira Santos, a notícia da seleção foi uma grande surpresa. “Eu fiquei muito feliz. Além de ser um super incentivo para a gente se dedicar mais, vai me permitir focar nos estudos. Fora a chance de aprender, de ser efetivada na empresa no futuro. Acho que é um programa muito mais amplo do que os cinco anos que são ofertados”, ressalta.
ENGENHARIA ELÉTRICA - O curso de Engenharia Elétrica foi selecionado como foco de atuação do projeto pela afinidade com os negócios da Copel, que historicamente fomentou a formação de profissionais da área, no Paraná. De acordo com o último Censo da Educação Superior elaborado pelo Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira -, atualmente, 22% dos cursos de graduação em Engenharia Elétrica no Brasil são ofertados por instituições públicas de ensino. Os dados do Inep apontam que, em 2021, houve 32 mil ingressantes, mas apenas cerca de 10 mil concluintes em Engenharia Elétrica, no País.