Um ano após a transformação da Copel em uma corporação, a contratação de obras para ampliação e melhorias na rede de distribuição de energia em todo o Paraná está 60% mais rápida que em anos anteriores. Em 2024, a contratação de uma empreiteira para a construção de subestações e linhas está sendo realizada, em média, em 61 dias, três meses a menos do que era necessário para a contratação de uma obra de grande porte, na média dos quatro anos anteriores.
Somente no primeiro semestre de 2024, o Departamento de Construção de Linhas e Subestações da Copel realizou 18 contratações de obras de grande porte, volume 125% maior que os oito contratos realizados ao longo de todo o ano de 2023 e 75% acima do total realizado nos 12 meses de 2022.
"As novas contratações incluem a construção de oito subestações e a ampliação de outras 26, que terão sua capacidade de distribuição de energia duplicada", destaca Edison Ribeiro da Silva, superintendente de Engenharia de Expansão da Copel. Ele reforça que as contratações mais ágeis se traduzem em obras concluídas com antecedência e energia de melhor qualidade para a população.
Um dos empreendimentos já contratados no novo modelo é a subestação Jardim Figueira, de 138 mil volts, que será instalada em Apucarana e vai transformar um investimento de R$ 76 milhões em infraestrutura elétrica de qualidade para a Região Norte.
Dentre as subestações que estão sendo ampliadas, as unidades de Francisco Beltrão, Pitanga e Canteiro Segredo (em Reserva do Iguaçu), todas de 138 mil volts, também já tiveram a contratação feita de forma mais ágil, no novo modelo.
ANTECIPAR COMPRAS – A maior flexibilidade também está ajudando a área de construção de linhas e subestações a antecipar a compra de equipamentos necessários para as obras. Para realizar a ampliação das subestações, a equipe já adquiriu 28 novos transformadores. Como se trata de equipamentos de grande porte, que podem pesar cerca de 100 toneladas e demoram até um ano para serem produzidos, a compra antecipada ajuda a garantir a entrega a tempo das obras.
No caso de grandes projetos de engenharia, como a modernização da Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza, em Antonina, prevista para iniciar em 2025, há ainda um ganho com a possibilidade de adequação de escopo e especificação técnica dos projetos durante a contratação - o que era inviável antes. As equipes têm mais eficácia na definição de modelos de equipamentos, contemplando o que há de mais atual e inovador no mercado.
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GESTÃO MAIS EFICIENTE – A maior agilidade nos processos decorre, também, de melhorias na qualidade da gestão das contratações. “O novo modelo permite que a gente dialogue mais com os fornecedores, explique em detalhes quais são as demandas da Copel e eleve as exigências de qualidade”, afirma Silva.
Ele explica que, anteriormente, para seguir as regras da lei federal nº 13.303/2019 (Lei das Estatais), esse contato prévio com candidatos era bastante limitado. “Enfrentávamos diferentes desafios, como casos de fornecedores que apresentavam um valor extremamente baixo, mas depois abandonavam a obra, o que exigia uma nova licitação e aumentava consideravelmente o prazo e o custo da obra”, acrescenta.
Havia outros fatores que protelavam a execução dos empreendimentos. A companhia enfrentou embargos judiciais movidos por solicitações de concorrentes que perderam o processo licitatório, e teve que lidar ainda com licitações desertas que atrasaram a realização de obras.
“Agora, apresentamos o escopo do projeto, o padrão da obra, esclarecemos as dúvidas. Com essas informações, os potenciais fornecedores têm uma visão mais clara da obra e dos riscos, o que muitas vezes se transforma em redução nos preços apresentados nas propostas”, pontua Graziella Costa Gonçalves, gerente do Departamento de Construção de Linhas e Subestações.
Ela conta que, paralelamente, a companhia manteve as exigências de habilitação técnica presentes na lei federal e implementou novos critérios de avaliação de fornecedores que contribuem para a contratação de empresas qualificadas. “O que mudou agora é que não corremos mais o risco de selecionar o fornecedor que não tem bom desempenho. E isso levou a um aumento na procura dos fornecedores qualificados e na concorrência das obras."
O número maior de fornecedores diluiu o risco. Ao mesmo tempo, a equipe percebe uma melhoria também na gestão das obras. "Nós ajudamos as empresas a analisar a sua capacidade executiva, damos feedbacks periodicamente, mostramos o que precisa ser melhorado", acrescenta Graziella.
Ela destaca que, com diálogo desde o início, transparência e construção de confiança, a contratação e a gestão de obras estão mais eficientes e o processo tem passado por melhorias contínuas. "É uma relação que se traduz em um trabalho mais ágil e eficiente, o que beneficia a sociedade como um todo, que ganha com os novos investimentos."