As celebrações da Semana da Pátria também chegaram ao palco do Guairão, o maior auditório do Centro Cultural Teatro Guaíra. Após cinco espetáculos, a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) encerrou nesta terça-feira (5) a série de concertos cívicos que apresentou, de forma didática, os diferentes hinos brasileiros a uma plateia formada, principalmente, por estudante de escolas públicas de Curitiba e Região Metropolitana.
A primeira apresentação foi no domingo (3), aberta para o público em geral. Já na segunda e terça-feira, o concerto foi direcionado a cerca de 3,5 mil crianças e adolescentes, com o maestro Helder Trefzger, convidado para reger o espetáculo, explicando a eles detalhes sobre as obras e a composição de uma orquestra sinfônica.
Os músicos da OSP apresentaram um programa formado pelo Hino Nacional, Hino da Independência – composto pelo próprio Dom Pedro I – Hino à Bandeira e o Hino da Proclamação da República, além de outras obras clássicas ligadas ao tema do civismo. O concerto também contou com a participação de um coro sinfônico de 30 vozes e solo do pianista César Birschner Lira. O programa completo pode ser conferido aqui.
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Integrantes da fanfarra do Colégio Estadual Barro Preto, de São José dos Pinhais, os estudantes Thariane Bassani, Camila Capistrano e Natan Costa de Oliveira não escondiam a empolgação em estar pela primeira vez no teatro para conferir as músicas que eles também tocam, mas agora interpretadas por uma orquestra profissional.
“Nunca viemos no teatro antes, já fomos tocar em vários lugares, mas assistir a uma apresentação num teatro, num lugar chique assim, é a primeira vez. Gosto muito de música, escuto direto, mas é a primeira vez que vejo uma orquestra. Estava muito empolgado para ver, até vim agitando o motorista para ele vir mais rápido, para chegar logo”, contou Natan, de 13 anos.
“Eu já tinha ido ao teatro antes para me apresentar com a fanfarra, mas assistir mesmo eu nunca tinha vindo. Eu tinha uma expectativa grande de ouvir os instrumentos de perto, ouvir o som do violino, que eu gosto muito”, disse Camila, também de 13 anos.
FORMAÇÃO DE PÚBLICO – O diretor Artístico do Centro Cultural Teatro Guaíra, Áldice Lopes, explicou que as produções dos corpos artísticos do espaço estão com essa nova abordagem, com apresentações didáticas para estudantes de escolas municipais e estaduais. “Somos uma autarquia do Estado com vários corpos artísticos, e sempre que iniciamos uma nova temporada, temos uma segunda etapa de apresentação voltada para as crianças e adolescentes”, destacou.
Para o maestro Helder Trefzger, regente da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo e que veio a Curitiba especificamente para reger o Concerto Cívico, a iniciativa une a formação de público para espetáculos de cultura à reverência aos símbolos da pátria. “Para a maioria foi a primeira vez em um espetáculo, e é muito bom que exista essa primeira vez, que tenha essa interação para que eles se sintam pertencentes a esse universo e possam convidar os pais, os irmãos, os tios e toda a família para retornar ao teatro”, salientou.
“O Paraná tem uma das melhores orquestras sinfônicas do Brasil e ela está aí, acessível a todos. Tem os ingressos a preços populares, concertos diferenciados, como este específico, que é bastante pedagógico. E isso é muito importante para a formação de público e também para que a cultura faça parte da vida de todas as pessoas”, afirmou o maestro.
IMPERADOR COMPOSITOR – Um dos destaques do Concerto Cívico, que celebra os 201 anos da Independência do Brasil, é o próprio Hino da Independência. Além do famoso “Grito do Ipiranga”, o então príncipe e depois imperador Dom Pedro I também deu forma ao hino que reverencia a Proclamação da Independência.
“Dom Pedro I compôs a música e Evaristo da Veiga fez a letra desse hino. Como membro da família real, ele teve acesso a professores particulares, estudou música e compôs não só esta, com muitas outras peças que são comumente tocadas”, explicou Trefzger. “Enquanto cidadãos brasileiros, é importante conhecer essas obras e reverenciar os símbolos da nossa Pátria, que fazem parte da nossa formação e da nossa história. Nossos hinos são belíssimos, escritos por compositores maravilhosos”.